quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Conversão, segundo o Cardeal Eusébio Scheid




"A conversão que Cristo prega não é a volta ao passado e, nem mesmo, o ferrenho apego a tradições vazias e sem sentido, como comenta o próprio Jesus de Nazaré. É preciso caminhar por estradas novas, caminhos estreitos...", diz o Cardeal Eusébio Scheid, arcebispo do Rio de Janeiro.
"Convertei-vos!

Não goza de simpatia alguma e, menos ainda, de preferência o vocabulário que fala de conversão, penitência ou mudança de atitude. Todos esses conceitos parecem duros, quando não, agressivos e mais apropriados para sermões missionários, quaresmais ou sobre as realidades últimas. Assustam e, até, chocam.

Contudo, foi através do convite à conversão e à aceitação do Evangelho, que Jesus Cristo começou a traçar os novos rumos da história e a modelar o 'homem novo, segundo a justiça e a santidade da verdade': 'Convertei-vos! Crede na Boa-Notícia' (Mc 1,15). É um convite, um imperativo, uma exigência.

Tomar atitudes novas, duradouras, não raro, opostas a hábitos inveterados, causa espanto, desconforto, aversão. Hoje, mais do que nunca, apraz-nos o provisório, o mutável, descartável e 're-inventável': a novidade.

A fundamentação mais universal para indicar a conversão é a da mudança. Daí surge a primeira questão: quem deve mudar, a realidade, os condicionamentos, as estruturas ou o indivíduo que é o atingido ou mesmo o causador dessas estruturas? A evasiva mais fácil é a de culpar as estruturas e, com isso, continuar na rotina do 'deixa andar'. Parece a evasiva mais fácil...

Converter-se é mudar, ser diferente, mudar de rumo, agir de maneira diversa. Segundo a Bíblia, a conversão implica em mudança de mentalidade (matánoia): assumir uma cosmovisão diferente, valores novos, postura ética de outro feitio e vertente. Postula mudança de rumo e de prospectiva.

É bem verdade, que a conversão pressupõe, como primeiro passo, o conhecimento da realidade a ser transformada. Exige um profundo conhecimento de si mesmo e de tudo aquilo que afeta e pode modificar a minha pessoa, ou melhor, minha personalidade. Quais os 'mecanismos' que determinam o meu agir, resultante do meu modo de pensar? Aqui entramos em uma área bastante ampla e complexa. Não são muitos os que, realmente, se conhecem a fundo. Seria preciso ampliar o auto-conhecimento.

Perguntamo-nos o que Cristo intentava, quando convidou seus ouvintes à conversão: 'Convertei-vos! Crede na Boa-Nova!'. Estava em jogo, naquela hora, a própria finalidade da sua vinda ao mundo, o conteúdo de seu ensinamento e de seu modo de agir. Primeiramente, Cristo nos veio ensinar a ser filhos e filhas de Deus e, de conseqüência, a ser irmãos e irmãs.

Parece simples e, contudo, é o caminho de conversão mais difícil. Ser filho e filha de Deus importa em 'estar nas coisas do Pai' (Lc 2,49), sem esquecer as da terra. Cuidar e amar o que é terreno em vista do que é eterno. São normas fundamentais e irrenunciáveis. É o equilíbrio entre materialismo e alienações. Quando, em dias de estudo, de retiro ou de aprofundamento da fé, se fala de conversão, assalta-nos uma certa tristeza, medo e insegurança. Trata-se de algo novo, omitido ou nunca antes pensado como urgente.

Ao falar de conversão para Deus e para os irmãos, entramos no âmbito da familiaridade com as coisas do Alto e da fraternidade, apoiada em verdades reveladas: 'Vós todos sois irmãos' (Mt 23,8); trazemos em nós a estampa do Criador (Gn 1,26), que vai respeitada por ser a identidade de nossa própria origem; somos conduzidos pelo Espírito, destinatários do mesmo fim: 'Nosso coração está irrequieto até que descanse em vós' (Confissões de Santo Agostinho, 1,1). Os irmãos e irmãs estão em nível de 'parentesco' em Deus.

Quando repensamos certas conversões, tais como: a de São Pedro, de São Paulo, de Santo Agostinho, de Edith Stein, de John Wu, de São Francisco de Assis e tantas outras, não podemos deixar de admirar a magnanimidade de Deus e a firmeza de vontade dos convertidos. Não voltam atrás no passo dado, ainda, que lhes custasse o sacrifício da vida.

A conversão que Cristo prega não é a volta ao passado e, nem mesmo, o ferrenho apego a tradições vazias e sem sentido, como comenta o próprio Jesus de Nazaré. É preciso caminhar por estradas novas, caminhos estreitos... Sem apego às paisagens à beira do caminho, sem saudades do que ficou para trás, rasgando os horizontes do desconhecido, mas, com a certeza de um destino certo, porque Jesus, 'caminho, verdade e vida' (Jo 14,6) vai conosco, vai à frente.

Cito a conversão da mártir Edith Stein. Depois de peregrinar pela tradição judaica até à sua juventude, cai numa espécie de letargia ou descrença generalizada. Pratica a caridade como profissional de enfermagem, durante a guerra mundial de 1914-1918. Mergulha nos sistemas filosóficos mais complicados à procura de uma luz, por pequena que fosse. Nada a satisfaz, apesar da sua retidão moral e da sinceridade de sentimentos. 

Em noites de insônia, encontra a resposta a todos os seus questionamentos em uma simples biografia de Santa: a de Teresa D’Ávila. Não teme encetar a caminhada nova das oposições, dos sofrimentos familiares, dos aparentes escândalos. É iluminada pela luz que jorra do Calvário como esperança da novidade única e total. Encontra a luz plena e definitiva em um campo de extermínio, na frieza satânica de uma câmara de gás. Morre mártir em defesa da verdade, tal como São Paulo, São Policarpo e Santa Inês.

Conversão é o 'avançar para águas mais profundas' (Lc 5,4); é buscar a santidade no pensar e agir; ansiar pela amizade com Deus, 'único necessário' (Lc 10,42); é confiar na onipotência de quem amamos com novo amor e que pode 'transformar pedras em filhos de Abraão' e apoiar-se na força transformadora da Palavra de Deus e dos Sacramentos; é o alentar-se pela esperança que me garante o resultado certo pelo auxílio do ardor do Espírito.

A conversão desponta na vida dos santos e santas com o especial momento de graça: São Paulo tomba por terra e fica, transitoriamente, cego; Santo Agostinho deixa para trás um passado de glória mundana e de prazeres carnais. Edith Stein renuncia a uma pretensa auto-suficiência racional, para abraçar o 'enigma da fé' (1Cor 13,12); 

São Francisco de Assis se despoja de tudo e renuncia a todos os pseudo-valores que não se coadunassem com a nobre dama da Pobreza absoluta; Santa Teresinha abraça o martírio por amor: na escuridão aparente da fé, na crueza do sofrimento físico, no abandono total à bondade e misericórdia do Altíssimo...

