O Senhor nos suscitou as seguintes palavras de exortação e sabedoria: “Prudência. Cautela. Não joeires aos quatro ventos, não te apresses em dar tua opinião sobre tudo. Verás o peso que sairá de tuas costas se não ficares preocupado em fazer os outros saberem de tua opinião.
Guarda-a para ti e só fala quando te perguntarem. Assim agirás como um ato de obediência a Mim, porque estou te pedindo. No teu silêncio Eu estarei agindo, iluminando teu entendimento. Te surpreenderás, também, de como teu entendimento será depurado, refinado através da escuta dos outros.
Quanto mais te exercitares na escuta e no silêncio, mais percepção terás das nuances de intenção dos outros e, sobretudo, uma maior clareza do certo e do errado. Não quero, absolutamente, que te afastes da verdade. Considera que os outros também podem ter algo importante para dizer e que talvez o que eles dirão está mais próximo da verdade do que pensas.
Honra os outros no teu coração e nos teus pensamentos. Eu honro todos os meus filhos e dou importância a cada um, de modo pessoal. Te alerto para algo importante: Ao falar quererás agradar a mim ou aos outros?
Concordarás com os outros só para conquistar sua estima ou é o meu apreço que procuras? Não te apresses em aderir ao pensamento dos outros e às suas opiniões. Submete a mim o julgamento e Eu te darei o discernimento. O teu silêncio será uma espera na Minha presença até que Eu me manifeste. Então poderás falar.”.
Certa vez, num Encontro Nacional de Pregadores, em Aparecida/SP, Dom Alberto Taveira, que era o pregador oficial, nos ensinou como agir quando estamos conversando com os outros. Dizia ele, mais ou menos nessas palavras: “Quando o outro fala, aja como se ele fosse o pai e você o filho.
Escute com respeito até que ele diga o que tem a dizer. Então, você poderá falar e falará como um pai e ele será o filho. Quando o pai e o filho estão presentes, temos aí a presença do Espírito Santo e o amor da Santíssima Trindade”.
O que Dom Alberto queria ilustrar é mais ou menos o teor da palavra de sabedoria acima, que devemos acolher o que os outros têm para nos dizer com respeito, sabendo calar até chegar o momento certo de nos manifestar e que se assim fizermos teremos uma graça especial de Deus a nos ajudar.
Que o Senhor nos dê essa graça!
Maria Beatriz S. Vargas
Secretária Geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL
Secretária Geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL
“Nada façais por espírito de partido ou vanglória, mas que a humildade vos ensine a considerar os outros superiores a vós mesmos.” Fl 2,3
HONRAR AOS OUTROS COM A NOSSA ESCUTA
Gostaria de partilhar com vocês algo que aprendi em oração, numa ocasião em que pedi ao Senhor para ser uma pessoa menos impulsiva ao falar, pois sempre me apressava a dar a minha opinião sobre tudo.
Aprendi a dar à minha escuta um novo sentido, “emprestando”, por assim dizer, meus ouvidos ao Senhor para se tornarem ouvidos de discípulo, esforçando-me para escutar mais, ser mais atenta, não me apressando em falar, fazendo do ato de ouvir um ato sagrado. Passei a exercitar a cautela, a prudência, não me apressando a dar a minha opinião sobre tudo.
Percebi que saiu um grande peso de minhas costas quando passei a dar menos importância ao fato de os outros saberem ou não o que penso sobre tudo. Passei a fazer uma espécie de silêncio em oração, orando no meu coração ao Senhor enquanto ouvia os outros falarem.
Surpreendi-me de como o meu entendimento ficou apurado, refinado através da escuta dos outros, percebia melhor as nuances das verdadeiras intenções dos outros ao falarem e, sobretudo, uma maior clareza do certo e do errado. Na minha impulsividade eu era também rápida em aderir à opinião dos outros, mas passei a submeter minha opinião ao Senhorio de Jesus.
Ao consagrar ao Senhor meus ouvidos e o meu julgamento das coisas, eu sentia como se o meu silêncio fosse uma espécie de espera na presença de Deus, até que Ele se manifestasse, dando-me clareza sobre o que falar e quando falar. Sentia que Deus agia enquanto eu orava em silêncio, iluminando meu entendimento.
Outra coisa, ainda, foi que passei a ter uma atitude mais humilde, não mais supervalorizando a minha opinião e passando a considerar que os outros também poderiam ter algo importante para dizer e que talvez o que eles tivessem a dizer se aproximasse mais da verdade do que eu poderia supor.
