terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

O medo das pessoas é do que os outros pensarão sobre elas

Amados irmãos, quero partilhar hoje, sobre a convivência entre as pessoas.


Temos medo de expor os nossos sentimentos e isso se dá pelo fato de que temos medo das pessoas e do que elas pensarão sobre nós, mas também do que elas dirão e farão quando souberem. 

Nós, também tememos o que as pessoas dirão ou farão! Penso que se eu fizer algo e você não gostar, então me rejeitará, e não mais terei seu relacionamento e sua amizade e assim você não conversará mais comigo ou prestará atenção em mim. Por isso, vem o medo de expressar.

Aí, ocorre que terei de lidar com a dor da rejeição. 

Há alguns versículos da Bíblia, que o demônio usa  para manter as pessoas fora da vontade de Deus. Vejamos o que Paulo falou em Gálatas 1.10: Por acaso é aprovação dos homens que estou procurando, ou é aprovação de Deus? Ou estou procurando agradar aos homens? Se estivesse procurando agradar aos homens, eu já não seria servo de Cristo.

Nós, realmente, gostaríamos de ser populares, não é?  Há momentos, que queremos coisas por motivações erradas.

Não fique tão triste se você não tem 10 ou 20  pessoas tentando ligar para seu número de telefone ou batendo à sua porta a todo instante. Busque a Deus e deixe que Ele traga as pessoas certas para sua vida.

Essas pessoas certas podem vir em diversas circunstâncias da nossa vida. Tenho cá para mim, que quando o irmão nos acolhe sem nos julgar e sim acolhe por amor, essa é uma pessoa certa.

A Bíblia diz que Jesus esvaziou-se de sua reputação, humilhou-se e, então, o poder de Deus lhe foi dado (veja Filipenses 2.7-10).

O poder de Deus foi dado a Jesus porque Ele era obediente e cumpriu na íntegra o projeto do pai. Prova de amor maior não houve. Deu a vida por amor a nós e a deu livremente. Com todo o sofrimento, com toda a agonia, com todo o medo, mas deu a sua vida livremente.

Quando Pedro quis de uma forma até amorosa preservar Jesus do sofrimento que iria passar, Ele o repreendeu severamente, dizendo que aqueles pensamentos não era de Deus mas dos homens.

É verdade, nós humanos, queremos preservar aqueles que amamos do sofrimento. Mas não tem como, pois Deus é espiritual e nós somos carnais. Então, a perseguição e o sofrimentos fazem parte da vida do Cristão.

Por vezes quis desviar da cruz. Por vezes quis fugir do que me faz sofrer. Por vezes, ainda, quis fugir daquelas pessoas que acho que não estão vivendo o evangelho, que falam uma coisa e vive outra. Depois percebi que isso ocorre desde que o mundo é mundo.

Se formos sondar a vida dos verdadeiros cristãos, veremos que os sofrimentos deles são praticamente iguais.  Vivem:
a) O momento de glória junto com o senhor, 
b)O momento do afastamento, que é o da revolta e negação ao Senhor pelas provações sofridas, 
c)O momento de querer receber honras de Deus pelos serviços prestados, como se fosse mérito humano e não divino tudo que fez na Igreja.
d) O momento de tentações onde experimenta satanás na própria carne através de atitudes incoerentes  com a vida cristã.
e) O momento de purificação onde tudo o que viveu  passa por uma derrubada, é como se jogasse tudo pro alto. Como um prédio desmoronando.
f) O período da reconstrução. Começar do nada. Só da experiência vivida, do amor um dia sentido por Deus.
g)) O período da escolha do material para essa construção. Saber como e de que jeito está sendo reconstruído esse alicerce.
h) E por fim a certeza do que se quer e com quem quer estar para viver a maturidade espiritual.

Jesus esvaziou-se de mesmo. Precisamos nos esvaziar de todo conceito errado, de toda atitude que nos afasta do Senhor.

Só assim, poderemos ser honrados em Deus.

“Pelo contrário, esvaziou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo e tornando-se semelhante aos homens. Assim, apresentando-se como simples homem,humilhou-se a si mesmo, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz! Por isso, Deus o exaltou grandemente, e lhe deu o Nome que está acima de qualquer outro nome”.

Se estivermos preocupados com nossa reputação, poderemos realmente prejudicá-la. Se o alvo é manter nossa boa reputação, se ainda tentamos ser populares, essa é uma porta aberta para o demônio. Tudo o que ele tem de fazer é conseguir uma pequena rejeição, e nós seremos despedaçados!

