O
renomado psicanalista, escritor e fundador do Espaço Brasileiro de Estudos
Psicanalíticos, com sede no Rio de Janeiro, Dr. Joel Birman diz: “O vazio se
manifesta em reclamações vagas e aflitos, em que o sujeito se sente engolfado e
impotente, como as depressões, a chamada “síndrome do pânico” e as compulsões
em geral.
Na compulsão, o sujeito tenta se livrar do desamparo insuportável
preenchendo-o com drogas ilegais ou legais os psicotrópicos de tarja preta,
comida, sexo, consumo desenfreado, internet. Nada disso funciona, o vazio só
aumenta, mas ele insiste” (1).
Ficar triste devido á morte de um parente ou amigo, á perda do emprego, fim do namoro ou simplesmente por que algo saiu errado é um estado emocional transitório e perfeitamente normal.
Ficar triste devido á morte de um parente ou amigo, á perda do emprego, fim do namoro ou simplesmente por que algo saiu errado é um estado emocional transitório e perfeitamente normal.
Diferente, portanto, da depressão, doença
caracterizada quando esses sentimentos negativos se tornam tão fortes e constantes
que incapacitam o individuo para atividades cotidianas, como trabalho e estudo,
e impedem os relacionamentos sociais e afetivos.
A depressão tem componentes
hereditários, mas também pode ser desencadeada por fatores psicossociais, como
disfunções hormonais, ataque cardíaco, câncer e por alguns remédios.
A
depressão pode ser explicada por uma pequena queda nos níveis de serotonina e
dopamina no cérebro, neurotransmissores relacionados ao equilíbrio emocional.
Dependendo da intensidade dessa diminuição, e dos tipos de neurotransmissores
afetados, a doença se torna mais ou menos grave.
O distúrbio pode se manifestar
de diversas maneiras, mas são três os tipos mais comuns. A depressão maior
combina sintomas como ansiedade, pessimismo falta de energia para atividades
cotidianas, diminuição do desejo sexual, fadiga, irritabilidade etc.
Pode
ocorrer somente uma vez ou repertir-se durante toda a vida. Uma variação mais
leve é a destemer, também conhecida como a doença do mau humor, já que os
sintomas típicos são irritabilidade, desanimo e falta de sociabilidade.
A forma
menos freqüente de depressão é a desordem bipolar, também chamada de distúrbio
maníaco-depressivo, que leva o individuo a flutuações de humor, rápidas ou
graduais. A doença também pode desencadear distúrbios de sono e de apetite,
perda de memória, dores de cabeça, problemas digestivos e, nos casos mais
graves, até pensamentos suicidas.
Considerando o quarto maior problema de saúde pública do mundo, a depressão atinge 121 milhões de pessoas de todos os sexos e em todas as faixas etárias – inclusive crianças pequenas. Desse total, menos de 25% tem acesso a tratamentos efetivos, com antidepressivos. Pior ainda: de acordo com o Psiquiatra Ricardo Moreno, coordenador do Grupo de Doenças Afetivas do Hospital das Clínicas de São Paulo, a depressão não tem cura.
Dr. Moreno apresenta algumas estatísticas
nada animadoras. De 15% a 20% da população devem apresentar pelo menos um
episódio de depressão durante a vida. Quem sofre a primeira ocorrência tem 50% de
chance de reincidência. Após o segundo episódio, a probabilidade sobe para 70%
e a partir do terceiro pula para 90%. “O que os remédios fazem é ajudar a
controlar a duração desses episódios depressivos, que podem se prolongar de
seis a oito meses se não forem tratados”, afirma (2).
Os
tipos mais comuns
•
Depressão melancólica
É a doença em sua forma clássica – tristeza falta de energia, perda de apetite e raciocínio lento. Em torno de 65% dos doentes tem insônia. Os sintomas manifestam-se, sobretudo pela manhã.
É a doença em sua forma clássica – tristeza falta de energia, perda de apetite e raciocínio lento. Em torno de 65% dos doentes tem insônia. Os sintomas manifestam-se, sobretudo pela manhã.
•
Depressão atípica
O deprimido atípico sente mais fome e mais sono. A letargia e a angústia pioram no fim da tarde e a noite.
O deprimido atípico sente mais fome e mais sono. A letargia e a angústia pioram no fim da tarde e a noite.