Passei a honrar os outros no meu coração e nos meus pensamentos e isso melhorou muito o meu relacionamento com as pessoas.
Senti a moção de partilhar isso com vocês porque provavelmente eu própria esteja precisando colocar essa prática do silêncio orante de volta na minha vida.
Que o Senhor nos ajude e continue a nos ensinar para que possamos ser cada vez mais mansos e humildes e termos assim o nosso coração em paz.
Publicado no dia 04/01/2012 | 14:27:19
Grupo de Oração, Tesouro de Deus
“Grupo de Oração, Tesouro de Deus”
Por que temos tanta certeza de que os nossos Grupos de Oração são tão valiosos? O que nos fez chegar a essa conclusão? O próprio Senhor! E é Ele que pede que não nos afastemos de “Seu Coração”, ou seja, de nosso Grupo.
Temos usado a expressão “Grupo de Oração, Tesouro de Deus” e, provavelmente, muitos pensam que este termo partiu de nós. A verdade, porém, é que foi um termo inspirado por Deus. Estávamos, a então constituída equipe da Comissão de Formação, reunidos na casa de Marta e Maria, no Rio de Janeiro, para pensar e discernir a formação de coordenadores.
Já tínhamos a primeira parte pronta, aquela que fala da Renovação como uma graça para a Igreja, mas precisávamos dar continuidade. Durante um momento de oração e escuta diante do Santíssimo, o Senhor começou a nos falar em profecias e visualizações sobre a sua obra de amor no meio de nós através dos nossos Grupos de Oração e apareceu, como palavra inspirada, confirmada por visualização, a expressão “Grupo de Oração, Tesouro de Deus”.
Podemos dizer que a raiz da Renovação está no Grupo de Oração. Aqueles professores da Universidade de Duquesne, nos Estados Unidos, que começaram a ler o livro dos Atos dos Apóstolos e desejaram a experiência dos primeiros cristãos, ficaram sabendo que um grupo de pessoas se reunia para rezar na casa de uma senhora chamada Flo Dodge.
Ouviram dizer que lá o Espírito Santo se manifestava com sinais e prodígios como nos primeiros tempos da Igreja cristã. Foram conferir e receberam o batismo no Espírito Santo. Esses mesmos professores organizaram, em fevereiro de 1967, o retiro de final de semana em Duquesne, onde o Espírito Santo se derramou com poder, como em Pentecostes, sobre os participantes que estavam reunidos na capela, no andar superior da casa.
Foi aí que começou a Renovação Carismática Católica. Quando saíram de lá, cheios do Espírito, eles sentiram necessidade de estarem juntos para louvar ao Senhor, ler a Palavra, partilhar suas novas e maravilhosas experiências. Passaram a se reunir semanalmente e logo as reuniões de oração multiplicaram-se, alastraram-se como fogo por outras universidades e, dentro de pouco tempo, no mundo todo.
O Grupo de Oração nos descortina a beleza das pessoas que são acolhidas por Deus, a beleza da misericórdia de Deus que se derrama sobre todos os que acreditam e se convertem. O que nos faz chegar à grandeza da misericórdia de Deus é reconhecer “Jesus Cristo é o Senhor”. O Grupo de Oração é o lugar de encontro com Jesus. O nome de Jesus abre portas.
A Renovação Carismática Católica, através dos seus Grupos, é uma porta aberta da Igreja, é a porta do acolhimento. No Encontro Nacional de Formação para Coordenadores e Ministérios (ENF) de 2007, ocasião dos 40 anos da Renovação, recebemos uma palavra que nos fala exatamente isso:
“Eis o que diz o Santo e o Verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi – que abre e ninguém pode fechar; que fecha e ninguém pode abrir. Conheço as tuas obras: eu pus diante de ti uma porta aberta, que ninguém pode fechar; porque, apesar de tua fraqueza, guardaste a minha palavra e não renegaste o meu nome” (Ap 3,7-8).
A interpretação da palavra foi a de que os Grupos de Oração são esta porta permanentemente aberta e que nós, os participantes e servos dos Grupos, somos colunas de Deus para sustentar os fracos e abatidos. No Grupo de Oração o Senhor nos fortalece, nos restaura e nos torna imbatíveis na luta contra o mal para que possamos ser verdadeiramente esse sustentáculo para os outros.
