Ministério de libertação
Padre Rufus - Foto: Wesley Almeida/ Fotos CN
Eu
quero começar esta pregação dando um exemplo de como rezar para cura e
libertação. A oração não funciona como uma mágica. Na Bíblia, estão as regras
para nós de como rezar.
Todos os domingos eu conduzo orações de cura na minha
paróquia em Bombaim (Índia). Houve uma jovem que veio para receber oração. Ela
veio com seu bebê e sua sogra. Quando perguntei o que ela queria, ela disse que
estava com dor de cabeça. Mesmo quando a pessoa diz que tem uma dor de cabeça,
eu sei que isso não é o problema; mas, sim, um sintoma de um problema maior.
Eu
coloquei às minhas mãos na cabeça dela e ela se jogou no chão com força. Quando
olhei para os seus olhos, vi Satanás. Antes mesmo que eu pudesse rezar, ela
começou a falar. Ou melhor, não ela, mas o demônio. Eu nuca falo muito com o
demônio, mas ele gosta de falar comigo porque ele gosta de mim. E, então, pela
força do Espírito Santo, o demônio foi obrigado a me dizer porque entrou
naquela pessoa.
Ele
me disse que aquela jovem tinha perdido a sua mãe quando tinha dez, onze anos.
Ela estudava em uma escola e não se misturava com as pessoas. Durante o
intervalo, ela ia para um lugar à parte na escola, uma espécie de santuário. O
inimigo me disse que ela o visitava todos os dias buscando paz e, por isso, ele
entrou nela.
Milhares
de jovens da América e da Europa vêm ao meu país toda semana. Se você perguntar
a eles o por quê disso, a reposta é quase sempre a mesma: eles dizem que foram
buscar paz. Algo que a riqueza da América e da Europa não podem dar. O problema
é que tipo de paz eles buscam. Jesus mesmo disse: “Eu lhes dou a paz que o
mundo não pode dar”, ou seja, a paz que o demônio não pode dar. São Paulo diz
que Jesus mesmo é a paz.
Voltando
a falar do caso, quando ela acordou eu perguntei se tinha amizade com as outras
meninas na escola. E ela disse que não porque quiz ficar sozinha depois da
morte da sua mãe. Ela me contou que, naquela espécie de santuário que
frequentava, ficava olhando um guro e sentia uma grande paz. Ele dava coisas
para ela comer e beber, e ela comia e bebia. Ali estava a causa.
Ela
tinha sido curada, mas ainda precisava de libertação. É isso que eu digo a
todos que tem casos mais difíceis, como aqueles de ontem (na adoração). Depois
de curado, a pessoa precisa fazer um bom evento de cura interior o quanto antes
para se libertar.
Felizmente
para aquela jovem, eu ia dar um e ela foi participar. Durante a adoração ao
Santíssimo, eu disse para aqueles que precisavam de oração para se dirigir à
frente que eu iria rezar. A primeira pessoa que veio para ajoelhar-se foi essa
jovem. Quando a vi, fiquei um pouco preocupado porque a manifestação ia
acontecer e as pessoas iam ficar com medo. Quando cheguei perto dela, pulei-a
para não intimidar as outras pessoas. E, no final, quando ela estava sozinha, fui
rezar. Eu percebi que quando ela estava diante de Jesus Eucarístico olhava para
Ele sem piscar.
“Quer
você queira ou não, a verdade é que o demônio existe!”
Cheguei
perto dela e impus as minhas mãos; nada aconteceu. Para minha surpresa, somente
participando do retiro e estando diante do Santíssimo Sacramento ela foi
totalmente liberta. E por que ela foi curada? Porque, como eu mencionei na
minha primeira pregação, há duas dimensões para a oração: precisamos rezar
sozinhos na presença de Deus e precisamos rezar uns pelos outros. E o Senhor me
mostrou nesse lindo caso essas duas dimensões da oração.
O
principal problema daquela jovem era a morte de sua mãe. Com frequência, a
maior dor das pessoas são as perdas. A sua mãe morreu inesperadamente,
assassinada pelo pai que era alcoólatra. Mas não é só isso. Tudo aconteceu na
frente daquela criança. Isso é muito doloroso! O pai foi preso e ela acabou
perdendo a mãe e o pai. Como eu já disse nas outras pregações, toda criança
precisa da sua mãe e do seu pai. Hoje, todas às vezes que eu dou um retiro lá
na Índia ela tenta participar para dar o seu testemunho.
Depois
dessa introdução, quero falar sobre a necessidade não somente de cura interior,
mas também de libertação. Por que todos nós precisamos de libertação? Porque,
como diz na Bíblia, temos três fontes do mal nas nossas vidas. A primeira fonte
somos nós mesmos. Se eu pequei preciso me arrepender, não posso culpar as
outras pessoas. Preciso refletir sobre como começou aquele pecado. Para curar
isso precisamos reatar nosso relacionamento quebrado com Deus. Isso só acontece
quando nos arrependemos, daí eu experimento o lindo amor do Pai que nos perdoa.
A
segunda fonte do mal são os pecados da nossa família e daqueles que estão
próximos de nós. Eles nos ferem com inveja, ciúmes. Os casos que eu vi ontem
aqui não foram causados pelas pessoas, nem pelos demônios, mas por aqueles que
estavam ao redor delas. Por isso, precisamos não somente de perdão, mas também
de cura emocional.
A
terceira fonte é a força do mal que nos cerca. Essa, inclusive, pode ser a
maior fonte dos nossos problemas. Nós não estamos lidando com inimigos de carne
e osso, não é minha sogra, meu vizinho, o Hitler… Estamos lutando com os
poderes e principados, os exércitos espirituais que estão nos ares! Estamos
numa batalha espiritual, porque nosso inimigo de verdade é espiritual.