Foi desprezado e rejeitado pelos homens, um homem de dores e experimentado no sofrimento. Como alguém de quem os homens escondem o rosto, foi desprezado, e nós não o tínhamos em estima. (Isaías 53:3)

Em seguida, Jesus começou a ensinar os discípulos, dizendo: "O Filho do Homem deve sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos chefes dos sacerdotes e doutores da Lei, deve ser morto, e ressuscitar depois de três dias." (São Marcos 8,31)

Jesus lhes disse: "Só em sua própria terra, entre seus parentes e em sua própria casa, é que um profeta não tem honra". Marcos 6:4

O Senhor fala a realidade vivida por um profeta:

"Jerusalém, Jerusalém, você, que mata os profetas e apedreja os que são enviados a você! Quantas vezes eu quis reunir os seus filhos, como a galinha reúne os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vocês não quiseram! Lucas 13:34

Portanto, meus amados, o medo é natural mas temos que tomar cuidado para não abafarmos a vontade de Deus. É preciso que a gente vá na raiz do medo para descobrir o por quê disso ou daquilo.

Que Deus nos conceda a graça de esvaziarmos de nós mesmos para assim deixar Ele agir em nós.

Augusta Moreira dos Santos

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

A origem do sofrimento de Jó foi a permissão que Deus deu ao demônio para provar a sua fé.



Jó não estava sendo corrigido ou castigado por Deus e sim provado.

A provação faz parte da vida do Cristão. Chega um momento na vida que temos de provar a nossa fé ao Senhor nosso Deus. E porque é necessário? Para adquirir maturidade espiritual.Faz parte da caminhada.

Desse modo, a fé que vocês têm será provada como o ouro que passa pelo fogo. O ouro vai desaparecer, mas a fé que vocês têm, e que vale muito mais, não se perderá, até o dia da revelação de Jesus Cristo. Então, por essa fé, vocês receberam louvor, glória e honra. (I São Pedro 1,7)

Meu filho, se você se apresenta para servir ao Senhor, prepare-se para a provação. (Eclesiástico 2,1)

Feliz o homem que suporta com paciência a provação! Porque, uma vez provado, receberá a coroa da vida, que o Senhor prometeu àqueles que o amam. (São Tiago 1,12)

O próprio Deus deu testemunho sobre Jó, antes de permitir que o demônio o afligisse, de que era homem reto e íntegro, temente a Ele e que se desviava do mal. 

Deus estava feliz com Jó e se alegrava nele.

Portanto, não era por nenhuma iniquidade que tivesse praticado que lhe sobreviera todo aquele sofrimento.

Jó não é um caso isolado, no que se refere as provações, pois todos os cristãos são provados, especialmente aqueles que são mais fiéis ao Senhor, para que sejam ainda mais santos.

A vocação do justo é se tornar mais justo ainda, conforme palavras de nosso Senhor no livro de Apocalipse, e este progresso em justiça é forjado pelas provações.  

Uma vez que você guardou a minha ordem para perseverar, eu também guardarei você da hora da tentação. Essa ora virá sobre o mundo inteiro, para pôr à prova os habitantes da terra. (Apocalipse 3,10)

De certa forma o que incomoda as pessoas , tal como havia incomodado aos amigos de Jó, era a sua reputação de homem justo e bom. 

A justiça, a misericórdia e a bondade de Jó, superava em muito a deles, tal como a dos cristãos supera a dos escribas e fariseus. 

Isto gera, de modo até sutil e inconsciente aos olhos daqueles que são por ela tomados, da inveja espiritual daqueles que se aproximam em graus elevados ao próprio caráter de Deus.

Podemos dizer, portanto, que o que os amigos de Jó estavam fazendo era uma perseguição espiritual. Um ataque motivado pela inveja.     

Eles não perderiam a oportunidade de tentar convencer Jó que não era tão justo e santo quanto pensava ser e coitado de Jó.


Tão grande era a falta de empatia dos amigos de Jó, com relação ao grande sofrimento dele, tão grande era a falta de misericórdia e sensibilidade, que não puderam perceber o fato de que o homem que se encontra grandemente debilitado haverá de pronunciar palavras de amargura em alguma situação, porque nisto aprende que nada é sem a assistência da graça do Senhor. E é principalmente esta lição que o Senhor pretende nos ensinar em nossas aflições. 

