Antes de publicar o material que achei extremamente interessante, do Congresso Continental sobre Igreja e Informática, quis conhecer o autor e saber sobre a sua identidade. Então, fui na Wikipédia.
Sugiro aos leitores, ler até o fim, analise tudo e fique com o que é bom. Tire um tempinho e leia com calma, verá que é uma excelente formação.
Darío
Castrillón Hoyos (Medellín, 4 de julho de 1929) é um cardeal colombiano,
foi o presidente emérito da Pontifícia Comissão Ecclesia Dei e
prefeito emérito da Congregação para o Clero.
Recebeu
a ordenação presbiteral no dia 26 de
outubro de 1952, pelas mãos de Dom Alfonso Carinci . Foi ordenado bispo
Titular de "Villa Regis" no dia 18 de julho de 1971, pelas mãos de Dom
Angelo Palmas, Dom Aníbal Muñoz Duque e Dom Baltasar Alvarez Restrepo em 16 de
dezembro de1992 foi
nomeado Arcebispo de Bucaramanga, cargo do qual resignou em 1996.
Foi
criado cardeal no consistório de 21
de fevereiro de 1998, presidido por João Paulo II, recebendo o título de Cardeal
Diácono do Santíssimo Nome de Maria no Foro Traiano.
Vamos ao material?
"O
FENÔMENO RELIGIOSO: A EVANGELIZAÇÃO NA ERA DIGITAL"
S.
Em. R. Darío Card. Castrillón Hoyos
Congresso
Continental sobre Igreja e Informática
Monterrey,
N. L., 3 de abril de 2003
Queridos irmãos Cardeais, Bispos,
sacerdotes, religiosos, religiosas e leigos que assistem a este Congresso
Continental sobre Igreja e Informática:
De acordo com alguns estudos, dentro de 10
a 15 anos, em 30% das uniões efetuadas os casais terão se conhecido através da
Internet [1]. Este dado nos ajuda a conhecer desde já uma das grandes
características da cultura da era digital: os seres humanos conhecem melhor
seus companheiros de chat que seus vizinhos de condomínio. Mas ao mesmo tempo
nos revelam que a Internet, longe de ser um simples instrumento de informação,
se tornou um ambiente onde acontecem profundas relações humanas. E, por isso, a
Evangelização não pode estar ausente dele.
I.
O FENÔMENO RELIGIOSO NA WEB
A Internet é, primeiramente, um reflexo da
sociedade e da cultura atual, como uma radiografia que nos mostra o mais
profundo de nossa natureza, de nossos pensamentos, de nossas convicções, de
nossa vida. Se a Igreja quer evangelizar esta nova civilização como ela se
apresenta, deve mostrar-se claramente nos ambientes onde esta civilização se
forma e se informa, e um meio privilegiado é a Internet.
Em 1996, um grupo de jornalistas do Times
fez uma busca na Web. Foram encontradas 25.000 referências a Bill Gates,
410.000 referências a Deus e 146.000 referências a Cristo. É mais que evidente
que Deus e Jesus Cristo não estão ausentes da Internet.
As religiões, os grupos sociais, as
plataformas políticas, todos aparecem na Web oferecendo sua mercadoria, muitas
vezes sem preocupar-se com a veracidade ou a utilidade de seu “produto”, mas
movidos pelo proselitismo ou por simples interesse econômico.
Oferece-se
a felicidade, o bem-estar imediato para atrair o interesse dos
"clientes" potenciais, as maiores panacéias e as maiores utopias
sociais, todas juntas e de um modo chamativo, atraente. Este mercado, de recente
erupção, está gerando algumas características culturais novas, está formando um
tipo novo de religiosidade da qual se podem adiantar certas peculiaridades
preocupantes.
1.
Secularismo virtual.
Basta navegar um pouco na Web para
concluir que a Internet não é um ambiente absolutamente secular. Realmente, a
abertura contínua de sites religiosos que se observa na Web nos leva a uma nova
reflexão, baseada nesta nova cultura, sobre a relação que o homem deve
estabelecer com Deus.