Àqueles
que não acreditam na existência do demônio é porque nunca leram a Bíblia em
suas vidas. Estou dando essa má notícia: quer você goste ou não, a verdade é
que o demônio existe. Existe um mal que é um inimigo pessoal. E como eu sei
disso? Porque está na Bíblia!
Em
uma audiência em 1972, o Papa Paulo VI disse que a maior necessidade da Igreja,
hoje, é saber como se proteger, como se defender, contra o demônio. Eu creio
que o demônio existe, nem tanto porque está na Bíblia ou porque a Igreja
ensina, mas por causa do meu ministério pastoral de cura e libertação. Eu me encontro
com casos que não há explicação humana. Nós não temos nem explicação
espiritual, exceto o fato que o demônio está trabalhando naquilo.
Eis
uma Palavra que vocês não devem esquecer e que está João 10, 10: “O ladrão não
vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida
e para que a tenham em abundância”. Qual líder religioso pode ousar a dizer uma
coisa como essa? Somente Jesus tem esse poder!
“Todos
os dias à noite, devemos pedir perdão a Deus se caímos na tentação e cometemos
o pecado”
O
demônio existe e podem haver dois extremos: aqueles que acreditam que ele não
existe, e também aqueles que dão atenção demais a ele, vendo-o em toda a parte
ou tendo medo dele. A atitude correta é aquela do equilíbrio, no meio, que deve
evitar ambos os extremos. São Pedro nos ensina que temos somente um inimigo, e
ele é o demônio; que nos cerca como um leão, buscando a quem possa devorar.
Mas, ele mesmo diz, para que não tenhamos medo, apenas sejamos vigilantes.
Mantenham os olhos abertos, estejam preparados, e, então, nada de mal vai
acontecer.
O
demônio pode nos atingir de três maneiras: pela tentação, pela possessão e pela
opressão. A tentação significa que o demônio nos atrai para coisas que
normalmente não faríamos. Por que Deus permite que eu seja tentado? Os nossos
primeiros pais foram tentados, Jesus foi tentado, Deus não vai permitir que
sejamos tentados além de nossas possibilidades, além de nossas forças. E o mais
lindo e importante é que o Senhor vai nos dar toda a força que precisarmos para
resistir a tentação.
Todos
os dias à noite, nós devemos pedir perdão a Deus se caímos na tentação e
cometemos o pecado. Precisamos sempre terminar o nosso dia com um ato de
contrição, de arrependimento; e começar o outro dia com uma oração, pedindo
para não sucumbir às tentações.
Possessão
não significa que o demônio está tentando a pessoa de longe, mas de muito
perto, ele entra dentro da pessoa. Esse é o outro extremo. Isso não é tão
comum, e somente um sacerdote como um título de exorcista pode proceder um
verdadeiro exorcismo. Devemos rezar em silêncio por essas pessoas para que elas
possam ser libertas.
Havia
uma jovem que eu conhecia do centro da Índia, ela pertencia a uma família que
estava toda envolvida com práticas ocultas. Depois de um retiro, essa família
começou a melhorar e buscaram ser católicos. Um tempo depois, a mãe dela foi me
procurar dizendo que a filha estava possuída. Pensei: Como isso pode acontecer
se eles tinham mudado de vida?
A
mãe, então, me contou que a filha queria dinheiro para ir ao cinema e ela disse
que não daria para ver aquele filme. A filha com raiva disse que se ela não
desse, ia pedir para Satanás dar. A mãe pensou que era brincadeira e disse para
ela pedir, então. Satanás nunca entra em uma pessoa sem que ela dê a permissão
para que ele entre. Direta ou diretamente a gente o convida para entrar.
E
como a gente sabe que a pessoa está possuída? Quando ela tem uma força
sobre-humana, como os casos que tenho visto esses anos na Canção Nova; quando a
pessoa fala uma língua que não conhece; e quando ela sabe de coisas que nunca
teria como saber. No meio desses dois extremos (a tentação e a possessão),
ainda existe a opressão. Nesse caso, o demônio não está longe nem dentro, mas
muito perto.
Certa
vez uma jovem veio me ver, parecia bastante perturbada. Eu disse que estava com
pressa e perguntei o que ela precisava. A jovem disse que estava grávida de
oito meses e nos últimos três dias não sentia o bebê se mexer. Ela foi aos
melhores genecologistas de Bombaim e eles disseram que o bebê estava morta. Eu
ainda me lembro dos seus olhos com lágrimas de esperança. Ela olhou para mim e
clamou que queria aquele filho. Eu nunca vou me esquecer desse caso.
Pedi
que ela permanecesse sentada e comecei a rezar. Pedi: “Senhor Jesus, quando
estava ainda no ventre de Maria você trouxe cura para o seu primo São João, que
também estava no ventre de sua mãe, Isabel. Traga a mesma cura para o ventre
dessa mulher”. Logo que terminei, a mulher gritou: “Padre, o bebe está se
movendo!”
Eu
disse para ela não se levantar, eu tinha que sair e pedi para ela continuar
rezando até que o bebê começasse a pular dentro dela, cheia do Espírito Santo.
Quando eu estava saindo, ela me disse que, enquanto eu rezava, ela sentia um
espírito de morte deixando o seu ventre, saindo pelas suas pernas. Talvez um
membro da família tenha colocado maldição nela por inveja. Ela ainda me disse
que sabia que seu filho estava morto, e me agradeceu por ser fonte de graça
para que ele ressuscitasse. Amém!
Transcrição
e Adaptação: Ariane Fonseca
Repórter de Cristo - Leia mais: http://reporterdecristo.com/cura-e-liberatacao-pe-rufus/ #ixzz1tqoCkOzK
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