domingo, 22 de julho de 2012

Quando Deus quer uma alma só para Ele, começa por espremê-la como as uvas no lagar para extrair o suco



Ouvi dizer que quando Deus quer uma alma só para Ele, começa por espremê-la como as uvas no lagar para extrair o suco. Depois, quando esta alma assim esprimida venceu as suas paixões, os defeitos, à procura de si, então dispõe dela como bem quer, e se ela é fiel logo ficará toda transformada, e então Jesus a cumula de graças escolhidas e a inunda do amor.

Quanto mais a alma ama Jesus, tanto mais as suas orações e ações terão êxito diante Dele.
Devemos amar a Jesus como Ele quer e resumir nossa vida no amor e no sacrifício.

Jesus é bom e justo. Então deixemos de olhar para o pecado do outro e olhemos para a nossa vida e o que Deus quer que façamos, pra recebermos as graças vindas Dele, que surgem como uma onda que nos causam surpresas, como uma chuva em pleno dia claro, que se despeja sobre a alma.

Poucas pessoas amam a Deus como Ele o quer. Elas procuram a si mesmas, julgando procurar a Deus, e sonham com uma santidade que não é verdadeira.

A verdadeira santidade consiste na renúncia de nós mesmos de manhã à noite, e vivermos de sacrifício. Saber deixar de lado o nosso "eu" humano, deixando que Deus trabalhe como queira em nós.

A santidade é receber as graças que Ele nos dá com profunda humildade, reconhecendo-se indignos delas. É estar sempre quando possível na presença de Deus. Fazer todas as ações sob o olhar divino e não procurar outra testemunha para os próprios esforços.

Ter a Deus como única recompensa eis a santidade que Jesus exige e quer das almas que querem viver só para Ele. O resto não é mais que ilusão.

A cruz, as grandes cruzes, as que trituram o coração, são a herança dos amigos de Deus. Não há santidade sem sofrimento.

O coração há de ser triturado a fim de sair dele todo o amor humano.

Sinto que o sofrimento e as penas que ocorrem na caminhada, é uma forma de desapego, para que Jesus possa falar ao nosso coração, afinal quanto mais íntima é a união de uma alma com Deus mais esta alma é ouvida.

Se queremos agradar a Deus o único meio  é aproximar-mos sempre mais do seu coração por uma grande atenção aos menores desejos de vossa santíssima vontade. É preciso que Ele mexa e remexa em nós e que nós não resistamos á sua vontade.

Diz São João da Cruz: "Para  se  enamorar  duma  alma não põe Deus os olhos na grandeza dela, mas na grandeza da sua humildade".

Devemos proceder com Jesus como uma criancinha com sua mãe, confiando na sua bondade , entregando-lhe nas mãos divinas todos os nossos interesses espirituais e corporais e depois procurar sempre em tudo o agradar, sem nenhuma outra preocupação.

Na verdade, deveríamos amar Jesus com amor de Criança e no entanto somos frios.

Quantas vezes um pequeno sacrifício conhecido só de Deus e de quem o praticou, não se torna mais meritório que um outro maior que  foi aplaudido! É importante a interiorização  para não tomarmos para nós os elogios que nos fazem.

São João da Cruz falava: "Deus humilha muito para depois elevar também muito; quando ficar reduzido a nada, que será a suma humildade, ficará feita a união entre a alma e Deus".

Meus irmãos, Deus procura almas vazias de si mesmas, para enchê-las de seu divino amor. O amor de si não deixa lugar para Jesus.

Poucas pessoas sabem rezar como Jesus quer. Ele só nos ouve depois do ardor dos nossos desejos e na medida do nosso amor. Por isso não recebemos.

É preciso ver tudo como provindo da bondade de Jesus, o que o aflige e o que o consola.

O amor unido ao sofrimento chega mais perto de Jesus. E enquanto não fizermos todas as ações sob o olhar do pai celestial, não teremos nem paz, nem a tranquilidade interior.

Jesus nos chama a santidade e ao puro amor, e depois, caminhar sempre sem olhar para trás, seguindo o seu caminhar, sem vacilar.

Portanto, concluimos que não devemos ter medo do sofrimento pois ele nos aproxima de Deus.

Augusta Moreira dos Santos
Grupo de Oração São Francisco de Assis

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