Os
restos do Iluminismo, que ainda continuam influenciando fortemente nossas
sociedades, têm nos levado a meditar se o único lugar para se estabelecer uma
coexistência saudável seria a sociedade secular, dentro da qual as religiões
poderiam estabelecer-se apenas no ambiente privado. Todavia, a realidade é que
a Internet está repleta de anúncios religiosos. É necessário avançar com
precaução.
Nos
encontramos perante verdadeiros sites religiosos ou perante criações
consumistas feitas na medida do homem de hoje? Nós estamos perante novas formas
de secularismo? Como as religiões são apresentadas na Web?
Entrar na Web é entrar em um mercado onde,
próxima a outras mercadorias, se oferece o que hoje genericamente se denomina
espiritualidade. Essa espiritualidade, na maioria das vezes, se baseia em uma
abordagem puramente psicológica, atualmente muito em voga, e que se torna um
recurso quase terapêutico que apenas procura confortar o ser humano.
Em
muitos sites da Web, de aspecto aparentemente religioso, encontramos uma
pseudossacralidade. A secularidade é apresentada não como ausência de elementos
sagrados, mas sim como a oferta, quase comercial, de religiões sem sacralidade
ou com um conceito irreal do sagrado, feita na medida do ser humano.
A
Internet, como mercado, busca satisfazer as necessidades das pessoas, e entre
estas necessidades está o desejo de transcendência. Muitas vezes, a mercadoria
oferecida são religiões proclamadas pelo homem, não por Deus; não reveladas;
ou, no máximo, com um pouco de iluminação divina temperada com sentimentalismo
e esoterismo para torná-la mais atraente, mais negociável.
Estas crenças comerciais situam-se
ligeiramente próximas à religião revelada. Até mesmo dentro do cristianismo, a
Internet é o púlpito onde se expõem os que constroem um catolicismo sob medida,
longe da Sagrada Escritura e da Revelação, feito mais de opiniões do que de
doutrinas de origem sobrenatural, impregnadas mais do efêmero e egoísta do que
da verdadeira salvação.
Se a mentalidade dessacralizante do final
do século XIX e começo do século XX procurava despertar as consciências
anestesiadas pela cultura cristã, agora nós nos encontramos com uma forte
tendência para absorver os narcotizados com a droga das espiritualidades novas
que não questionam o comportamento pessoal, nem as atitudes em face ao bem e à
verdade.
Deste
modo, a secularização assume uma forma pseudo-religiosa mesclada com colorações
emotivas e aspectos valorados de um novo um sagrado, comercializado e domesticado
pelo homem para seu próprio entretenimento, que seja capaz de chamar a atenção
do internauta individualista que navega ou naufraga pela Web.
Chega-se,
deste modo, quase sem perceber, a um secularismo novo que não consiste em
eliminar Deus da Web, mas que apresenta um deus novo, feito na medida do homem
e de suas necessidades. O secularismo da sociedade atual apresenta-se de
maneira discreta, adaptável, tolerante, menos coletivo e mais individualista,
escondido sob novas crenças alternativas e vistosas que são vendidas
espetacularmente, oferecendo alguns conteúdos efêmeros, alguma esperança
imediatista e uma salvação mais terrena.
2.
Relativismo on-line
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Junto ao secularismo, a Web também oferece
um marcado relativismo herdado da cultura na qual é desenvolvida. Nada é
absoluto, nem mesmo a verdade. Ao entrar na Web, o “navegante” depara-se com
múltiplas propostas de felicidade, oferecidas com argumentos muito atraentes,
com múltiplas promessas de uma vida melhor, de superação pessoal, mas sem
referência para a verdade de seus conteúdos.
E
mais, para o homem de hoje, falar sobre a verdade é considerado quase de mau
gosto. Parece uma pretensão comprometedora supor que alguém possa falar de uma
verdade que sirva para todos. É preferível falar de “sua verdade”, ou de “minha
verdade”. “Isto acontece porque a cultura midiática foi progressivamente
penetrada por um sentido tipicamente pós-moderno, no qual a única verdade
absoluta admitida é a inexistência da verdade absoluta ou, no caso dela
existir, seria inacessível à razão humana e, portanto, irrelevante” [2].