Diversas queixas e lamentos encontramos nos Salmos de Davi, e dele se diz ter sido um homem conforme o coração de Deus. Davi não recebeu nenhuma repreensão da parte de Deus por causa disto. Ao contrário, fez com que suas palavras fossem registradas, para que aprendêssemos que no maior dos valentes, no maior dos santos, há muito gemido e dor, quando nos sentimos desamparados pela graça do Todo-Poderoso. E que é nosso dever clamar das profundidades da nossa alma, até que Ele se levante em nosso socorro, porque se compadecerá da alma aflita, que reconhece que é fraca e nada sem Ele.  

  
Portanto, Jó, foi exemplo para todos nós. É preciso nos espelharmos nele, para entender um pouco sobre o sofrimento.

É preciso também percebermos características neste homem que vêm muito ao encontro da nossa realidade e dos nossos relcionamentos.

Que Deus nos conceda a graça da sabedoria para tudo suportarmos por amor.

Augusta Moreira dos Santos

O que é o amor?



Paulo, o apóstolo,  diz: 

a)O amor é paciente, 
b)O amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho.
c)O amor nada faz de inconveniente, 
d)não procura seu próprio interesse, 
e)não se irrita, 
f)não guarda rancor.
g)Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.
h)Tudo desculpa, 
i)tudo crê, 
j)tudo espera,
l)tudo suporta.

Será que amamos? Você ama desta forma? O amor não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor.Não se alegra com a injustiça. Somos mesmos capazes de amar assim?

Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor.

As vezes admiramos tanto quem tem fé, não é mesmo? Mas a fé sem amor não faz sentido. Como posso dizer ao meu irmão que o amo, se não o ajudo naquilo que necessita? Como posso ter fé sem amar? Fica muito desconexo.

Vejamos então, todo o capítulo sobre em que Paulo descreve sobre o amor.

I Coríntios, 13,1-13(Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria como sino ruidoso ou como címbalo estridente.Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência; ainda que eu tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu não seria nada.Ainda que eu distribuísse todos os meus bens aos famintos, ainda que entregasse o meu corpo às chamas, se não tivesse o amor, nada disso me adiantaria.O amor é paciente, o amor é prestativo; não é invejoso, não se ostenta, não se incha de orgulho.Nada faz de inconveniente, não procura seu próprio interesse, não se irrita, não guarda rancor.Não se alegra com a injustiça, mas se regozija com a verdade.Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.O amor jamais passará. As profecias desaparecerão, as línguas cessarão, a ciência também desaparecerá.Pois o nosso conhecimento é limitado; limitada é também a nossa profecia.Mas, quando vier a perfeição, desaparecerá o que é limitado.Quando eu era criança, falava como criança, pensava como criança, raciocinava como criança. Depois que me tornei adulto, deixei o que era próprio de criança.Agora vemos como em espelho e de maneira confusa; mas depois veremos face a face. Agora o meu conhecimento é limitado, mas depois conhecerei como sou conhecido.Agora, portanto, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e o amor. A maior delas, porém, é o amor.

Paulo descreve que eu poderia falar a língua até mesmo dos anjos e também dos homens, que sem amor, seria como um som estridente, ou seja, não haveria sintonia.

O apóstolo também diz que eu poderia ter o maior fervor em Deus ou dons e conhecimentos de todo o mistério e que de nada disso valeria se não tivesse o amor.

E de que me adiantaria distribuir os bens aos que têm fome e me lançar nas chamas, se não tiver amor?

Portanto, meus amados, somos do entendimento de que amar é amar sem medidas, sem reservas e por amor a Jesus. Só quem ama da forma que Jesus amou, pode amar da forma correta. O que Jesus faria se tivesse no meu lugar? Só me colocando no lugar do outro posso amar sem querer nada em troca.

Augusta Moreira dos Santos

domingo, 3 de fevereiro de 2013

São Pedro de Alcântara apareceu para Santa Tereza D’Ávila




Declarou Tereza D’Ávila, a respeito de Pedro de Alcântara, após sua desencarnação: ‘Tenho-o visto muitas vezes com grandíssima glória. Parece-me que muito mais me consola do que quando aqui estava’. Tereza contou, ainda, que Pedro de Alcântara lhe apareceu depois de morto e disse-lhe: ‘Felizes sofrimentos e penitências na terra, que me conseguiram tão grandes prêmios no céu’.
Foi beatificado pelo Papa Gregório XV em 18 de abril de 1622 e canonizado em 28 de abril de 1669, pelo Papa Clemente IX.

