quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Estamos mais preparados por nosso passado a ser «pastores» que a ser «pescadores


(...)Estamos mais preparados por nosso passado a ser «pastores» que a ser «pescadores» de homens; isto é, melhor preparados a nutrir o povo que vem à Igreja que a levar pessoas novas à Igreja, ou ‘repescar’ os que se encontraram e vivem à margem dela. 

Esta é uma das causas pelas quais em certas partes do mundo muitos católicos abandonam a Igreja católica por outras realidades cristãs; são atraídos por um anúncio simples e eficaz que os colocam em contato direto com Cristo e os fazem experimentar o poder de seu Espírito. 

Se por um lado é de alegrar-se que estas pessoas tenham encontrado uma fé experimentada, por outro é triste que para fazê-lo tenham abandonado sua Igreja. 

Com todo o respeito e a estima que devemos ter por estas comunidades cristãs que não são todas seitas (com algumas delas a Igreja católica mantém desde há anos um diálogo ecumênico, coisa que não faria certamente com as seitas!), há que dizer que aquelas não têm os meios que a Igreja católica tem de levar as pessoas à perfeição da vida cristã. 

Em muitos tudo segue girando, desde o princípio até o final, em torno à primeira conversão, ao chamado novo nascimento, enquanto que para nós, católicos, isto é só o início da vida cristã. 

Depois disso deve vir a catequese e o progresso espiritual, que passa através da negação de si, da noite da fé, da cruz, até a ressurreição. A Igreja católica tem uma riquíssima espiritualidade, inumeráveis santos, o magistério e sobretudo os sacramentos”. 

A proclamação de Jesus como Senhor deveria encontrar seu lugar de honra em todos os momentos fortes da vida cristã. 

A ocasião mais propícia são talvez os funerais, porque ante a morte o homem se interroga, tem o coração aberto, está menos distraído que em outras ocasiões. Nada como o kerigma cristão tem o que dizer ao homem, sobre a morte, uma palavra à medida do problema.

A paixão de Cristo normalmente abre os corações endurecidos. Disso se teve demonstração com ocasião da projeção do filme de Mel Gibson «A Paixão de Cristo». Houve casos de detidos, que sempre haviam negado ser culpados, que após ver o filme confessaram espontaneamente seu delito. 

Que lugar ocupa Cristo na sociedade atual?Que lugar ocupa Cristo na miha vida?
Quem diz o povo que é o Filho do homem?... e vós, quem dizeis que eu sou?» (Mt 16, 13-15). 

O mais importante para Jesus não parece ser o que pensa dele o povo, mas o que pensam dele seus discípulos mais próximos. 

Ocorreu-me às vezes ser hóspede de alguma família e vi o que sucede quando soa o telefone e se anuncia uma visita inesperada. A dona da casa se apressa a fechar as portas dos quartos desordenados, com a cama sem fazer, a fim de conduzir o convidado ao lugar mais acolhedor. 

Com Jesus deve-se fazer exatamente o contrário: abrir justamente os «quartos desordenados» da vida, sobretudo o quarto das intenções... Para quem trabalhamos e por que o fazemos? Para nós mesmos ou para Cristo, por nossa glória ou pela de Cristo?

Fonte: Raniero Cantalamessa
A FÉ EM CRISTO
HOJE E NO INÍCIO DA IGREJA texto extraído em parte, 



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