No cosmo internaútico, o relativismo
religioso é apresentado com aparência de sincretismo, um sincretismo que supõe
espontaneidade e renúncia aos aspectos mais visíveis das religiões para
tornar-se pura interioridade. A religião on-line é construída rejeitando a
experiência de comunidade e promovendo uma espiritualidade autônoma, de
intimidade absoluta, que lembra em muitos aspectos a gnosis dos primeiros
séculos do cristianismo. Há uma contradição curiosa entre a publicidade da
proclamação e a privacidade da profissão.
Na Web, as religiões aparecem como iguais,
subjetivas. Alguns analistas falam da Internet como a promotora de um
subjetivismo radical: “Tudo hoje se tornou subjetivo, tudo tem como valor de
referência o sujeito.
‘Para mim é verdade, para mim não é verdade’.
Há uma justiça e uma verdade válida para todos? Não. São válidas em relação ao
sujeito, ao seu gosto, à sua escolha. [...]. Esta é a subjetividade. A verdade
já não existe, mas para ‘cada cabeça uma sentença’.
É
fácil entender porque neste clima o sujeito se converte em mais religioso ou
menos religioso de acordo com gostos pessoais ou subjetivos” [3]. O sujeito
cibernético é o autor de seu destino, salvador de si mesmo, protagonista de sua
própria existência, sem outra autoridade sobre ele senão as limitações do
instrumento midiático.
A
este homem inundado de subjetividade, o mercado religioso on-line propõe uma
provocante produção de espiritualidade industrial, uma oferta capaz de prover
seu alimento espiritual por meio da personalização da experiência divina. Deste
modo, o navegante pode preparar sua própria dieta religiosa depois de clicar em
várias estantes de produtos com ofertas a seu gosto. Neste contexto, o mundo do
mágico adquire uma especial importância. É um produto que se vende bem por sua
atração sutil e porque reforça a idéia de independência, de poder pessoal, de
onipotência.
Na Internet, parece estar mais à vontade
aquele que busca sem encontrar do que quem parte de sua profissão de fé e
constrói sua vida a partir dela. É um reflexo de nossa cultura onde a dúvida, a
insatisfação existencial, a rejeição a todo dogma parecem ser as atitudes mais
racionais, respeitosas e tolerantes com as opiniões do outro. Muitos cristãos
pensam até mesmo se é melhor ser cristão ou ser tolerante, como se ambas as
opções fossem incompatíveis.
É
certo que a fé cristã implica a aceitação incondicional de verdades absolutas.
Supõe a adesão completa e firme à verdade da Revelação Divina, que Deus nos
manifestou para nossa salvação. Isso é a confissão de fé. Mas também é verdade
que nesta Revelação há uma referência contínua ao valor da pessoa humana. E
esta é a convicção que faz o cristão mais tolerante, porque o cristão não só
tolera o próximo, mas ele o ama tal e como é, ainda que ele possa dialogar
sobre a verdade ou falsidade de suas idéias.
Contudo,
a tolerância relativista faz o ser humano in
diferente para com o outro, e isso, no mundo da Internet, é muito fácil,
porque o próximo é o que está do outro lado do monitor, a milhares de
quilômetros de fibra óptica ou da conexão via satélite.
A fé cristã compromete pessoalmente até o
ponto de se estar disposto a deixar tudo e entregar, se necessário, a própria
vida, antes de renunciar a ela, porque a fé comporta a certeza, a segurança
plena de que aquilo em que se crê é verdadeiro, absolutamente verdadeiro,
porque é Deus quem o revela, e Deus não pode nem se equivocar e nem nos
enganar. Esta certeza se apóia não na sabedoria dos homens, mas na fidelidade
de Deus à sua palavra. Cristo, Deus feito homem, é a Verdade.
O
cristão não é tolerante porque duvida do conteúdo de sua fé, mas porque ele
sabe em quem confiou [4], porque consciente de que sua verdade não é sua, não
pertence ele; é uma Verdade revelada, da qual não é o dono, mas servo. É uma
Verdade que se revela suavemente ao que a busca com humildade, que sabe esperar
com infinita paciência e que dá testemunho com tolerante firmeza de um amor que
prefere o silêncio da cruz antes de qualquer palavra de violência.
3.