A interpretação da palavra foi a de que os Grupos de Oração são esta porta permanentemente aberta e que nós, os participantes e servos dos Grupos, somos colunas de Deus para sustentar os fracos e abatidos. No Grupo de Oração o Senhor nos fortalece, nos restaura e nos torna imbatíveis na luta contra o mal para que possamos ser verdadeiramente esse sustentáculo para os outros.
Em julho do mesmo ano, depois de um momento de intercessão pelos grupos, Deus nos falou em profecia confirmando a palavra que nos havia sido dada anteriormente: “Escutai povo meu, escutai meus filhos e filhas, se vocês se deixassem conduzir pela sabedoria do meu Espírito jamais se afastariam de seus Grupos de Oração.
Pois Eu quero vos revelar, com toda a minha autoridade, com toda a minha misericórdia, que o Grupo de Oração, o qual muitos de vocês têm abandonado ou desvalorizado, é nada mais que o meu coração e é no meu coração que cada um de vocês está gravado eternamente.
Por isso, Eu mesmo, o Senhor, vos declaro e vos peço: retornem depressa ao meu coração, as portas se abrem. Entrem, entrem e sejam profetas no meu coração. O meu coração se abre para vocês, e o meu coração é cada Grupo de Oração espalhado nesta nação.”
Naquele mesmo Congresso, durante um momento de oração, recebemos a seguinte visualização: havia um mapa do Brasil todo preto, mas durante a oração luzes foram se acendendo como velas. De repente, clarearam o mapa inteiro e transformaram as trevas em luz. A interpretação veio logo em seguida: essas luzes acesas são os Grupos de Oração que se multiplicavam de norte a sul para iluminar o Brasil, levar o evangelho ao nosso povo e incendiar a nossa nação com o fogo de Pentecostes.
Se analisarmos a nossa própria história, veremos que um dia alguém nos convidou para um Grupo de Oração e lá o nosso cansaço, a nossa acomodação, a nossa desilusão transformaram-se em esperança, fé expectante, alegria interior.
Nossa vida foi tocada pela bondade, pelo amor, pela misericórdia de Deus. Nós tivemos um encontro pessoal com Jesus Cristo. Depois desse dia, a nossa vida nunca mais foi a mesma, porque, ao encontrar Jesus “o amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado”( cfRm 5, 5).
Que o sentimento de nossa alma seja o mesmo dos primeiros apóstolos: “Não podemos deixar de falar das coisa que vimos e ouvimos” (At 4,20). Que o nosso desejo seja trazer homens, mulheres, jovens e crianças para os nossos Grupos de Oração a fim de que eles sejam batizados no Espírito Santo como nós fomos e possam fazer parte dessa imensa fileira de pessoas que desejam implantar a Cultura de Pentecostes na cultura da morte que predomina no nosso mundo.
Outro termo que temos usado é ”Grupo de Oração, Estratégia de Deus”, estratégia para atrair-nos ao seu coração misericordioso no qual nós somos curados, restaurados e então transformados em discípulos e missionários seus para testemunhar ao mundo que sofre.
No ENF do ano de 2011, foi lançado um desafio aos Grupos de Oração do Brasil: que os Grupos de Oração se tornem missionários, que saiam para as praças e visitem as casas falando do amor de Deus, da salvação em Jesus Cristo e da santificação no Espírito Santo, a fim de que todos se conscientizem da sua dignidade de filhos e filhas de Deus, e passem a viver à altura de sua condição.
Este apelo encontra eco numa outra profecia sobre Grupo de Oração que vem com promessas de grande poder do Espírito para todos nós: “Eu derramo sobre vós uma nova unção do meu Espírito. Eu vos liberto do desânimo, da frieza espiritual e lhes dou uma nova unção do meu Espírito.
Eu faço arder em vossos corações o espírito missionário. Eu renovo a alegria e o amor em vossos Grupos de Oração e vos chamo para um tempo novo. Portas de missão se abrirão para vós, desde que sejais dóceis ao meu Espírito. Eu inauguro no meio de vós, a partir deste momento, um tempo novo, um tempo de bênçãos, um tempo de graça, onde o meu Espírito se moverá com poder para renovar a face da terra.”
Assim seja!
Maria Beatriz Spier VargasSecretária-Geral do Conselho Nacional da RCCBRASIL
Fonte: http://www.rccbrasil.org.br/
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