•
Depressão ansiosa
Os sintomas vêm acompanhados de inquietação e desconforto. A pessoa não se sente à vontade em lugar nenhum, tem a sensação de que algo ruim vai lhe acontecer a qualquer momento e pode apresentar sintomas físicos de ansiedade, como taquicardia e sudorese.
Os sintomas vêm acompanhados de inquietação e desconforto. A pessoa não se sente à vontade em lugar nenhum, tem a sensação de que algo ruim vai lhe acontecer a qualquer momento e pode apresentar sintomas físicos de ansiedade, como taquicardia e sudorese.
•
Depressão psicótica
O deprimido tem delírios e alucinações. Num dos quadros mais graves, acredita que seu organismo está se deteriorando e chega a sentir o cheiro da degradação.
O deprimido tem delírios e alucinações. Num dos quadros mais graves, acredita que seu organismo está se deteriorando e chega a sentir o cheiro da degradação.
•
Depressão pós-parto
Acomete 12% das mulheres, que, além dos sintomas comuns da depressão, sentem medo, sobretudo de não conseguir cuidar do bebe.
Acomete 12% das mulheres, que, além dos sintomas comuns da depressão, sentem medo, sobretudo de não conseguir cuidar do bebe.
•
Depressão sazonal
Mais comum nos países nórdicos, manifesta-se principalmente no outono e no inverno, estações caracterizadas por longos períodos de baixa luminosidade.
Os
sintomas
Na
depressão os sinais listados a seguir ocorrem ao longo de, no mínimo, duas
semanas.
•
Abatimento
• Perda do interesse ou do prazer
• Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta
• Insônia ou sono em excesso
• Agitação ou lentidão dos movimentos
• Fadiga ou perda de energia
• Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva
• Redução da capacidade de raciocinar, concentrar-se e tomar decisões
• Pensamentos de morte recorrentes e tentativa de suicídio (3).
• Perda do interesse ou do prazer
• Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta
• Insônia ou sono em excesso
• Agitação ou lentidão dos movimentos
• Fadiga ou perda de energia
• Sentimento de inutilidade ou culpa excessiva
• Redução da capacidade de raciocinar, concentrar-se e tomar decisões
• Pensamentos de morte recorrentes e tentativa de suicídio (3).
SAÚDE
MENTAL
“Apesar
de impressionantes avanços médicos em muitas áreas da saúde”, diz um artigo no
boletim Synergy, da Sociedade Canadense para a Saúde Internacional, “as
perspectivas mundiais para a saúde mental são sombrias”.
Um relatório concluiu que 1 em cada 4 pessoas no mundo sofre de distúrbios mentais, emocionais ou comportamentais.
Um relatório concluiu que 1 em cada 4 pessoas no mundo sofre de distúrbios mentais, emocionais ou comportamentais.
Outro estudo indicou que 1 de cada 3
pacientes que consultam um profissional da área de saúde sofre de depressão ou
ansiedade. E segundo os pesquisadores, esses números estão aumentando.
Por que? Um estudo realizado pelo Departamento de Medicina na Social da Universidade de Havard diz que está aumentando o número de doenças como depressão clínica, esquizofrenia e demência porque “mais pessoas vivem até certa idade de risco”. Mas viver mais tempo não é a única razão. Os problemas econômicos também são culpados, assim como o aumento do estresse na vida moderna.
Como mudar esse quadro desanimador? Entre os muitos aspectos envolvidos nos cuidados da saúde, dizem os especialistas, deve-se dar prioridade á saúde mental porque ela “representa uma das últimas fronteiras humana”.
“Uma
pesquisa mostrou que 17,5% dos chineses adultos sofrem de distúrbios mentais…
as mulheres têm mais probabilidade de apresentar transtornos de humor e de
ansiedade.” (China Daily, China, 2011).
O
Brasil está a frente de países como Inglaterra, Irlanda e Alemanha em
ocorrência de transtornos psiquiátricos em menores de idade. Nosso “país tem
1,8 milhoes de portadores de doenças mentais e novos 50 mil casos são diagnosticados
anualmente”, afirma o Dr. Fabio Barbirato, psiquiatra infanto-juvenil e
professor na Santa Casa de Misericórdia do Rio de Janeiro (O Globo, 20/03/2010,
p.7).
MÉDICOS
DEFENDEM A CURA PELA FÉ
A
eterna luta entre a ciência e a fé perdeu a força nos últimos tempos. Os
médicos admitem a influência das crenças no processo de cura e usam suas idéias
religiosas como referencia durante a prática.