Sincretismo digital
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Alguns analistas do fenômeno religioso na
cultura atual definem-no como uma nebulosa místico-esotérica [5]. E isto se
reflete na Web. Por exemplo, as páginas de meditação transcendental contam seus
acessos por milhões, enquanto que as de oração cristã, nas quais se busca o
diálogo com Deus para encontrar Sua Vontade e não o simples relax interior, não
passam de dezenas de milhares. Verifica-se uma modificação na procura
espiritual: passa-se de uma espiritualidade da procura de Deus para uma
espiritualidade de e para o ego.
São incontáveis os sites da Internet que
prometem alcançar estados profundos de quietude do espírito e de autocontrole,
delineando caminhos escondidos pelos quais se pode entrar em contato com o mais
íntimo da própria alma, não com Deus - que normalmente não aparece nem é
nomeado -, ou então eles oferecem instruções precisas para reordenar uma
harmonia interior dissonante.
Em alguns casos, o usuário da internet
pode abrir sua alma para espíritos-guia, ciber-chamãs [curandeiros]
virtualmente existentes, organizações especializadas em fazê-lo reencontrar a
paz perdida ou restabelecer o equilíbrio interior, e tudo isso em alguns poucos
clicks, ou em mensagens que não passam de dez linhas. Também poderá aderir a
miscelâneas de música e movimento que o levarão a um êxtase revitalizante e, o
mais surpreendente, é que tudo isso ele será capaz de fazer até mesmo através
de portais dirigidos por organizações católicas.
Do ponto
de vista religioso, a Internet é apresentada como um instituto de beleza
interior, como uma academia psicofísica onde são recebidas extraordinárias
lições condensadas de sabedoria. Por meio de fáceis instruções, os alunos
atingirão graus altíssimos de domínio pessoal que, de outro modo, fora da Web,
só estariam a seu alcance depois de muitos sacrifícios e renúncias.
A
Web se torna uma confortável auto-estrada para o Absoluto, que é facilmente
alcançado por um contato rápido e direto, sem aborrecidas normas morais nem
exercícios enfadonhos de piedade. Mas o Absoluto – chamamo-lo deste modo -, na
Internet, não recebe elogio nem adoração; eventualmente é nomeado, sem receber
importância maior; é um deus domesticado, que não aborrece.
No mercado das religiões on-line, não
importa tanto a incômoda verdade, mas a aparência agradável e a satisfação do
cliente.
Para
as diferentes religiões e espiritualidades, a Internet é, ao mesmo tempo, meio
de comunicação, lugar de profissão de fé e área de vendas. Tecnologia, sagrado
e mercado se fundem em um equilíbrio harmônico, sem dissonâncias dogmáticas,
feito sob medida para o homem e a mulher de hoje.
“Os
dados sugerem que alguns visitantes dos sites religiosos da Web podem fazer
compras, selecionar e escolher elementos de pacotes religiosos sob medida paro
o usuário, adaptá-los a seu gosto pessoal” [6]. Deste modo, se favorece o
sincretismo a cujo culto se imola a verdade, a comunhão e a fé.
O
egoísmo se fortalece criando seres religiosos autônomos capazes de formalizar
sua própria religião misturando os elementos mais convenientes – ou
convincentes - dentre os achados ao longo de seu nomadismo religioso virtual. O
resultado é uma interferência no sagrado, que aparece adaptado à subjetividade
do “navegante”.
O
protótipo do internauta, contaminado pelo relativismo ambiental, não reconhece
um Criador ao qual pertence, mas se considera propriedade de si mesmo, com
capacidade total de decisão em qualquer assunto.
O
internauta pode escolher entre esoterismo, parapsicologia, astrologia,
ocultismo, cartomancia, medicina alternativa, e muitas outras possibilidades,
de acordo com seu próprio gosto, sem o peso de autoridades que lhe indiquem
qualquer parâmetro.
Deste modo, se chega pouco a pouco a uma
divinização do indivíduo que acaba prescindindo de Deus, ou melhor, de um Deus
objetivo. Por isso, na Internet surgem novas divindades tolerantes, amáveis,
generosas, redentoras, quebrando os velhos limites que obrigaram o ser humano a
obedecer a um único Deus.