Pedro nasceu em 1499, na cidade espanhola de Alcântara, Extremadura, que fica perto dafronteira com Portugal, recebendo o nome de Juan de Sanabria Garcia Garavito. Seu pai, Pedro Garavito, jurisconsulto ilustre, exercia o cargo de governador de Alcântara. Suamãe, Maria Vilela de Sanabria, filha de Juan de Sanabria e de Urraca González Maldonado, é, pois, descendente de uma grande família espanhola, e não ficava aquém das virtudes e raras qualidades do marido. Pedro Garavito falece em 1506 e dona Maria contrai segundas núpcias, casando-se com o também viúvo Alonso Barrantes, em 1508.

Pedro teve quatro irmãos: dois do primeiro e dois do segundo casamento de sua mãe (García e María; Pedro e Francisco).Juan (Pedro) desde cedo gostava de rezar secretamente no oratório da casa. Após um curso de gramática e filosofia em sua cidade natal, entra, aos quatorze anos, para a célebre Universidade de Salamanca, onde se aplicou aos estudos, à oração, penitências e progrediu rapidamente nos estudos universitários e na ciência dos Santos. Nas horas vagas, dedicava-se aos pobres doentes que o estimavam muito por sua caridade tão fraterna. Entusiasmou-se pela vida dos franciscanos porque lhe pareciam gente muito desprendida do material e muito dedicada ao espiritual. Pediu para ser admitido como franciscano e elegeu o convento onde estavam os religiosos mais rigorosos dessa comunidade.

No noviciado, colocaram-no na posição de porteiro, hortelão, varredor e cozinheiro. Nesta última posição sofria freqüentes acidentes, por ser muito distraído. Toma o hábito em 1515 e muda o nome para Pedro.

Em 1524, com 25 anos de idade, foi ordenado sacerdote e, pouco depois, designado pregador. Tornouse modelo de perfeição monástica e ocupou altos cargos, os quais administrou até chegar a superior do convento e mais tarde, provincial da Ordem. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de diretor espiritual de Santa Teresa D'Avila.

Amável e compreensível para com o próximo, era intransigente e extremamente severo para consigo mesmo. Franciscano de espírito e por convicção, outras coisas não possuía a não ser um hábito surrado, um breviário, um crucifixo tosco e um bastão. Não usava calçado, nem chapéu. Jejuava a cada três dias, alimentando-se unicamente de um pouco de pão, água e legumes temperados com cinza, para não sentir nenhum prazer no alimento. Mortificou-se tanto com a comida e a bebida, que perdeu o paladar e, assim, todos os alimentos lhe pareciam iguais. Quando lhe chegavam os êxtases e dias de oração mais profunda, seus sentidos não se davam conta do que sucedia ao seu redor e, então, ele passava até uma semana sem comer nada.

Passava horas e horas de joelhos e, quando o cansaço lhe chegava, apoiava a cabeça em um prego na parede e, assim, dormia alguns minutos. Normalmente dormia apenas duas horas por noite e, ainda assim, sentado numa cadeira, em pé ou encostado na parede. Costumava passar noites inteiras sem dormir um minuto, rezando e meditando. 

Para suportar o inverno, tirava o manto e abria a janela e a porta de seu quarto para que, ao colocar novamente o manto e fechá-las, seu corpo se contentasse com um pouquinho de calor. Com o tempo, foi diminuindo essas terríveis mortificações, pois percebeu que lhe arruinavam a saúde. O amor de Deus lhe preenchia tanto a alma que, quando lhe trespassava o peito, tinha que abandonar a sua cela para sair e refrescar-se ao ar livre. Era-lhe muito difícil orar ou celebrar a Santa Missa sem sair de si mesmo e até levantar-se ao ar, muitas vezes. 

Freqüentemente o Espírito o invadia e, então, dava grandes gritos e corria a fechar-se em sua cela, como aquele dia em que, instruindo seus irmãos sobre o Evangelho, caiu gritando ‘Deus se fez carne’ e correu à gruta que lhe servia de cela, onde passou três horas em êxtase. Ele podia falar sobre o amor com toda propriedade, como o faz em seu ‘Tratado da Oração e da Contemplação’, joia de grande valor, ainda que pequena em tamanho, que alimentou a grandes espíritos e mereceu os elogios de São Francisco de Sales. Este foi o testamento espiritual daquele severíssimo reformador de frades, um dos maiores promotores do fervor religioso na Espanha de seu tempo.

