Você já parou para pensar quanto tempo você já
tem de caminhada? Por quantas coisas você já passou? Tudo o que viveu?
Provavelmente, Sim! Mas, você lembra o começo de tudo? Dos detalhes daquele
início, da primeira vez que Deus te chamou?
Pois é, nesta caminhada para uma
verdadeira experiência com Deus, existe uma passagem obrigatória: A Conversão. É impossível conhecer a
Deus sem estar disposto a mudar sua vida. E esta conversão é aquele processo
lento e discreto que se dá na vida da pessoa que encontra Deus, descobre-O e se
deixa radicalmente transformar por Ele.
Por isso, existem dois processos de
conversão: a primeira conversão é aquela que nasce do propósito de
entregar-se ao serviço do Reino, de saber que Deus existe, mas não desejar
buscá-lo; já a segunda, é a que leva a pessoa a entregar-se totalmente
a Deus no caminho da santidade.
A caminhada de quem se converte começa quando
descobrimos que Deus está acima de todas as coisas, e é muito maior que nossos
projetos e ideais.
Quanto mais entramos realmente em contato com o Deus
verdadeiro, mais nos tornamos sensíveis a perceber tudo o que nos afasta d’Ele.
Quando Deus se revela a uma pessoa, o mundo em que ela vivia anteriormente perde
a atração.
O que nos realizava agora não é nada. O que era indispensável para a
nossa felicidade agora se revela incapaz de nos dar a felicidade verdadeira.
Aquele amor que era imprescindível mostra-se na realidade muito pobre para um
coração chamado a apaixonar-se por Deus.
Portanto, chega um momento na nossa vida em que
as coisas de antes precisam ser tratadas como lixo. Se não tivermos a coragem de
chamá-las assim, corremos o risco de não nos converter e de nos contentarmos com
a vida velha e medíocre de não chegarmos a ser homens novos, de não renascer
para uma vida nova.
É preciso aprender a deixar-se conduzir por tudo o que não
entendemos, confiar inteiramente em Deus, porém, essa fase de nossa conversão é
perigosa, pois somos tentamos a desistir, porque todas as seguranças que nós
tínhamos antes não existem mais e as graças de Deus ainda anão se
manifestam.
Eis porque se torna a fase de desestruturação.
Porque é o momento em que a pessoa perceber que precisa acabar, livrar-se de uma
determinada estrutura sobre a qual tinha fundamentado a própria vida.
Essa é uma
fase chamada de negativa, pois temos o dever de nos libertar da escravidão.
Devemos abandonar nossos costumes, romper certos vínculos, rejeitar ilusões,
parar de buscar a atenção do outro, quebrar qualquer dependência afetiva.
Então, somos chamados superar qualquer obstáculo
que esteja em nosso caminho espiritual. Temos que aceitar a grande purificação
necessária. Agora, a fase negativa se liga à fase positiva, pois é onde
começamos a construir uma vida nova.
Somos chamados a partir para o deserto.
Não existe verdadeiro conhecimento de
Deus que não nasça na solidão de um deserto e não amadureça nas dificuldades da
provação.
É Deus que procura o homem e para isto tira tudo o que se põe
em oposição: afasta-nos de nossos planos, de nossos costumes, queima os nossos
sonhos.É nesta fase que entenderemos que tudo é ação
divina, e Deus sabe como fazer, porque deseja ardentemente se encontrar com sua
criatura muito mais do que ela deseja encontrar seu criador.
Portanto, Ele nos
busca no deserto, experimenta-nos, prova-nos, por isso é preciso que o homem perca o controle da
situação para aprender a abandonar-se. Deus conhece o nosso coração, sabe
que ele é muitas vezes uma mistura de sentimentos, interesses, preocupações,
amores, mas também tem Deus.
Mas Deus deve ser o maior amor de nossa vida, e
para isso precisar purificar o nosso coração através da provação, por ele vem à
toa o que realmente temos no coração, aquilo que é e aquilo que não é autêntico,
nossos apegos a nós mesmos, aos sucessos, às pessoas e às coisas.
Por isso,
geralmente nos assustamos quando Deus nos pede algum sacrifício, um sacrifício
daquilo que temos de mais querido, de alguma coisa ou de alguém que entrou em
nossa vida.
Mas Deus só nos pede isso porque Ele quer que nos amemos muito mais do que
estamos amando, e o vazio que ficou será preenchido por Deus. Quanto mais
dura for a prova, mais sensível e verdadeira será a presença de Deus.
O Coração
e a mente provados pelo fogo, agora conhecem Deus de perto e não mais por ter
ouvido alguém dizer (Jó 42, 5), pois Ele nos pede o sacrifício de um amor
importante para poder nos devolver muito mais que nos pediu.
Diante deste conhecimento verdadeiro e realista
de nós, as ilusões desaparecem, estabelece-se o silêncio, Deus fala, e nós
podemos ouvi-lo.
Então, a sua conversão foi necessidade
Sua ou de Deus? Você já passou pela fase negativa? Já se desapegou das coisas?
Em que fase da conversão você se encontra?
Fonte:
http://www.obralumen.org.br
Nenhum comentário:
Postar um comentário