'Voltai para mim de todo o coração, chorando e batendo no peito. Rasgai vossos corações... Voltai para o Senhor, vosso Deus, pois Ele é bom e cheio de misericórdia' (cf. Joel 2,12-13)"

Fonte: comshalom

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Roberto Carlos e Luciano Pavarotti Ave Maria


Vale a pena ver esse vídeo.
A emoção que Nossa Senhora promove e provoca em nós.
Dois gigantes da música, dois talentos maravilhosos.
Obra do nosso Pai Celestial.
Ouçamos e apreciemos:


A volta da amizade com Deus e a restauração do relacionamento humano





Amados irmãos,

Hoje me dirijo a você para falar de um assunto que é pouco abordado, mas que é uma realidade que precisa ser vivida por nós.

Falo da revolta, do julgamento, da depressão, da desarmonia, da confusão e desentendimentos feitos e sofridos por nós, tanto na Igreja quanto fora dela.


Tudo está no fato de não nos conhecermos, não sabermos da obra da criação do mundo, como surgimos, porque vivemos e qual o significado da vida para nós.

É preciso resgatar nossas origens e digo ainda mais, neste resgate e até mesmo na contextualização histórica, necessário é voltarmos às origens, para podermos através da realidade bíblica, entender, aceitar e voltar a ter unidade com Deus, colocando-o no centro de nossas vidas.

Veja que na decaída, através de Adão e Eva, submetemos a transgressões e essas têm vindo de geração em geração. 


Através da desobediência, ten­tamos cumprir o papel cuja função é de Deus e com isso, perdemos a capacidade de cumprir aqueles para os quais fomos criados.

Vemos meus irmãos, que precisamos re­conciliar a vida com a forma como Deus a criou, com a ordem criada. Ao ir adquirindo a liberdade interior, começamos a obedecer a Deus, a perceber o seu amor misericordioso para conosco.

Quando Adão e Eva descumpriram a ordem dada pelo nosso pai celestial, eles começaram a ter vergonha, a se esconder, a mentir, e ouve a transgressão porque queriam ser mais que Deus.

E hoje, estamos cegos, não percebemos que a mídia, que a sociedade, nos tem levado ao caminho errôneo e temos consciência disso. Mas fingimos não ver.


Na Igreja temos olhado os defeitos das pessoas e não as virtudes. Temos julgado a todos. Enxergamos de longe o cisco do olho dos irmãos, mas não vemos uma bela trave nos nossos próprios olhos. 

E o pior, meus irmãos, que fiz isso inúmeras vezes e achava que estava certa. O pecado nos cega.

O pecado não nos faz ver o óbvio e a única forma da gente ser feliz e livre é conhecer a nossa história da criação e da salvação.

Porque ao conhecer a história vou poder reviver e transformar o que precisa nela na realidade da minha vida.

Ao compreender que Deus é o criador de todas as coisas, que foi ele que criou o céu, o mar, os animais, as plantas e tudo o mais e inclusive nós, mudamos o nosso foco, a nossa visão e vamos nos convencendo do projeto de Deus, do projeto de amor para conosco.

Quando Adão e Eva pecaram, deixaram de ter um relacionamento de intimidade com Deus e deixaram de ter um relacionamento de intimidade com o próximo.

Tanto que Deus criou a mulher, porque viu que só ele Deus não satisfazia ao homem, era necessário partilhar, ter alguém na mesma situação, na mesma realidade humana também, além de Deus.

Na desobediência tiveram vergonha até da nudez. Ao ter vergonha começaram a esconder.

E o que faz a falta de diálogo entre as pessoas é exatamente isso não viver a verdade, sem ter vergonha, viver a verdade como ela é, sem mentiras, sem disfarces, conhecereis a verdade e ela vos libertará.

Quando reconhecemos que Deus é o Criador de tudo e que a obediência a ele, é uma necessidade, para a nossa paz, para a nossa alegria e ao percebermos que precisamos das pessoas, como Adão precisou de Eva para ser feliz, nós precisamos de amigos, de família de servos, para que a felicidade seja completa. O homem não é feliz sozinho.

Ao conhecer a nossa história, vamos almejando a mudança e desistimos do papel de bancar o juiz de nós mesmos e dos outros, deixando de lado o julgamento, a condenação, a ira, a vergonha e assim por diante, para ficarmos livres para apreci­ar a nós mesmos e aos outros como  somos.

Entendendo, que não somos Deus, temos liberdade para ser como realmente somos e permitir que os outros sejam como real­mente são.

Daí, desistimos de tentar controlar as coisas que não podemos con­trolar e nos rendemos e confiamos no controle de Deus.

Além disso, recuperamos o controle daquilo que fomos criados para controlar, ou seja, nós mesmos.

Recuperamos o fruto do “autocontrole”.

Desse modo, temos a Deus como fonte de poder e as outras pessoas para nos dar apoio.

Não estamos mais sozinhos, com nossa rebeldia. Temos uma nova natureza que é fornecida por Deus para que o sigamos e nos submetamos a ele e temos pes­soas para nos ajudar a fazer isso que é tão importante.

Daí, meus irmãos, tornamo-nos dependentes e desistimos da nossa condição de independentes diante de Deus e dos outros.

Como Paulo explica: “Antes vocês estavam separados de Deus e, na mente de vocês, eram inimigos por causa do mau procedimento de vocês” (Cl 1.21).
Adão e Eva se tornaram auto-suficientes, pessoas controladoras e julgadoras que viviam sob suas próprias regras, achando que essa inimizade existia.
Nós ficamos cegos e realmente não percebemos, nós julgamos, ao julgar o outro pode observar ou você é daquela forma que você está vendo o irmão ou já foi daquela forma, como a mesma medida sereis medidos e digo que não é no fim do mundo, é no nosso cotidiano.
Adão e Eva perderam outro relacionamento indispensável, aquele que tinham entre si, ficaram “nus e envergonhados, perderam a intimidade, até (entre os dois), tanto que se cobriram.
Não há como termos uma vida nova sem a restauração do relacionamento humano e da volta do Poderio do Senhor nosso Deus, que nos criou.
Devíamos desfrutar tudo o que Deus tinha nos dado, mas não tentar ser Deus e julgar.
Deus será a origem da cura e do crescimento se nos voltarmos para ele.
Somente Deus pode julgar e não devemos assumir esse papel, mas se o fazemos é pelo pecado, mesmo.
Deus fez as regras e nós devemos obedecer. Os papéis são claros. Deus determinou como a vida dever ser e sob que regras devem ser vividas. Nosso papel é o da obediência.
Deus não nos perguntou ao impor as regras e o desígnio da vida. Deus não nos indagou se era uma boa idéia que cuidássemos dos animais, dominando-os. Não nos perguntou se tinha escolhido as árvores certas para comermos. Não nos pediu opinião se a idéia do homem e da mulher era boa. Ele simplesmente criou a realidade e depois nos mandou obedecê-la.
A Libertação nos leva de volta a esses relacionamentos. Faz-nos reconciliar com Deus pela fé e pelo perdão, e restabelece a ligação.
Depois, nos leva de volta para restaurar a legítima ligação com as pessoas, pois reforça o amor, a identificação com nosso semelhante, a preocupação com o outro, o perdão, a cura, a instrução, a correção, etc.
Retornamos a Deus em busca de força, verdade, cura, proteção, correção e muitas outras coisas.
Portanto, concluímos que há uma necessidade básica, da volta da amizade com Deus e a restauração do relacionamento humano e que vamos conseguir com a ajuda de pessoas, com a leitura da bíblia, através do silêncio e de tantos outros meios que Deus nos fornece.