A Internet multiplica as possibilidades de
escolha, sem realmente se preocupar se esses deuses existem ou não. Agora, os deuses novos não são feitos de
barro nem de ouro, mas de bits, mais confortáveis de adorar, menos
aborrecedores, e sempre prontos a atender nossos gostos. A Internet é um
grande arquipélago de crenças, mas crenças sem força nem convicção onde se
misturam cultos, seitas, confissões, verdadeiras religiões e Igrejas
institucionais.
4.
A Web e liberdade
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Se nós fizéssemos uma pesquisa mundial
sobre quais são as principais características da Web, seguramente a maioria das
respostas apontaria a informação e, principalmente, a liberdade. Está certo, a
liberdade é a essência mesma da Internet. No mundo virtual, pode-se fazer quase
tudo o que se deseja, praticamente sem leis. Pode-se acessar o site de uma
organização terrorista, páginas de pornografia ou de organismos de resistência
antiglobalização, tudo em questão de segundos e sem nenhum compromisso por
parte do surfista cibernético. O mundo dos usuários da Internet é um mundo
livre, sem compromissos, sem obstáculos, sem normas.
A Internet é como um altar no qual se
rende culto ao conceito de liberdade nascido nos prelúdios da última
modernidade, onde esta palavra tem assumido diferentes características míticas.
Em nossas sociedades, a liberdade é concebida freqüentemente de maneira
anárquica ou, simplesmente, antiinstitucional, convertendo-se deste modo em um
ídolo.
Mas
a liberdade humana só pode ser, em todo momento, a liberdade da justa relação
recíproca, a liberdade na justiça; caso contrário, se torna mentira e leva à
escravidão. A liberdade humana é muito mais que a simples ausência de
obstáculos, que declina em rebeldia e desacato a toda autoridade. É um
compromisso para construir e construir-se, uma capacidade de decisão para
determinar o próprio comportamento e procurar sempre o melhor [7].
II.
AS CHAVES DA EVANGELIZAÇÃO NA ERA DIGITAL
A Evangelização na Era Digital deve ser
dirigida ao homem todo, sem prescindir da evangelização da inteligência, porém
sem permanecer apenas nela. É necessário chegar ao homem e à mulher que vivem
na e da Internet, e é necessário chegar a eles também através da Web,
propondo-lhes a verdadeira salvação, a única salvação de Cristo.
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1.
Evangelizar na Internet
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"Proclama
a Palavra, insiste a tempo e fora de tempo, repreende, ameaça, exorta com toda
a paciência e doutrina” [8].
As palavras de Paulo continuam nos
lembrando que “o dever de dar testemunho da morte e ressurreição de Jesus e de
sua presença salvífica em nossas vidas é tão real e urgente como aos primeiros
discípulos. Nós temos que comunicar a boa notícia a todos aqueles que a queiram
escutar.
É
indispensável a proclamação pessoal e direta, na qual uma pessoa compartilha
com outra a fé no Ressuscitado. Igualmente o são as outras formas tradicionais
de semear a Palavra de Deus. Não obstante, ao mesmo tempo, deve-se realizar
hoje uma proclamação nos e pelos meios de comunicação social. ‘A Igreja se
sentiria culpada perante o Senhor se fizesse não uso destes meios poderosos’
[9]” [10]. E um destes meios é a Internet.
Se
verdadeiramente a Igreja tem consciência do que o Senhor quer que ela seja,
surge dela uma singular maturidade e uma necessidade de transbordamento, com a
clara advertência da missão que a transcende e do anúncio que deve difundir. É
o dever da Evangelização. É o mandato missionário. É o ministério apostólico.
Não é suficiente uma atitude fielmente conservadora.
Certamente teremos que conservar o tesouro da
verdade e da graça legado a nós por herança pela tradição cristã; mais ainda,
teremos que defendê-lo: “Guarda o depósito” [11], admoesta São Paulo. Mas nem a
custódia, nem a defesa encerram toda a tarefa da Igreja relativa aos dons que
possui. O dever primordial para a herança recebida de Cristo é a difusão, é a
oferta, é o anúncio: “Ide, pois, e ensinai a todas as gentes” [12], é o supremo
mandato de Cristo a seus Apóstolos.