O superior de certo número de casas religiosas, numa província da ordem.
O trabalho no qual mais êxitos obtinha era o da pregação. Seus sermões, tirados dos profetas e dos livros sapienciais, manifestavam a mais terna simpatia humana. Tinha a graça de comover a seus ouvintes e muitas vezes bastava sua presença para que muitos deixassem suas vidas cheias de vícios e começassem uma vida mais virtuosa. Preferia sempre os auditórios de gente pobre, pois lhe parecia que eram os que mais vontade tinham de se converter. As pessoas diziam que, enquanto pregava, parecia que estava vendo o invisível e escutando mensagens do céu. Pregou na Espanha e em Portugal.

Pela reforma da ordem franciscana, Pedro não só restabeleceu na família monástica o espírito primitivo da pobreza, humildade e penitência, mas concorreu grandemente para a renovação da fé entre o povo, na época em que os protestantes começavam seu  trabalho. A virtude e extraordinários talentos de que era dotado, tornaram seu nome célebre e acatado em toda a Espanha. Ainda em vida era chamado Frei Pedro, o Santo. De longe vinham pessoas, com o fim de conhecer o humilde e amável franciscano, e dele recebiam instrução, conselho e consolo. Nas viagens do missionário o povo se acercava dele, para beijar-lhe a orla do hábito e pedir-lhe a bênção.

Cidades e municípios recorriam ao seu julgamento, para fazer cessar litígios. Ao terminar cada missão, fazia erguer nas praças públicas ou encruzilhadas, uma grande cruz para lembrar ao povo as verdades que tinha ensinado.

Desejando que os religiosos mais se mortificassem e dedicassem mais tempo à oração e à meditação, fundou um novo ramo de franciscanos, chamados de ‘estrita observância’, ou ‘alcantarinos’. Em pouco tempo havia muitos conventos dedicados a levar à santidade seus religiosos, por meio de uma vida de grande penitência. Dizia a seus frades: ‘Se virdes pecar um vosso irmão, não o ofendais e não o perturbeis, mas, cheios de docilidade, falai-lhe ao coração e avisai-o, com amor, convindo que vós sejais feitos do mesmo barro’.

Em 1560 Pedro de Alcântara encontra-se com Tereza D’Ávila, que confideciou-lhe, muito angustiada, que algumas pessoas diziam-lhe que as visões que tinha eram ilusões do demônio. Guiado por sua própria experiência em matéria de visões, Pedro entendeu plenamente o caso dessa jovem e lhe disse que suas visões vinham de Deus e falou em seu favor com os sacerdotes que a dirigiam. Pedro muito ajudou Tereza D’Ávila tendo sido seu amigo, seu confidente e tendo orientado-a nas dificuldades e provações de sua vida espiritual. Trocou com ela inúmeras cartas, nas quais animava-a e orientava-a em seu trabalho. 

Sua última carta data de 14 de outubro de 1562, poucos dias antes de sua morte. ‘Era um homem muito amável, mas só falava quando lhe perguntavam algo e respondia com poucas palavras, mas valia a pena ouví-lo, porque o que dizia fazia muito bem’, contava Tereza D’Ávila.

Realizou em sua Ordem uma reforma análoga àquela que João da Cruz e Teresa D'Ávila fizeram entre os carmelitas. Rigorosíssimo no espírito de pobreza e mortificação, deu vida nova à então decadente espiritualidade franciscana. Todos os rigores que impunha a si e a todos os demais frades estavam inspirados no testamento de São Francisco que, para Pedro, era o pensamento definitivo do Fundador da Ordem. 

Sua vida foi uma verdadeira interpretação hispânica do espírito do Poverello. Franciscana era sua figura, envelhecida antes do tempo, caminhando por vales e montanhas, para visitar os conventos encomendados a seus cuidados, para exortá-los, sem desfalecimento, a perseverar na pobreza total. Franciscana foi sua morte, rodeado de seus irmãos, em uma vila esquecida, com palavras de exaltação à pobreza e à oração. Seu corpo foi coberto das mais pobres vestes.

Em 19 de outubro de 1562, com 63 anos de idade, após sofrer muito, ardendo em febre, recusou um copo de água que lhe ofereciam porque Jesus Cristo também sofrera sede, e expirou. Era um domingo, pela manhã, dia de São Lucas. 

