sexta-feira, 20 de julho de 2012

Dependência Afetiva-Eu sou codependente?


Esta semana, quero abordar um transtorno emocional que minha prática terapêutica tem demonstrado ser uma das principais causas de sofrimento para o ser humano: a dependência afetiva.

Assim como o dependente químico, cujo organismo se desestrutura quando lhe é retirada a droga, o equilíbrio emocional do dependente afetivo entra em colapso quando ele é afastado da pessoa de quem se tornou dependente.

A separação, por abandono ou por morte do ser amado, tira-lhe o chão e faz com que ele perca toda a base onde apoiava sua vida. 
Como se estrutura a dependência afetiva?

Na base desse transtorno está uma profunda carência afetiva, uma falta de nutrição emocional que se originou em sua história de vida. Pais ausentes, pais negligentes, ou aqueles excessivamente rígidos e incapazes de demonstrar afeto, estão geralmente presentes na história do dependente afetivo.

Todos nós aprendemos desde muito cedo, que dependemos de nossos pais (verdadeiros ou simbólicos) para que tenhamos atendidas nossas necessidades básicas. Esse reconhecimento nos leva a perceber precocemente o quanto nossos comportamentos geram uma reação, seja positiva (de estímulo) ou negativa (de punição), por parte daqueles que amamos e dos quais somos dependentes.

Com o passar do tempo, se tivermos um desenvolvimento adequado de nossa auto-estima e autoconfiança, essa dependência irá se diluindo, e passaremos a estabelecer relações onde possamos ter reconhecido o respeito à nossa individualidade.

Quando isto não ocorre, o desenvolvimento emocional se dá de forma desequilibrada e a pessoa seguirá pela vida estabelecendo relações afetivas onde predominam a insegurança e a dependência.

Ela passará a condicionar seu comportamento sempre de modo a obter a aprovação daquele a quem quer agradar. Nos casos extremos, vemos pessoas submetendo-se a humilhações, abusos, explorações e toda sorte de desrespeito, simplesmente para garantir que o ser amado não as abandone.

Assim como o único caminho para a cura da dependência química é reconhecer que se trata de uma doença, para o dependente afetivo também é essencial reconhecer que sofre de um transtorno emocional grave, que pode lhe trazer muito sofrimento.

O segundo passo é buscar ajuda, pois sozinho dificilmente alguém consegue vencer o problema. A força de vontade e o desejo de superar o problema são fundamentais neste processo. Sem eles, nada poderá ser alcançado.

Reconhecer suas qualidades e talentos, sem necessitar do aval do outro para sentir-se alguém especial, é a meta a ser alcançada. A partir do momento em que estabelecemos claramente quais os valores e princípios que queremos ver respeitados em nós, não mais permitiremos qualquer forma de abuso ou desrespeito por quem quer que seja.

Amar-se e desejar para si sempre o melhor, é a única forma de evitar que a dependência afetiva o torne refém daquele a quem você julga amar. Muitas vezes aquilo que acreditamos ser amor, não passa de medo da solidão e de nossa incapacidade de sermos nossos próprios nutridores emocionais. 

Quanto maior for nossa capacidade de vivermos bem sozinhos, mais preparados estaremos para a convivência com o outro.

:: Elisabeth Cavalcante :: 
Fonte: somos todos um

Outro texto, para identificação da codependência, que foi extraído de outro site cuja fonte é identificado ao final. Muito interessante, leia até o fim.

Eu sou Codependente?

As perguntas a seguir servem para identificar 
possíveis padrões de codependência. 

Somos conscientes que o Autoconhecimento é um assunto muito sério e por sua vez pessoal. Esperamos que estas perguntas possam ser-lhe úteis...