Que Deus nos conceda essa graça da obediência e da unidade.

Augusta Moreira dos Santos

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Católico e Espírita, é possível?




O Concílio Vaticano II chamou os leigos a participarem ativamente da vida da Igreja. Através do Decreto Apostolicam Actuositatem pede:

"Grassando na nossa época gravíssimos erros que ameaçam inverter profundamente a religião, este Concílio exorta de coração todos os leigos que assumam mais conscientemente suas responsabilidades na defesa dos princípios cristãos" (AA,6).

Em que pese a doutrina da Igreja, bem como a sua Tradição e o seu Magistério, mostrarem a radical incompatibilidade entre o Cristianismo e o espiritismo, muitos "católicos", fracos na fé e pouco conhecedores da doutrina, teimam em persistir neste sincretismo perigoso. 

Vão à missa e ao culto espírita, como se isto não fosse proibido pela fé católica.

É preciso ficar bem claro que o espiritismo (bem como suas derivações) contradiz "frontalmente" a doutrina católica em muitos pontos, sendo, portanto, impossível a um católico ser também espírita.

Em 1953, os Bispos do Brasil disseram que o espiritismo é o desvio doutrinário "mais perigoso" para o país, uma vez que "nega não apenas uma ou outra verdade da nossa fé, mas todas elas, tendo, no entanto, a cautela de dizer´se cristão, de modo a deixar , a católicos menos avisados, a impressão erradíssima de ser possível conciliar catolicismo com espiritismo" (Espiritismo, orientação para os católicos, D.Boaventura Kloppenburg, Ed. Loyola, 5ªed, 1995,pag.11).

Muitas passagens da Bíblia comprovam o que está dito acima. A principal delas é a que está no livro do Deuteronômio:

"Não se ache no meio de ti quem faça passar pelo fogo seu filho ou sua filha [magia negra], nem quem se dê à adivinhação, à astrologia, aos agouros, ao feitichismo, à magia, ao espiritismo, à adivinhação ou à evocação dos mortos, porque o Senhor, teu Deus, abomina aqueles que se dão a essas práticas..." (Deutr 18,9-13).

Essas palavras da Bíblia são muito claras e fortes e não deixam dúvida sobre a proibição "radical" de Deus a todas as formas de ocultismo e busca de poder ou de conhecimento fora da vontade de Deus. 

E isto é um perigo para a vida cristã, porque "contamina" a alma. Deus "abomina" aqueles que se dão a essas práticas, diz a Palavra de Deus. Abomina quer dizer, detesta, odeia, rejeita. Não consigo imaginar nada pior nesta vida do que uma pessoa ser abominável a Deus, por própria culpa.
O livro do Levítico traz a mesma condenação:

"Não vos dirijais aos espíritas nem aos adivinhos: não os consulteis para que não sejais contaminados por eles" (Lev 19,31).
Essa "contaminação" espiritual é perigosa para o cristão. Por se tratar de um pecado grave, essa prática o coloca sob a influência e dependência do mundo tenebroso dos demônios.

A primeira consequência para a pessoa que se dá a essas práticas proibidas, é um "esfriamento" espiritual. Começa a esfriar na fé, deixa a oração, os sacramentos, e torna-se fraco na fé, na esperança e na caridade, até, digamos, morrer espiritualmente.

Se você entra num ambiente espírita, de macumba, candomblé, etc, mesmo que seja apenas por curiosidade, "sem maldade", você está pecando e colocando-se sob o jugo do demônio. Neste assunto, é a "curiosidade" que leva muitos católicos ao pecado.

Sabemos que o demônio pode se fazer presente nesses ambientes, já que a Igreja nos garante que nenhum "espírito" dos mortos andam perambulando pelo mundo e, muito menos "baixando" em lugar algum. Os espíritos que baixam nesses "centros", se baixam, são certamentes espíritos malígnos.
Repete a Palavra de Deus, pelo livro do Levítico:

"Se alguém se dirigir aos espíritas ou aos adivinhos para fornicar com eles, voltarei o meu rosto contra esse homem..." (Lev 20,6).

Por "adivinhos" devemos entender todas as formas de se buscar o conhecimento de realidades ocultas, conhecer o futuro, etc. Entre essas práticas estão, entre outras, a invocação dos mortos (necromancia), a leitura das mãos (quiromancia), a astrologia, os búzios, cartomancia, consultas aos cristais, tarôs, numerologia, etc.
Uma verdade bíblica que todo católico precisa saber, é o que disse São Paulo aos coríntios:

"As coisas que os pagãos sacrificam, sacrificam´nas aos demônios e não a Deus. E eu não quero que tenhais comunhão com os demônios. Não podeis beber ao mesmo tempo o cálice do Senhor e o cálice dos demônios. Não podeis participar ao mesmo tempo da mesa do Senhor e da mesa dos demônios. Ou quereis provocar a ira do Senhor?" (1 Cor 10,20-22).

Qual é o grande ensinamento que esta Palavra nos traz?
Que todo culto que se presta a uma entidade espiritual, é recebido ou por Deus ou por Satanás. Como os pagãos não prestam o seu culto a Deus, então, por exclusão, quem o recebe é o demônio. 

Daí podermos entender porque Deus abomina aqueles que se dão a essas práticas pagãs já citadas. Neste caso, Deus é rejeitado, é traido. E daí podemos entender também porque o "ambiente" fica propício à presença e manifestação do Mal.

O Antigo Testamento está repleto da "fúria" de Deus para com o seu povo eleito, quando esse povo "prevaricava", isto é, praticava a idolatria. 