Estes,
com o nome mesmo de Apóstolos, definem sua própria e irrecusável missão. A este
impulso interior de amor que tende a fazer-se dom exterior é que S.S. o Papa
Paulo VI chama “diálogo” [13]. Todo católico, a partir de seu testemunho
pessoal, de sua vida, também é responsável por esta missão da Igreja. Também
quando se manifesta ao cibermundo deve sentir-se comprometido a dar o que
recebeu, ir e ensinar a todas as gentes. Deste modo, a Internet se torna para
ele um areópago para proclamar o nome de Cristo.
Evangelizar é abrir a riqueza da Revelação
para os homens, é anunciar a inescrutável riqueza de Cristo, é esclarecer como
foi revelado o Mistério escondido desde os séculos em Deus [14].
Não
se pode evangelizar quando se abandona a verdade da mensagem. Por isso, “a
atenção ao acercar-se dos irmãos não deve traduzir-se em uma atenuação ou
diminuição da verdade.
Nosso
diálogo não pode ser uma fraqueza em relação ao compromisso com nossa fé. O
apostolado não pode tolerar uma espécie de compromisso dúbio relativo aos
princípios de pensamento e de ação que devem definir nossa profissão cristã.
O
irenismo [15] e o sincretismo são, no fundo, formas de ceticismo em relação à
força e ao conteúdo da Palavra de Deus que queremos manifestar. Só quem é
completamente fiel à doutrina de Cristo pode ser eficazmente apóstolo. E só o
que vive com plenitude a vocação cristã pode ser imunizado do contágio dos
erros com os quais se põe em contato” [16].
Evangelizar é satisfazer o coração do ser humano que procura para Deus até
encontrar n’Ele a plenitude da vida e da felicidade. Todo o homem, toda a
mulher, carrega em seu ser essa ânsia de Deus; sua inteligência, sua vontade,
sua liberdade, sua consciência moral, seus ricos sentimentos e até mesmo suas
paixões [17], falam da necessidade de procurar um Absoluto que plenifique sua
vida; algo, ou melhor, Alguém que está fora e dentro dele ao mesmo tempo.
Superior Summo meo et Interior Intimo meo [18]. O homem é fraco e feito para
Alguém que parece esperá-lo e escutá-lo a partir de dentro e do alto.
Santo Agostinho desejava saber: “Por que,
Senhor, que eu te busco?”, e ele mesmo encontrou a resposta: “Porque ao
buscar-Te, meu Deus, eu busco a vida plena. Faz que Te busque para que viva a
minha alma, porque meu corpo vive de minha alma e minha alma vive de Ti” [19].
A vida do homem está n’Aquele de quem vive sua alma. “Nos fizeste para Ti, e
nosso coração está inquieto enquanto não descansar em Ti” [20].
Com
a Evangelização, a Igreja preenche a mais profunda necessidade do ser humano,
entrega-lhe o que mais anseia. Por isso, hoje é um ditame comumente aceito o
colocar entusiasmo em nossa fé, fazer com que as convicções da fé desçam da
mente para o coração e preencham todas as facetas do ser humano.
A Igreja, sem medo nenhum nem falsas
humildades, também através da Internet deve apresentar-se ante os novos modelos
culturais como a grande alternativa para o futuro do homem e o ponto de
referência para uma renovação fundamental da sociedade.
Só
ela está em condições de responder aos “enigmas secretos da condição humana
que, tanto ontem como hoje, movem seu coração intimamente: O que é o homem?
Qual é o sentido e o fim de nossa vida? O que é o bem e o que é o pecado? Qual
é a origem e o fim da dor? Qual é o caminho para chegar à verdadeira
felicidade? O que é a morte, o juízo e qual a retribuição após a morte? Qual é,
finalmente, aquele último e inexplicável mistério que envolve nossa existência,
do qual procedemos nós e para o qual nós dirigimos?” [21]. Nem a ciência [22],
nem a exaltação dos sentimentos podem dar solução aos grandes questionamentos
que envolvem a vida dos seres humanos.
“A Internet pode oferecer magníficas
oportunidades para a Evangelização se for usada com competência e com uma clara
consciência a respeito de suas forças e suas debilidades.
Principalmente
ao prover informação e despertar interesse, torna possível um encontro inicial
com a mensagem cristã, especialmente entre os jovens que se dirigem cada vez
mais ao mundo do ciberespaço como a uma janela aberta ao mundo.
