Como,
então, encontrar a verdadeira interpretação? Como estar seguro de que se
alcança o pensamento de Deus, de não o confundir com as nossas próprias
aspirações? O próprio Jesus responde a isto em dois textos complementares: “Quanto a ele, o Espírito Santo, ele vos introduzirá na verdade completa”[13] e “Pedro, tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja…”.
“Simão, Simão, eis que Satanás vos reclamou para vos joeirar como o trigo. Mas
eu rezei, para que a tua fé não falhe. Tu, pois, quando voltares, confirma os
teus irmãos”[14].
O primeiro texto mostra que ninguém pode
realmente compreender a palavra de Deus se o Espírito Santo, que está no autor,
não o ilumina. É preciso ser inspirado para compreender a palavra inspirada. É
verdade, já, ao nível da poesia. Todos experimentam que é preciso um certo
clima, um certo estado de espírito para saborear um poema.
No que toca à
palavra de Deus, é ainda mais verdade, sobretudo se compreendermos que existe
um abismo entre os pensamentos dos homens e os de Deus. A palavra de Deus é um
jardim bem fechado, uma fonte selada, reservada àqueles que vivem com Deus. A
oração é a chave. A segunda palavra citada mais acima, vem completar e retificar
o que podia haver de insuficiente na primeira. Com efeito, é fácil confundir a
inspiração do Espírito Santo com o nosso próprio imaginário.
Psicologicamente,
os efeitos são os mesmos. Foi por isso que Deus estabeleceu uma referência objetiva,
um Magistério[15] com que se comprometeu a proteger do erro, a tornar
infalível: “rezei para que a tua fé não falhe”[16].
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