Nessas situações, Deus abandonava o seu povo nas mãos dos seus inimigos, que os vencia nos combates, e muitas vezes os escravizava. O socorro de Deus só chegava depois que o povo se arrependia do mal que praticara. Pela boca do profeta Jeremias o Senhor diz:

"Eu os condenarei pelos males que cometeram, por me haverem abandonado, ofertando incenso a outros deuses e adorando a obra de suas mãos" (Jer 1,16).
"Ó céus, plasmai, tremei de espanto e horror... Porque o meu povo cometeu uma grande perversidade: abandonou-me, a mim, fonte de água viva, para cavar cisternas, cisternas fendidas que não retém a água"(Jer 2,11´13).

E o povo de Deus tinha plena consciência de que era a prática da idolatria que atraia sobre ele os castigos:
"Porque decretou o Senhor contra nós todos esses flagelos? Qual é o pecado, qual é o crime que cometemos contra o Senhor nosso Deus? 

Tu lhe dirás: É que vossos pais me abandonaram ´ oráculo do Senhor ´ para correr após outros deuses, rendendo-lhes um culto e diante deles se prosternando. 

E porque me abandonaram e deixaram de cumprir a minha lei, e porque vós mesmos fizestes pior que vossos pais, cada qual, sem me ouvir, obstinou-se em seguir as más tendências de seus corações. Assim, expulsar-vos-ei desta terra para vos lançar numa terra que não conhecestes, nem vós, nem vossos pais. Lá, dia e noite, rendereis culto aos deuses estranhos, porque eu não vos perdoarei" (Jer16,10´13).

Os Atos dos Apóstolos, escrito por S. Lucas, contam que S. Paulo expulsou um "espírito de adivinhação" de uma moça escrava que, com suas adivinhações dava muito lucro a seus senhores. Disse S. Paulo a esse espírito de adivinhação:

"Ordeno-te em nome de Jesus Cristo que saias dela". "E na mesma hora saiu" (At 16,16´18).
É óbvio que S. Paulo não falara a um "fantasma" ou a algo inexistente, apelando para a autoridade do Nome de Jesus. São Paulo expulsou da escrava um demônio, um espírito de adivinhação que estava na moça e dava´lhe o poder de adivinhar.

Isso muitas vezes ocorre nos centros espíritas e nos terreiros de macumba. O demônio sabe se "transfigurar em anjo de luz" (II Cor 11,14), como nos alerta São Paulo. E muito católico desavizado cai nas suas armadilhas. Como ele é um anjo, embora decaído, conserva os seus poderes superiores aos nossos. Sua inteligência é muito mais perfeita que a dos homens. E ele faz também os seus "milagres". Para conferir isto com a Palavra de Deus, basta ler o que São Paulo fala na carta aos tessalonicenses:

"A manifestação do ímpio será acompanhada, graças ao poder de Satanás, de toda a sorte de portentos, sinais e prodígios enganadores. Ele usará de todas as seduções do mal com aqueles que se perdem, por não terem cultivado o amor à verdade que os teria podido salvar" (2 Ts 2,9-10).
O espiritismo nega pelo menos 40 verdades da fé cristã:

1. Nega o mistério, e ensina que tudo pode ser comprendido e explicado.
2. Nega a inspiração divina da Bíblia.
3. Nega o milagre.
4. Nega a autoridade do Magistério da Igreja.
5. Nega a infalibilidade do Papa.
6. Nega a instituição divina da Igreja.
7. Nega a suficiência da Revelação.
8. Nega o mistério da Santíssima Trindade.
9. Nega a existência de um Deus Pessoal e distinto do mundo.
10. Nega a liberdade de Deus.
11. Nega a criação a partir do nada.
12. Nega a criação da alma humana por Deus.
13. Nega a criação do corpo humano.
14. Nega a união substancial entre o corpo e a alma.
15. Nega a espiritualidade da alma.
16. Nega a unidade do gênero humano.
17. Nega a existência dos anjos.
18. Nega a existência dos demônios.
19. Nega a divindade de Jesus.
20. Nega os milagres de Cristo.
21. Nega a humanidade de Cristo.
22. Nega os dogmas de Nossa Senhora (Imaculada Conceição, Virgindade perpétua, Assunção, Maternidade divina).
23. Nega nossa Redenção por Cristo (é o mais grave! ).
24. Nega o pecado original.
25. Nega a graça divina.
26. Nega a possibilidade do perdão dos pecados.
27. Nega o valor da vida contemplativa e ascética.
28. Nega toda a doutrina cristã do sobrenatural.
29. Nega o valor dos Sacramentos.
30. Nega a eficácia redentora do Batismo.
31. Nega a presença real de Cristo na Eucaristia.
32. Nega o valor da Confissão.
33. Nega a indissolubilidade do Matrimônio.
34. Nega a unicidade da vida terrestre.
35. Nega o juízo particular depois da morte.
36. Nega a existência do Purgatório.
37. Nega a existência do Céu.
38. Nega a existência do Inferno.
39. Nega a ressurreição da carne.
40. Nega o juízo final.

Apesar de tudo isso muitos continuam a proclamar que "o espiritismo e o Cristianismo ensinam a mesma coisa..."

Na verdade é o "joio no meio do trigo" (Mt 13,28), que o inimigo semeou na messe do Senhor. Nada como o espiritismo nega tão radicalmente a doutrina católica.

Ouçamos, finalmente, a palavra oficial da nossa Mãe Igreja, que tão bem nos ensina através do Catecismo:
"Todas as formas de adivinhação hão de ser rejeitadas: recurso a Satanás ou aos demônios, evocação dos mortos ou outras práticas que erroneamente se supoem "descobrir" o futuro. 

A consulta aos horóscopos, a astrologia, a quiromancia (leitura das mãos), a interpretação de presságios e da sorte, os fenômenos de visão (bolas de cristais), o recurso a médiuns escondem uma vontade de poder sobre o tempo, sobre a história e finalmente sobre os homens, ao mesmo tempo que um desejo de ganhar para si os poderes ocultos. 

Estas práticas contradizem a honra e o respeito que, unidos ao amoroso temor, devemos exclusivamente a Deus" (N° 2116).

"O espiritismo implica frequentemente práticas de adivinhação ou de magia. Por isso a Igreja adverte os fiéis a evitá-lo" (N° 2117).
Os católicos que se deram a essas práticas condenadas pela Igreja podem e devem abandoná-las com urgência. Devem procurar um sacerdote, fazer uma confissão clara dos seus pecados e prometer a Deus nunca mais se dar a essas práticas.

É preciso também destruir todo material (livros, imagens, gravuras, vestes, etc) usadas e consagradas nesses cultos.
O pecado dessas práticas é contra o primeiro mandamento da Lei de Deus: "Amar a Deus sobre todas as coisas". A gravidade está no fato da pessoa ir buscar poder, fama, dinheiro, consolação, etc, num lugar e numa prática não permitida por Deus e pela Igreja. Isto ofende a Deus.

Essas práticas eram usadas na Mesopotâmia antiga, no Egito, entre os povos de Canãa, enfim, entre os pagãos, e eram terminantemente proibidas por Deus ao seu povo.