Você se sente responsável por outra pessoa? Seus sentimentos, pensamentos, necessidades, ações, escolhas, vontades, bem-estar e destino?
Você sente ansiedade, pena e culpa quando outras pessoas têm problemas?
Você se flagra constantemente dizendo "sim" quando quer dizer "não"?
Você vive tentando agradar aos outros ao invés de agradar a si mesmo?
Você vive tentando provar aos outros que é bom o suficiente? Você tem medo de errar?
Você vive buscando desesperadamente amor e aprovação? Você sente-se inadequado?
Você tolera abuso para não perder o amor de outras pessoas?
Você sente vergonha da sua própria vida?
Você tem a tendência de repetir relacionamentos destrutivos?
Você se sente aprisionado em um relacionamento? Você tem medo de ficar só?
Você tem medo de expressar suas emoções de maneira aberta, honesta e apropriada?
Você acredita que se assim o fizer ninguém vai amá-lo?
O que você sente sobre mudar o seu comportamento? O que impede-lhe de mudar?
Você ignora os seus problemas ou finge que as circunstâncias não são tão ruins?
Você vive ajudando as pessoas a viverem? Acredita que elas não sabem viver sem você?
Tenta controlar eventos, situações e pessoas através da culpa, coação, ameaça, manipulação e conselhos, assegurando assim que as coisas aconteçam da maneira que você acha correta?
Você procura manter-se ocupado para não entrar em contato com a realidade?
Você sente que precisa fazer alguma coisa para sentir-se aceito e amado pelos outros?
Você tem dificuldade de identificar o que sente? Tem medo de entrar em contato com seus sentimentos como raiva, solidão e vergonha.

Os Doze Passos de CoDA -(Codependentes Anônimos)
foram adaptados dos 12 Passos de Alcoólicos Anônimos 

Admitimos que éramos impotentes perante os outros - que nossas vidas haviam se tornado incontroláveis.
Viemos a acreditar que um Poder Superior a nós, poderia nos devolver a sanidade.
Decidimos entregar nossa vontade e nossa vida aos cuidado de Deus como nós O concebíamos.
Fizemos um destemido e minucioso inventário moral de nós mesmos.
Admitimos perante a Deus, perante nós mesmos e perante outro ser humano, a natureza exata de nossas falhas.
Prontificamo-nos inteiramente a deixar que Deus removesse todos esses defeitos de caráter.
Humildemente rogamos a Deus para que nos livrasse de nossas imperfeições.
Fizemos uma relação de todas as pessoas a quem tínhamos prejudicado e nos dispusemos a reparar os danos a elas causados.
Fizemos reparações diretas dos danos causados a tais pessoas, sempre que possível, exceto quando fazê-lo significasse prejudicá-las ou a outrem.
Continuamos fazendo o inventário pessoal, e quando nós estávamos errados, nós o admitíamos prontamente.
Procuramos através da prece e da meditação melhorar nosso contato consciente com Deus como nós O concebíamos, rogando apenas o conhecimento de Sua vontade em relação a nós e força para realizar essa vontade.
Tendo experimentado um despertar espiritual, graças a estes Passos, procuramos levar esta mensagem para outros codependentes e praticar estes princípios em todos as nossas atividades.

As Doze Promessas de CoDA -(Codependentes Anônimos )

Reconheço que não estou só e que meus sentimentos de vazio e solidão vão desaparecer.
Não sou controlado(a) por meus medos. Eu supero meus medos e ajo com coragem, integridade e dignidade.
Experimento uma nova liberdade.
Liberto-me da preocupação, da culpa e da lamentação quanto ao meu passado e ao presente. Eu me mantenho o suficientemente atento(a) para não repetir.
Experimento um novo amor e uma nova aceitação por mim mesmo(a) e pelos demais. Eu me sinto genuinamente merecedor(a) de ser amado(a).
Aprendo a me ver igualmente aos demais. Em minhas novas e renovadas relações são baseadas na igualdade de ambas as partes.
Sou capaz de desenvolver e manter relações saudáveis e amorosas. A necessidade de controlar e manipular os outros desaparecerá na medida em que eu aprenda a confiar nas pessoas dignas de confiança.
Aprendo que é possível recuperar-me e converter-me numa pessoa mais amorosa, mais íntima e capaz de oferecer apoio apropriado. Eu tenho a escolha de comunicar-me com minha família de uma maneira segura para mim e respeitosa para eles.
Reconheço que eu sou uma criação única e preciosa.
Não dependo unicamente dos demais para poder me sentir valioso(a).
Tenho a confiança de que meu Poder Superior me guia. E venho a acreditar em minhas próprias capacidades.
Experimento gradualmente em minha vida SERENIDADE, FORÇA INTERIOR e CRESCIMENTO ESPIRITUAL.

Fonte: http://www.codabrasil.org/codep1.htm


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