A tese é defendida pelo médico Farr Curlin, da Universidade de Chicago, que conduziu um estudo publicado na revista Archives of Internal Medicine. Curlin entrevistou 1.150 médicos em atividade nos EUA. Destes, 56% disseram que a crença influencia na saúde do paciente. Em relatório anterior, o cientista já havia descoberto que 76% dos médicos acreditam em Deus e que 55% diziam que as crenças influenciam sua pratica.
- A religião altera a forma como os médicos respondem aos pacientes e interpretam dados – analisa Curlim, que ainda pretende examinar como a influencia se dá, sobretudo em áreas como as sexuais, reprodutivas e terminais.
No estudo atual, 75% dos pesquisados responderam que a espiritualidade ajuda os pacientes a cooperar e os tornam mais positivos e 54% acreditam que ás vezes uma força sobrenatural intervém no tratamento. Em contraposição, 7% acreditam que as crenças causam emoções negativas, como culpa e ansiedade, e outros 4% acham que os pacientes usam a espiritualidade para não assumir responsabilidade sobre sua saúde. Os médicos mais religiosos reportam que os pacientes tratam destes assuntos nas consultas.
José Luiz do Amaral, presidente da Associação Médica Brasileira, concorda que a religião é um aliado forte da medicina no tratamento das doenças. Para o médico, as convicções religiosas confortam, diminuem a dimensão do sofrimento (já que na perspectiva da eternidade, a mortalidade passa a ser algo pequeno) e renovam as forças e combate á doença: “Os médicos com seus tratamentos respondem por entre 5 e 10% da cura da doenças. O resto é de responsabilidade do paciente, que encontrado um alento na religião poderá fazer muito mais”, opina Amaral.
O médico duvida que a religião influencie nas escolhas de terapias do médico e nem que o torne mais otimista, já que para ele a característica é independente da crença religiosa (4).
O
AMOR COMO CURA
Dr.
Dean Ornish, médico e escritor americano disse: “o amor e intimidade são
fatores estreitamente ligados a saúde e a doença, a tristeza, e a alegria, ao
sofrimento e a cura. Se um remédio novo tivesse o mesmo efeito, praticamente
todos os médicos no pais o recomendariam aos seus pacientes. Seria negligencia
não o receitar.”
AMOR,
FARTURA E SUCESSO
Uma
mulher saiu de sua casa e viu três homens de longas barbas brancas sentados em
frente ao seu quintal. Ela não os reconheceu. Depois de observar por muito
tempo, disse-lhes:
-
Acho que não os conheço, mas devem estar com fome. Por favor, entrem e comam
algo.
-
O homem da casa esta? – perguntaram.
- Não ela disse – está fora
- Então, não podemos entrar – eles responderam.
- Não ela disse – está fora
- Então, não podemos entrar – eles responderam.
À
noite, quando o marido chegou, ela contou-lhe o que acontecera.
-
Vá, e diga a eles que estou em casa e convide-os para entrar.
A
mulher saiu e convidou-os para entrar.
-
Não podemos entrar juntos – responderam.
- Por que? – ela quis saber.
Um
dos velhos explicou-lhe, apontando um de seus amigos:
-
Seu nome é Fartura. Mostrando o outro, falou:
- Ele é Sucesso e eu sou o Amor.
- Ele é Sucesso e eu sou o Amor.
E
completou:
- Agora vá e discuta com o seu marido qual de nós quer em sua casa.
- Agora vá e discuta com o seu marido qual de nós quer em sua casa.
A
mulher entrou e contou ao marido o que lhe fora dito. Ele ficou arrebatado e
disse:
-
Que bom! Neste caso vamos convidar a Fartura. Deixe-o vir e encher nossa casa
de fartura
A
esposa discordou:
-
Meu querido, porque não chamamos o Sucesso?
A
filha do casal, que ouvia da sala, apresentou sua sugestão:
-
Não seria melhor chamar o Amor? Nossa casa estará cheia de amor
- Atendemos pelo conselho de nossa filha – disse o marido á esposa. – Vá lá fora e chame o Amor para ser nosso convidado.
- Atendemos pelo conselho de nossa filha – disse o marido á esposa. – Vá lá fora e chame o Amor para ser nosso convidado.
A
mulher saiu e perguntou aos três homens:
-
Qual de vocês é o Amor? Por favor, entre e seja nosso convidado.
O
Amor levantou-se e seguiu em direção á casa. Os outros dois levantaram-se e
seguiram-no. Surpresa, a senhora perguntou-lhes:
-
Apenas convidei o Amor, por que vocês entraram?