Parece que hoje, grande parte do povo, volta ao paganismo e às suas práticas idolátricas. Isto nega o Cristianismo. A Igreja, como Mãe bondosa e cautelosa não quer que os seus filhos se percam. 

Conversão: Abandonar-se em Deus! (Passar pela Purificação)


"Oh sangue e água que jorrastes do coração de Jesus, como fonte de misericórdia para Nós; Nós confiamos em Vós!"Filho Pródigo                           
Você já parou para pensar quanto tempo você já tem de caminhada? Por quantas coisas você já passou? Tudo o que viveu?
Provavelmente, Sim! Mas, você lembra o começo de tudo? Dos detalhes daquele início, da primeira vez que Deus te chamou? 
Pois é, nesta caminhada para uma verdadeira experiência com Deus, existe uma passagem obrigatória: A Conversão. É impossível conhecer a Deus sem estar disposto a mudar sua vida. E esta conversão é aquele processo lento e discreto que se dá na vida da pessoa que encontra Deus, descobre-O e se deixa radicalmente transformar por Ele.  

Por isso, existem dois processos de conversão: a primeira conversão é aquela que nasce do propósito de entregar-se ao serviço do Reino, de saber que Deus existe, mas não desejar buscá-lo; já a segunda, é a que leva a pessoa a entregar-se totalmente a Deus no caminho da santidade.
A caminhada de quem se converte começa quando descobrimos que Deus está acima de todas as coisas, e é muito maior que nossos projetos e ideais. 

Quanto mais entramos realmente em contato com o Deus verdadeiro, mais nos tornamos sensíveis a perceber tudo o que nos afasta d’Ele. Quando Deus se revela a uma pessoa, o mundo em que ela vivia anteriormente perde a atração. 

O que nos realizava agora não é nada. O que era indispensável para a nossa felicidade agora se revela incapaz de nos dar a felicidade verdadeira. Aquele amor que era imprescindível mostra-se na realidade muito pobre para um coração chamado a apaixonar-se por Deus.

Portanto, chega um momento na nossa vida em que as coisas de antes precisam ser tratadas como lixo. Se não tivermos a coragem de chamá-las assim, corremos o risco de não nos converter e de nos contentarmos com a vida velha e medíocre de não chegarmos a ser homens novos, de não renascer para uma vida nova. 

É preciso aprender a deixar-se conduzir por tudo o que não entendemos, confiar inteiramente em Deus, porém, essa fase de nossa conversão é perigosa, pois somos tentamos a desistir, porque todas as seguranças que nós tínhamos antes não existem mais e as graças de Deus ainda anão se manifestam.

Eis porque se torna a fase de desestruturação. Porque é o momento em que a pessoa perceber que precisa acabar, livrar-se de uma determinada estrutura sobre a qual tinha fundamentado a própria vida. 

Essa é uma fase chamada de negativa, pois temos o dever de nos libertar da escravidão. Devemos abandonar nossos costumes, romper certos vínculos, rejeitar ilusões, parar de buscar a atenção do outro, quebrar qualquer dependência afetiva.

Então, somos chamados superar qualquer obstáculo que esteja em nosso caminho espiritual. Temos que aceitar a grande purificação necessária. Agora, a fase negativa se liga à fase positiva, pois é onde começamos a construir uma vida nova. 

Somos chamados a partir para o deserto. Não existe verdadeiro conhecimento de Deus que não nasça na solidão de um deserto e não amadureça nas dificuldades da provação

É Deus que procura o homem e para isto tira tudo o que se põe em oposição: afasta-nos de nossos planos, de nossos costumes, queima os nossos sonhos.É nesta fase que entenderemos que tudo é ação divina, e Deus sabe como fazer, porque deseja ardentemente se encontrar com sua criatura muito mais do que ela deseja encontrar seu criador. 

Portanto, Ele nos busca no deserto, experimenta-nos, prova-nos, por isso é preciso que o homem perca o controle da situação para aprender a abandonar-se. Deus conhece o nosso coração, sabe que ele é muitas vezes uma mistura de sentimentos, interesses, preocupações, amores, mas também tem Deus. 

Mas Deus deve ser o maior amor de nossa vida, e para isso precisar purificar o nosso coração através da provação, por ele vem à toa o que realmente temos no coração, aquilo que é e aquilo que não é autêntico, nossos apegos a nós mesmos, aos sucessos, às pessoas e às coisas. 

Por isso, geralmente nos assustamos quando Deus nos pede algum sacrifício, um sacrifício daquilo que temos de mais querido, de alguma coisa ou de alguém que entrou em nossa vida. 

Mas Deus só nos pede isso porque Ele quer que nos amemos muito mais do que estamos amando, e o vazio que ficou será preenchido por Deus. Quanto mais dura for a prova, mais sensível e verdadeira será a presença de Deus. 

O Coração e a mente provados pelo fogo, agora conhecem Deus de perto e não mais por ter ouvido alguém dizer (Jó 42, 5), pois Ele nos pede o sacrifício de um amor importante para poder nos devolver muito mais que nos pediu.

Diante deste conhecimento verdadeiro e realista de nós, as ilusões desaparecem, estabelece-se o silêncio, Deus fala, e nós podemos ouvi-lo.

Então, a sua conversão foi necessidade Sua ou de Deus? Você já passou pela fase negativa? Já se desapegou das coisas? Em que fase da conversão você se encontra?

Fonte: 
http://www.obralumen.org.br

A alegria nasce do amor



Tema:
A Alegria nasce do Amor
Pregador:
Nalvinha,
Consagrada da Comunidade de Vida
Transcrito por:
Luzia Apolônio
Quando:
15 de fevereiro de 2010


Hoje agente vai conversar um pouco sobre como é que o povo do Antigo Testamento vivia essa alegria e no Novo Testamento, como era essa alegria.

E a gente vai conversar um pouco nessa manhã sobre as alegrias que Jesus experimentou. Jesus experimentou de alegrias humanas, normais, e nós vamos conversar sobre isso.

E vamos também mergulhar sobre como nós temos a experiência da verdadeira alegria. Então vamos lá pro Antigo Testamento, o quê que acontecia.

A alegria do Antigo Testamento se agente olha pra historia do povo de Deus lá no Antigo Testamento, a gente vai vendo que aquele povo sofria, aquele povo esperava sair da situação, povo lá no Egito, com fome, precisava sair aí Deus sempre mandava um profeta e falava em nome Dele e dizia para onde o povo tinha que ir, e aí o povo ia vivendo.

Mas essa ainda não era a alegria daquele povo, a gente olha pro Antigo Testamento e vê mulheres que não podiam ter filhos, aí Deus envia anjo, profeta, aí aquelas mulheres estéreis tinham filhos, mas essa também não era a alegria do Antigo Testamento.