Teresa D’Ávila teve uma visão de sua alma subindo ao Céu. Ele morreu no convento Arenas, em Ávila, sendo sepultado na Igreja do convento. Declarou Tereza D’Ávila, a respeito de Pedro de Alcântara, após sua desencarnação: ‘Tenho-o visto muitas vezes com grandíssima glória. Parece-me que muito mais me consola do que quando aqui estava’. Tereza contou, ainda, que Pedro de Alcântara lhe apareceu depois de morto e disse-lhe: ‘Felizes sofrimentos e penitências na terra, que me conseguiram tão grandes prêmios no céu’.

Foi beatificado pelo Papa Gregório XV em 18 de abril de 1622 e canonizado em 28 de abril de 1669, pelo Papa Clemente IX.

Fonte:http://escravasdemaria.blogspot.com.br/2012/10/sao-pedro-de-alcantara-confessor.html

Paulo enfrentou Pedro, em público.

Sim, isso é verdade!Paulo enfrentou Pedro, em público. Parece até chocante, ouvir isso, não é mesmo? Mas é necessário entendermos que os cristãos daquela época não são diferentes em nada de nós, atualmente. 


Há fraquezas, divergências, fingimentos, medos e tantas outras coisas...

Quando falamos em Pedro, normalmente lembramos de que ele negou Jesus, isso é o foco. Mas veja, Pedro sendo um homem fraco, continou a pecar, mas isso não impediu o mesmo de lutar, tanto que ao final, morreu também crucificado e o quis que fosse de cabeça para baixo, por não se achar digno de morrer como o mestre.

A nossa força está em Deus.

Quando Pedro foi a Antioquia, eu o enfrentei em público, porque ele estava claramente errado.De fato, antes de chegarem algumas pessoas da parte de Tiago, ele comia com os pagãos; mas, depois que chegaram, Pedro começou a evitar os pagãos e já não se misturava com eles, pois tinha medo dos circuncidados.Os outros judeus também começaram a fingir com ele, de modo que até Barnabé se deixou levar pela hipocrisia dele.Quando vi que eles não estavam agindo direito, conforme a verdade do Evangelho, eu disse a Pedro, na frente de todos: "Você é judeu, mas está vivendo como os pagãos e não como os judeus. Como pode, então, obrigar os pagãos a viverem como judeus?"Nós somos judeus de nascimento, e não pagãos pecadores.Sabemos, entretanto, que o homem não se torna justo pelas obras da Lei, mas somente pela fé em Jesus Cristo. Nós também acreditamos em Jesus Cristo, a fim de nos tornarmos justos pela fé em Cristo e não pela observância da lei, pois com a observância da Lei ninguém se tornará justo.(Gálatas 2,11-16).

Temos que deixar de sermos omissos.Paulo falava assim com Pedro, e ai dele se nao o tivesse enfrentado, como ficariam os gentios? 

Vejamos que Pedro tinha medo dos circuncidados. Essa sempre foi uma característica bem marcante dele. Diz a passagem bíblica que os outros judeus começaram a fingir com Pedro e isso contaminou até Barnabé, que passou a fazer o mesmo.

O fingimento, é algo muito grave. Realmente ele é um veneno que vai afetando a vida das pessoas.

Paulo ainda chama Pedro de hipócrita e o corrige publicamente. Isso é sério e precisamos entender que na comunidade há mais Pedros do que Paulos e por isso a fé de muitos está apagando.

Se vivêssemos a verdade, o mundo seria diferente. Em João 8,32 diz que vivereis a verdade e ela vos libertará. Então, é a verdade que liberta. Precisamos estar conscientes disso.

Paulo vem nos explicar que a lei é como um professor que nos conduziu a Cristo, para termos fé e através desta fé nos levar a praticar a justiça.

A Lei, portanto, é para nós como um pedagogo que nos conduziu a Cristo, para que nos tornássemos justos mediante a fé.Chegada a fé, já não estamos sob os cuidados de um pedagogo.De fato, vocês todos são filhos de Deus pela fé em Jesus Cristo,pois todos vocês, que foram batizados em Cristo, se revestiram de Cristo.Não há mais diferença entre judeu e grego, entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, pois todos vocês são um só em Jesus Cristo.(Gálatas 3,24-28)

Catorze anos depois, voltei a Jerusalém com Barnabé e levei também Tito comigo.
Fui lá seguindo uma revelação. Expus a eles o Evangelho que anuncio aos pagãos, mas o expus reservadamente as pessoas mais notáveis, para não me arriscar a correr ou ter corrido em vão.