Os
homens responderam juntos:
-Se
você convidasse o Fartura ou o Sucesso, os outros dois esperariam aqui fora,
mas você convidou o Amor; onde ele for iremos com ele. Onde há amor, há também
fartura e sucesso!
“Amor
é a única maneira de captar outro ser humano no íntimo de sua personalidade”.
“Ninguém consegue ter consciência plena da essência última de outro ser humano
sem amá-lo”, afirma de forma colossal o psiquiatra austríaco Viktor Emil
Frankl.
CIÊNCIA,
FÉ E CURA
“Há
muitas evidências científicas de que a fé e método como a oração ajudam na
melhora clínica do indivíduos”, afirma o médico Thomas McCormick, do
Departamento de Historia e ética da Universidade de Washington, EUA.
Desde a década de 80, inúmeros estudos e pesquisas sobre a grande importância da meditação, da oração e da fé para cura dos pacientes.
Desde a década de 80, inúmeros estudos e pesquisas sobre a grande importância da meditação, da oração e da fé para cura dos pacientes.
O conceituado neuropsiquiatra francês Dr. David Servar Schreiber afirma: “O corpo e o cérebro têm seus próprios mecanismos de cura”. Sobre o amor diz ele: “O amor é uma necessidade biológica e o corpo responde a ele. O amor acalma, tranqüiliza e deixa a pessoa bem-humorada, fazendo com que o coração funcione melhor” (5).
É bastante salutar lembrar aquela fala que aparece em Prometeu Acorrentado, do dramaturgo grego Ésquilo (c. 525-456 a.C.), quando Oceano pergunta a Prometeu: “Não sabes, Prometeu, que as palavras são médicos capazes de curar teu mal, este rancor?”
A palavra positiva, a oração e o amor são determinantes para cura. Tudo isso tem muito poder de libertação e milagres.
“A boca do justo é fonte de vida. Há “quem tenha a língua como espada, mas a língua dos sábios cura” (Pr 10,11; 12,18).
“O justo vivera pela fé. Ao teu alcance esta a palavra, em tua boca e em teu coração; a saber, a palavra da fé que nos pregamos” (Rm 1,16 ; 10,8).
“Ânimo, filha! A tua fé te curou” (Mt 9,22).
CONCLUSÃO
Junto
com o tratamento com profissionais especializados, deve-se procurar viver uma
espiritualidade saudável. Conhecer profundamente os retiros espirituais em
mosteiro, conventos e no Foyer de Charité. Visitar os santuários e receber um
despertamento renovado da fé pelos sinais, prodígio e milagres ali recebidos e
agradecidos. Buscar momentos de silêncio com consigo mesmo e com Deus.
Sabemos que para o Todo-Poderoso nada é impossível (Lc 1,47). Tudo é possível àquele que crê! (Mc 9,23). Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome ele vos dê (Jo 15,16). Tudo posso naquele que me fortalece (Fl 4,13). Não vos inquieteis com nada; mas apresentai a Deus todas as vossas necessidades pela oração e pela súplica, em ação de graças. Então a paz de Deus, que excede toda a compreensão, guardará os vossos corações e pensamentos, em Cristo Jesus (Fl 4,6.7).
O poder do perdão (Mt 6,12 ; Ef 4,32), da oração (At 4, 24-31) e do amor (Jo 3,16 ; 1 Cor 13,1-13) são monumentais para grandes transformações.
Da mesma forma que existem exercícios para o corpo, também existem, para o cérebro. Assim como o exercício fortalece os músculos, o treinamento mental condiciona o cérebro. Para estimular o cérebro, é preciso fazer coisas novas.
Por exemplo: conhecer pessoas, lugares e objetos; aprender outros idiomas e
instrumentos musicais; praticar esporte; ler bons livros; ouvir música;
assistir programas na TV que fortaleçam o poder da mente e da fé e viajar no
melhor do mundo maravilhosamente pela internet.
Lembre-se: “em Cristo você é uma nova criatura” (2 Cor 5,17).
Pe.
Inácio José do Vale
Escritor e Conferencista
Professor de Historia da Igreja
Mestre em Psicanálise Educacional
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com
Escritor e Conferencista
Professor de Historia da Igreja
Mestre em Psicanálise Educacional
Especialista em Ciência Social da Religião
E-mail: pe.inaciojose.osbm@hotmail.com
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