A alegria daquele povo era a esperança em uma promessa. Deus por meio dos profetas prometeu àquele povo que viria um Salvador, e esse Salvador mudaria toda a história daquele povo.

Viria ainda alguém que iria libertá-los de toda tristeza de toda situação da circunstância e essa era a alegria do povo no Antigo Testamento: era acreditar nessa promessa mesmo sem ver. E essa promessa foi se perpetuando, o povo foi vivendo, vivendo até chegar no Novo Testamento, e quem é a pessoa do Novo Testamento que trás esse Salvador?

Maria. Daí chegou em Nossa Senhora. Aquela promessa que muitos nem encontraram, o povo do Antigo Testamento muitos morreram e nem viram, mas eles morreram esperando essa era a alegria daquele povo, e aqui o primeiro questionamento para nós: e você tem esperado as promessas de Deus com fé?

Aquilo que Deus já prometeu pra você, você tem esperado com fé? Você crê nessas promessas? Você crê? Porque aquele povo tinha alegria porque esperava e às vezes a gente não quer esperar, uma das grandes marcas do tempo de hoje é o imediatismo, a gente quer tudo na nossa hora e no nosso tempo, se a gente pudesse resolver aquele sofrimento, aquela situação agora, a gente resolvia logo.

A gente é assim, um pouco imediatista, e nós precisamos hoje ser um pouco como esses profetas, e como diz a Palavra: sofrer as demoras de Deus, no tempo certo Ele virá, no tempo certo.  Aí vamos lá pra Nossa Senhora, olhe como era a alegria da Virgem Maria.

Vocês estão cansados de saber que um anjo foi lá e anunciou a Nossa Senhora que ela iria conceber o Salvador, vocês acham que ela ficou feliz? Ficou. Mas olhe só como era a alegria da Virgem Maria: ela ficou feliz, mas o que aconteceu: houve uma certa desestrutura, Nossa Senhora ainda não tinha assim, oficialmente casado e ela nem sabia se são José ia acreditar ou não, e ai começou a desestrutura na vida de Nossa Senhora.

Digamos assim, começou no meio da alegria um certo sofrimento, começou no meio do anúncio, Jesus ai, já nela, porque o anjo anunciou e ela disse: eis aqui a tua serva, faça-se em mim segundo a tua palavra. E ai já estava nela o Verbo de Deus, e isso era o motivo da sua alegria, em Maria estava ali toda a alegria, a plenitude da alegria que é Cristo.

Mas começou um certo sofrimento, ela se angustiou: e agora como vai ser? Mas ela permaneceu na fé. O que acontece conosco hoje? Jesus vem e diz assim: eu estou aqui e sou a sua alegria. Em meio às contradições dessa alegria, a gente vai sofrendo angustias, desafios e questões difíceis.

Nós vamos nos deparando muitas vezes com os mesmos sofrimentos que tínhamos, mas que não mudou, eles continuam, e a grande diferença é que O Cristo está comigo, essa era a razão da alegria da Virgem Maria. Mesmo que eu venha a sofrer, a minha alegria é a certeza de que Jesus está na minha história e conduz a minha vida, mas a gente não crê nisto muitas vezes, e agente deixa de expressar essa felicidade de caminhar com Cristo, de caminhar com Ele, e Ele é a razão da alegria.

Parece que a gente começa a olhar pra Cristo como se ele tivesse lá em cima e eu aqui em baixo cuidando da minha vida, como se Ele não se importasse, como se Ele não fizesse parte da minha história, não tivesse visitado já a minha história, participado da minha vida, como se ele não me amasse.

Preste atenção, a alegria da Sagrada Família, diz o nosso Papa Bento XVI, era a certeza de que Deus agia na sua história, essa era a alegria da Sagrada Família. Tinham certeza por mais que eles vivessem desafios, como o menino nascerá naquele lugar? Eles tiveram que sair de lá, e São José pegou, saiu em fuga pro Egito, fora tudo mais que a Sagrada Família ia viver, mas a única coisa que gerava alegria era a certeza de que Deus estava agindo na história deles, eles não tinham dúvida disso.

Aí muitas vezes sabe como é que agente vive? A gente vive assim: faz de conta, eu to aqui com uns grãos, aqui são grãos de feijão. Quando Deus no infinito amor dele olhou pra dentro de si e te viu, e viu você e desejou você e disse: “Eu quero que esse nasça e que essa nasça”, Deus não pegou assim a sua vida e fez assim não (joga todos os grãos no chão), vai pra lá e se der certo deu e se não der?!... Jogou você no mundo não, Deus age na sua história por mais que você muitas vezes não veja a mão de Deus agindo, por mais que você não acredite que certas situações podem ser transformadas.

Você não é uma semente qualquer que Deus jogou na terra e disse fica aí. Deus age na sua história, e essa deve ser a grande razão da sua alegria. Deus age na sua história e você não pode limitar Deus nisso, nós não podemos limitar Deus nisso, Ele age, isso é real, e não dá pra você mudar isso, porque Deus é livre suficiente pra lhe amar assim, Deus é livre suficiente pra cuidar de você, assim como você está, nessa situação que você vive, com essa realidade que você está, com esses desafios vocacionais pra quem é da Comunidade, com esses desafios na obra, pra quem é da obra, com esses desafios na profissão, lá na faculdade, no colégio, na família.

Deus é livre suficiente pra agir na sua história, mesmo que você não veja e que você não acredite. Quem crer nisso? Hoje eu quero fazer um convite pra você: abra as portas da sua vida para Deus agir mais, porque foi assim que a Sagrada Família fez: deu espaço pra Cristo e à medida que deu espaço pra Cristo, Ele de fato passou a agir com mais força na vida deles até chegar aos tempos de hoje.

Vamos adiante, preste atenção. Deus consola? E como é o consolo de Deus? Se você me disse que Deus consola, então como é o consolo de Deus? (participação) Ela ta me dizendo aqui que o tempo vai passando e agente vai percebendo que as coisas vão melhorando, é assim? Esse é o consolo de Deus? O que é o consolo de Deus? O consolo de Deus é Cristo!

É Cristo! Quem tava na adoração levante o braço. Me diga uma coisa: quando você tava diante desse Cristo aqui você não é consolado? O consolo de Deus é Cristo, é Deus na sua vida. Esse é o consolo de Deus. Em cristo nós podemos tudo, nos podemos passar por tudo com Ele e Nele, Deus quis consolar o povo que tava sofrendo e Deus consolou esse povo com Jesus, com Seu Filho, e nós quando estamos no meio da dor a gente atira pra tudo quanto é lado, a gente vai atrás de tudo e de todos, mas não vai adorar Jesus na Eucaristia, como é que vai ter o consolo Dele?