Precisamos saber o momento certo de pregar e para quem pregar. Não podemos correr em vão.

Diz Paulo em gálatas que para ele pouco importava aqueles notáveis porque Deus não faz distinção de pessoas, mas até eles viram que Deus agia de forma diferenciada entre ele e Pedro.

Pelo contrário, viram que a mim fora confiada a evangelização dos não circuncidados, assim como a Pedro fora confiada a evangelização dos circuncidados.(Gálatas 2,7)

De fato, aquele que tinha agido em Pedro para o apostolado entre os circuncidados, também tinha agido em mim a favor dos pagãos.(Gálatas 2,8).

O interessante, é que caminhavam juntos, era a turma de Jesus, com chamados diferentes.

Por isso temos que estar atentos, para não excluir ninguém e até mesmo exortar quando o outro erra. Temos que repreender, não podemos ser negligentes e digo isso para mim, que acredito ainda, necessitar de muita cura interior, para poder realmente falar aquilo que as pessoas precisam ouvir. Sinto que peco muito por omissão.

Que Deus nos conceda a graça da libertação e mais ainda, de repreender o irmão quando ele está errado  para não atrapalhar os planos do Senhor, como Pedro na sua ignorância estava fazendo e graças a repreensão de Paulo os gentios tiveram a sua chance na história da salvação, não ficando Pedro negligente.


Augusta Moreira dos Santos

Pessoas certas em momentos errados ou pessoas erradas em momentos certos? O que é vocação?


Cada pessoa deveria descobrir primeiramente sua vocação (o modo de viver o batismo) e a partir dela o seu estado de vida e no entanto, muito escolhem o estado de vida primeiro para depois decidir sobre como viver o batismo.

O que é vocação? É um chamado a ser de determinado modo e de realizar algo específico e único.

Olhamos para fora como um todo e não para dentro de nós mesmos por isso temos dificuldade em escutar a voz do pastor. É vital para que nos sintamos completos que descubramos aquilo que é característico em nós e que não se repete em outras pessoas e que é revelado pelas circunstâncias.

É preciso descobrir o fio de ouro que fomos tecendo no decorrer de nossa vida através dos acontecimentos, intervenções e manifestações de Deus que que nos levará para algo específico, irrepetível e único. 

É necessário reconhecer, dentro da nossa  própria história, o projeto de Deus que nos  chama para uma missão, como o próprio Jesus reconheceu ao dizer que foi exatamente para isso que Ele veio, para ser crucificado e salvar a humanidade.

“Agora estou muito perturbado. E o que vou dizer? Pai, livra-me desta hora? Mas foi precisamente para esta hora que eu vim”. (São João 12,27)

Em Isaías 53 diz que o projeto do pai para Jesus era que Ele fosse esmagado pelo sofrimento.

Eu não condeno quem ouve as minhas palavras e não obedece a elas, porque eu não vim para condenar o mundo, mas para salvar o mundo.(São João 12,47)

Depois de lavar os pés dos discípulos, Jesus vestiu o manto, sentou-se de novo e perguntou: "Vocês compreenderam o que acabei de fazer?Vocês dizem que eu sou o Mestre e o Senhor. E vocês têm razão; eu sou mesmo.Pois bem: eu, que sou o Mestre e o Senhor, lavei os seus pés; por isso vocês devem lavar os pés uns dos outros.Eu lhes dei um exemplo: vocês devem fazer a mesma coisa que eu fiz.Eu garanto a vocês: o servo não é maior do que o seu senhor, nem o mensageiro é maior do que aquele que o enviou.. Se vocês compreenderam isso, serão felizes se o puserem em prática."(São João 13,12-17).

Se formos tecer o fio de ouro da vida de Jesus chegaremos à cruz. E os sinais sempre foram estes:"os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam e aos pobres é anunciada a Boa Notícia”. (São Mateus 11,5)

Ao olhar para a vida de Jesus dá pra perceber que ele era o filho unigênito de Deus, que era um homem obediente ao pai, pregava e vivia a verdade e que preparou os discípulos durante três anos para a missão.

Jesus orava e era obediente. Não viveu para o seu “eu”, mas sempre buscando fazer a vontade de Deus e sem reclamar. É um mistério. E esse mistério está sempre dentro de nós e poderemos perceber em vários circunstâncias, até mesmo quando nos deparamos com a dor, a tristeza, a perda, o luto que podem despertar fugas, resignação, distância, luta, aceitação e porque não, até  nas escolhas que cada um estabelece para sua satisfação ou insatisfação, aquilo que nos faz felizes ou infelizes.