Quando agente tá no meio da agonia, menino agente sai correndo atrás de todo mundo, de parente a gente da Igreja, quando a gente não vai pra ambientes que realmente não tem Cristo mesmo, quando a gente não vai pra macumba, quando agente não vi pra esoterismo, quando a gente não vai pra bebida, pra droga, farra, a gente quer assim um paliativo pra diminuir um pouco a nossa dor, a gente vai pra tudo quanto é canto mas a gente não vai pra Eucaristia e Cristo é o consolo de Deus pra nós, pra mim e pra você. Você precisa ir para o consolo de Deus, você precisa ir para a Eucaristia.

Outra coisa muito interessante, Jesus na humanidade Dele experimentou de alegrias, algumas alegrias que Jesus experimentou, quando Jesus fala lá no seu Evangelho em Mateus, quando Ele diz assim: “Olhai os lírios dos campos, olhai as aves do céu”, Jesus estava alegre contemplando a natureza. Quando Jesus conta uma Parábola que você conhece muito, quando ele conta a parábola do filho que deixou a casa do pai, e voltou feliz, o pai recebeu, Jesus está expressando a Sua alegria por ver o filho voltar pra casa do pai.

Outra coisa, Jesus gostava de visitar Marta e Maria, que também era a casa de Lázaro, lá em Betânia. Preste bem atenção, Betânia pra Jesus era o lugar dos amigos, lá Ele se encontrava com os amigos Dele, lá Ele se sentia feliz, Ele gostava de conviver ali com eles, e Jesus foi várias vezes em Betânia.

Jesus experimentou de alegrias que você experimenta hoje, só que Jesus experimentou de uma alegria muito maior, do que essas alegrias “naturais”, digamos assim, sabe qual foi? Jesus experimentou da confiança do amor do Pai por Ele. Talvez te falte alegria e esperança porque te falte a confiança no amor do Pai por ti, já que a alegria nasce do amor.

Será que você confia suficientemente que Deus ama você, pra você ser tão alegre e tão feliz, você confia suficientemente que Deus ama você? Porque essa era a maior alegria de Jesus: a confiança de que o Pai o amava, Ele O amava.

E essa confiança levou Jesus a enfrentar a cruz. Quem aqui tem cruz levante o braço! Preste bem atenção, por mais árdua que seja a sua cruz, ela não é maior do que a de Cristo, nunca vai ser. E por mais árdua que seja a sua cruz, se você confiar que Deus ama você, você vai carregar essa cruz feliz, essa cruz não vai ser só sofrimento, essa cruz vai ser ressurreição! Alegria! Ressurreição! Ressurreição!

Você quer olhar sua cruz como ressurreição? E você quer olhar com alegria? Então hoje você vai pedir a Deus essa experiência, de você se sentir profundamente amado pelo Pai, seguro de que Deus age na sua vida e na sua história. Você não tem que ter medo, você tem que aprender a sofrer, aí é outra história.

Aprender a sofrer, quem tem cristo, o cristão, é feliz porque tem cristo, o cristão não é menos feliz porque tem sofrimento, porque tem provação, porque tem dificuldade, porque tem doença, o cristão não é menos feliz por causa disso não, ele é feliz porque a razão da sua alegria é Jesus cristo, é a ressurreição de Cristo, é a vitória de Cristo.

Tem uma santa que perdeu a mãe com 7 anos de idade, antes disso, essa criança não podia nem mamar, porque a sua mãe estava doente, aí ela precisou de uma ama de leite, ela ficou até os 4 anos na casa da sua ama de leite, ela não podia ficar com a mãe dela, isso é sofrimento pra uma criança. Aí ela voltou pra casa da mãe e quis rejeitar profundamente sua mãe, sua família, pois não conhecia, estava em outra casa, com outra pessoa, sofreu a readaptação.

Depois disso a sua mãe ficou doente e morreu e ficou só com o pai e as irmãs. Aí ela elegeu uma de suas irmãs pra ser a sua mãe. Daí Jesus chamou a irmã dela pra ser carmelita, aquela que ela tinha como mãe. Eita sofrimento! ficou sozinha de novo, quis ser carmelita mas foi rejeitada pois só tinha 15 anos.

Fora disso , dentro do Carmelo sofria..., tinha uma priora muito boazinha, cada vez que a priora passava ela tinha que beijar o chão, que sofrimento!

Com o passar do tempo o pai dela surtou, e ela amava o pai e ela não podia sair do Carmelo para cuidar do paizinho dela, e ele surtou e morreu. Que sofrimento! E essa santa era profundamente alegre e feliz, não deixava de sorrir, Santa Teresinha do Menino Jesus.

E agora eu pergunto, quais são os sofrimentos que tem lhe tirado de Deus? Porque, se você tem Cristo?[29:10]  Eis a pergunta pra você: quais sofrimentos que tem impedido que você tenha uma vida de fé? De ter a Jesus, independente se Ele muda ou não a situação, Ele faz parte da sua vida, da sua história.

Pode ser que Deus não mude a situação, mas você deve mudar, você deve mostrar a alegria de ter Deus a seu lado na sua história, você deve achar o sentido pra acolher o sofrimento, porque o sofrimento... sofrimento é amor, eu posso chamar de amor e amor eu posso chamar de sofrimento.

O que é que Madre Tereza de Calcutá dizia, que o amor só é verdadeiro quando doer, tem que amar ate doer. Não foi assim que Jesus te amou? Pois ame o sofrimento, os santos amaram o sofrimento e os santos eram felizes, porque eles tinham certeza do Cristo nas suas vidas.

Eu vou ensinar um rema pra vocês, ta certo? Quando eu disser uma situação difícil você responde:  “Oh glória, eu quero é ser santo!” Ta lá a sua família em uma situação difícil, seja um filho, o esposo, a esposa, seja doença, ta difícil, ta muito difícil! você começa a ver a sua família sofrendo, ta difícil, você ta vendo sofrimento, você ta sofrendo, como é que você vai sofrer cristão? “Oh glória...”.

Atenção jovens, já engajados, você ta aqui no caminho de Cristo aí você começa a perder os seus amigos, porque eles não entendem o que você ta escolhendo, tem que terminar com o namorado por que senão você se perde, aí chega no seu grupo de oração, o seu pastor começa a exigir e
você pensa que não vai conseguir, ta difícil viu! Eu não vou conseguir não, ta difícil! Deus quer me tirar tudo! O que você vai dizer cristão? “Oh glória...”

Os jovens que ainda não são engajados, e as famílias que ainda não foram engajadas, vocês estão aqui no Renascer pela primeira vez. Você veio por causa de um convite ou por causa de uma situação difícil, ou por que você nem sabe por que veio pra cá. Só que nesse renascer você ta começando a ver como você estava infeliz, como você tava sofrendo e não sabia, você começa a ver o amor verdadeiro, você começa a ter medo, “e depois daqui?” que sofrimento! começa a angústia. O que você vai dizer cristão? “Oh glória...”

Atenção, isso é pra qualquer um de nós, você tava bem até você perder aquela pessoa querida, morte , situação de doença, de acidente, ou no emprego, uma perseguição ou uma competição... sofrimento! E você olha pro lado, dando errado, olha pro ouro, do mesmo jeito, tudo errado. E você pensa, meu Deus, me tira dessa! mas ta difícil esperar por Deus . O que você vai dizer cristão? “Oh glória...”

Atenção os irmãos da Comunidade de Vida e da Comunidade de Aliança, que deram suas vidas a Deus, eita coisa desafiante é a radicalidade evangélica! Você tem sua comunhão de bens, tem a sua célula, tem vigília, e tem ministério, e tem formação pessoal, formador comunitário te acompanhando, você ta nos eventos na evangelização, e é desafio em cima de desafio, sacrifício em cima de sacrifício e você diz “ah, quando acaba isso!”. Ou você que ta no vocacional parece que ta sendo esticado, parece que pra todos os lados você ta sendo esticado e pensa, “Meu Deus, será que eu vou até o fim?” E ai cristão o que você vai dizer? “Oh glória...”

Pense numa situação de sofrimento que você ta vivendo agora, pense aí... que lhe angustia mesmo. Pensou? Ela é real num é? Ta doendo não ta? Você ta sofrendo. Cristo também sofre contigo! Então cristão o que você vai dizer? “Oh glória...”

Todo mundo quando ver essa igreja aqui vai querer ta aqui, vão dizer “quem é esse povo que vive rindo?” Parece que esse povo nem sofre, independente das circunstâncias, independente do que se está vivendo, a sua alegria é Cristo. A certeza de que Cristo está agindo na sua história, mesmo que não seja na hora que você queira, mas Ele está agindo e Ele vai vir na hora que é pra vir e se Ele achar que você vai ser mais santo com essa cruz, você vai dizer o que? “Oh glória...”

Não importa, não importa, você tem Cristo, sua alegria, você vai sentir? Vai. Você vai chorar? Vai. Você vai sofrer? Vai. Mas sabe aquele sofrimento feliz? Que você tem fé que Cristo está agindo na sua história. Você não ta sofrendo só, carregando cruz sozinho. Mesmo que você olhe para uma pessoa na sua família, na sua volta ali, parece que ninguém ajuda e todas as portas ficam se fechando e parece que ninguém ta nem ai pra o que você ta vivendo. Ai cristão, o que você vai dizer? “Oh glória...”

Entendam, se a situação muda ou não muda, quem é a sua alegria cristão? Cristo! Cristo é nossa alegria! Não importa circunstancia, situação nenhuma,não importa desafio porque a Sagrada Família encontrou os desafios, e a Virgem Maria encontrou desafios até o fim, viu o seu Filho morrer. Pense aí você que é mãe, pense o seu filho sendo, sendo pisoteado, apanhando pense o seu filho sendo torturado, pense no seu filho sendo assassinado. A Virgem Maria viveu esse sofrimento, viu Jesus viver isso e ela cantou o magnificat.

Ela cantou um dos louvores mais belos das sagradas escrituras. Então cristão que é que você vai fazer? “Oh glória...”. Quando o desafio aparecer na sua frente, o que você vai dizer? “Oh Glória...” Quando a cruz tiver muito pesada o que você vai dizer? “Oh glória...” Ai você é um cristão! Não é um cristão envernizado não, é um cristão que crê que Jesus age na sua história.

Você que está agora se deparando com essa verdade, o sentido da sua alegria, a razão pela qual você deve estar feliz. A sociedade de hoje não valoriza o que é sobrenatural, espiritual, a maioria. Você está aqui nesse Renascer e você tem a oportunidade de novamente valorizar o que é sobrenatural, essa vida de santidade, essa vida de cristão que lhe fortalece e lhe ajuda a viver qualquer desafio externo, qualquer desafio pessoal ou comunitário, seja na família, no trabalho, na comunidade.

A sociedade de hoje não valoriza, passa diante dos nossos olhos alegrias fantasiosas, mas que não sustentam uma realização interior. São alegrias fantasiosas e até licitas que devemos também desfrutar, lícitas e boas, desde que não nos levem ao pecado, mas elas são pra ser desfrutadas sim, mas tenha a consciência de que elas são fantasiosas, elas não dão uma constância interior, uma plenitude de alegria interior.

Essa plenitude de alegria só Cristo pode dar. Eu sei que você deve já ter escutado isso muitas vezes, inúmeras vezes. Eu sei que você já pode ter sido evangelizado e já estar assim saturado e mais uma vez Deus quer nos dizer isto, mas não é pra ser só palavras ditas, mas uma experiência, uma experiência pessoal de você olhar pra Deus, olhar pra Jesus Cristo na Eucaristia e se sentir profundamente amado e sentir a certeza de que Ele está agindo na sua vida, mesmo que você não veja. O papa dá duas coisas como uma expressão de um cristão feliz. Ele dá dois pontos, o primeiro deles:

O cristão feliz, ele vive em uma constante conversão. Ele ta na caminhada e ele não para de caminhar pra santidade, é o sangre escorrendo e ele deixando Jesus fazer, é a cruz vindo e ele querendo ser santo, é o desafio batendo na porta dele e já entrando sem pedir licença ele querendo ser santo, acreditando em Jesus, não perdendo a sua fé, não jogando a sua fé no lixo. Sustente a sua fé em Jesus Cristo!

E ele dá também um caminho assim que vai te ajudar na felicidade interior, nesse caminho de conversão constante: confissão, vai te ajudar a ter alegria constante. Quanto tempo será que faz que você não se confessa? Ou talvez nunca mais você tenha se confessado depois da primeira comunhão.

Corra pra confissão, ela te dará alegria interior, felicidade interior. Preste atenção: você escutou tudo isso que eu te falei, e ainda no final papa te dá algumas dicas para viver constantemente a alegria que são: conversão e confissão.

Esse evento vai passar, graças a Deus, e talvez aquele sofrimento que eu pedi pra você pensar, aquele que você tá vivendo, talvez ele não passe com esse evento, mas se você tiver aqui uma experiência com Jesus Cristo, sua alegria perfeita, você vai mudar diante do sofrimento, sua postura é outra, você vai dizer:

oh glória, eu quero é ser santo! Esse aqui é o seu rhema para ser feliz. Você quer pedir a Deus essa certeza de que Ele age na sua história? Você quer pedir a Deus essa experiência de que Ele age na sua história? Agora é a hora, não deixe essa graça passar, você vai pedir a Deus a certeza de que ele age na sua história, por isso você não terá razão de não mais ser feliz!



Fonte: http://www.comshalom.org/renascer/2010/Renascer 2010 - Segunda - Pregação geral
        17-02-2010 - Mossoró