A célebre  pergunta que devemos responder a Deus quando começamos o processo vocacional nas nossas vidas é: O que procuramos? Foi a pergunta que  Jesus fez para André e Felipe que o seguiam: “O que procurais”, e eles responderam “Rabi, onde moras?”.

No meu caso já tenho a resposta. Procuro aquilo que me completa. Se morresse hoje, morreria como uma fracassada, pois ainda sinto que não completei a minha missão, o projeto do pai na minha vida.

O que vai mostrar qual é a minha missão? O fio de ouro que foi tecido no decorrer de minha vida.

Cada pessoa deveria descobrir primeiramente sua vocação (o modo de viver o batismo) e a partir dela o seu estado de vida e no entanto, muito escolhem o estado de vida primeiro para depois decidir sobre como viver o batismo.

É importante a descoberta antes, para que seja como religioso ou na vida matrimonial a pessoa possa identificar de uma forma bem concreta para que e porque veio a esse mundo, ou seja, sua missão pessoal mesmo dentro de uma congregação, de uma comunidade, algo que já está presente dentro de si e é revelado pelas circunstâncias.

Dizem que para chegar à maturidade da fé é fundamental alcançar a maturidade da vocação, pois aquele que não descobre, não abraça e não se entrega à sua vocação não consegue atingir a maturidade da fé.

A vocação está escrita nos nossos corações  desde o momento no qual fomos criados.

Num retiro foi revelado para mim:"Augusta, o Senhor vem confirmar sua missão desde antes a sua concepção de ser ponte para as pessoas até Ele. Você é como aquele anjo que joga as pessoas na piscina para serem curadas”.

Fui observar é isso mesmo. Minha missão é ser ponte que leva as pessoas até Jesus.

O atleta esportivo só recebe a coroa se lutar segundo as regras, dizia São Paulo e na vida Cristã da mesma forma.

Quem diz que permanece em Deus deve caminhar PESSOALMENTE como Jesus caminhou.

Jesus teve compaixão de Marta e Maria; Curou doenças, expulsou demônios, orou em todas as circunstancias, foi obediente a Deus e fez a sua vontade; Falou a verdade; acolheu os pecadores, Jesus perdoou até os que lhe crucificaram- Pai perdoai-lhes porque não sabem o que fazem.

Precisamos ir na raiz do que estamos procurando para descobrir a vocação.

Pedro soube viver muito bem o seu chamado. 

Pedro disse que não era digno de morrer como o seu mestre e morreu crucificado de cabeça para baixo.

Foi uma linda prova de amor de Pedro ao seu mestre.

Paulo, o apóstolo, teve sua cabeça decepada e nos três lugares que a cabeça caiu formaram fontes.

Prodìgios. Isso foi o que ocorreu desde a conversão de Paulo, tanto que até a sua sombra curava as pessoas. Qualquer objeto que ele encostasse era levado aos doentes e eles eram curados.

Estevão morreu apedrejado. O interessante que quem descobre sua vocação é capaz de dar a vida por amor. É inexplicável isso. 

A descoberta da vocação é um trabalho de edificação de nós mesmos, da nossa própria identidade. É necessário atenção, escuta, paciência e ser dócil para acolher a palavra de Deus. Um orientador ou diretor espiritual é importante e lamentavelmente a maioria não o tem ou o consegue de forma errônea. Não é o diretor correto para os devidos ajustes e ajuda e assim a pessoa fica nadando contra a maré.

“IPed 5,2 Sede pastores do rebanho de Deus confiado a vós; cuidai dele não por coação, mas de coração generoso, não por torpe ganância, mas livremente. Não como dominadores da herança a vós confiada, mas antes como modelo do rebanho.

Infelizmente buscamos pessoas certas em momentos errados ou pessoas erradas em momentos certos e isso prejudica e muito na nossa vocação.

A minha vocação não é iniciativa minha. Ela é uma resposta que nasce da gratidão a Deus e devo fazer uma leitura da minha própria vida para chegar lá, inclusive dos benefícios que recebemos de pessoas que foram mediadores de Deus, para que chegássemos a esse grau de maturidade.

Portanto, somos do entendimento de que precisamos tecer o fio da nossa vida para nos descobrirmos, pois quando você descobre sua vocação, você está descobrindo a si mesmo.

Augusta Moreira dos Santos