Por
isto, é importante que as comunidades cristãs descubram meios práticos para
ajudar aos que se põem em contato com elas pela primeira vez através da
Internet, para passar do mundo virtual do ciberespaço para o mundo real da
comunidade cristã” [23].
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2.
O encontro pessoal com Cristo, chave de toda autêntica evangelização
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Ao esboçar a Evangelização na Internet não
se pode perder de vista que a fé católica e a pertença à Igreja são algo mais
que uma cultura ou uma história; é uma relação com o Salvador, com o único
Salvador do homem. Esta é a chave: o cristianismo não é só uma tradição
cultural, nem só uma doutrina, nem sequer se reduz a uma filosofia de vida.
Não, o cristianismo é um encontro vital e pessoal com Cristo, na Igreja e pela
Igreja. Ser cristão é ser discípulo de Cristo, nosso Mestre e único Salvador.
Por isso, o primeiro passo da Evangelização é levar ao conhecimento de Cristo.
A fé é crer em algo, mas é principalmente
crer em Alguém, e crer pela autoridade de Deus que não pode enganar-se nem
enganar-nos. Crer implica uma disposição da alma que aceita a Cristo como a
Revelação de Deus. Mas a Cristo não chegamos diretamente, por isso precisamos
de intermediários fiéis.
A
evangelização é sempre obra de homens, de evangelizadores que dão daquilo que
eles, por sua vez, receberam, recordando a frase misteriosa de Jesus: Minha
doutrina não é minha, mas daquele que me enviou [24], ou o colocado nas
palavras de São Paulo: eu recebi do Senhor o que lhe transmiti [25]. Portanto,
o evangelizador é uma testemunha fiel, o transmissor de Alguém em quem acredita
profundamente, de Alguém a quem ama com todo seu coração, com toda sua alma e
com toda sua mente [26].
Evangelizar é conduzir ao encontro pessoal
com Cristo, à aquisição da convicção profunda que “a vida que eu vivo no
presente na carne, a vivo na fé no Filho de Deus que me amou me e se entregou a
si mesmo por mim” [27]. Esta é a explicação de toda a Evangelização: abrir a
porta da fé para que Cristo, o Redentor, entre em nossas vidas: Ianua nostra
est fides. Per istam ianuam Christus ingreditur: “Nossa porta é a fé. Por esta
porta entra Cristo” [28]. A Internet é o meio pelo qual, com um número
indefinido de pessoas, podem ser dados os primeiros passos da evangelização,
apresentando-as a Cristo para abrirem a porta da fé.
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3.
A vida de Igreja on-line
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Há uma verdade inquestionável: a Igreja
está muito presente na Internet [29]. No supermercado de religiões que nos
propõe a Web, há muitos portais católicos ricos em informação e doutrina.
Certamente que o aspecto sacramental da Igreja está fora da Internet, e é muito
difícil de levar à Internet alguns aspectos da vida da Igreja, mas “embora a
realidade virtual do ciberespaço não possa substituir a comunidade real e
interpessoal, ou a realidade encarnada dos sacramentos e da liturgia, ou a
proclamação imediata e direta do Evangelho, pode complementá-las, atrair as
pessoas para uma experiência mais completa da vida de fé e enriquecer a vida
religiosa dos usuários, ao mesmo tempo em que lhes disponibiliza algumas
experiências religiosas” [30].
"A realidade virtual não substitui a
real presença de Cristo na Eucaristia, nem a realidade sacramental dos outros
sacramentos, nem mesmo o culto compartilhado em uma comunidade humana de carne
e osso. Os sacramentos não existem na Internet; e até mesmo as possíveis
experiências religiosas com a graça de Deus são insuficientes se estão
separadas da interação com o mundo real, com outras pessoas de fé.
Este
é outro aspecto da Internet que requer estudo e reflexão. Desse modo, o plano
pastoral deveria considerar como levar as pessoas do ciberespaço para uma
comunidade autêntica e como, então, a Internet poderia ser usada, como
instrumento de ensino e catequese, para apoiá-los e enriquecê-los em seu
compromisso cristão” [31].
Jesus Cristo quis agir por mediações
humanas [32], ele quis chegar a todos os homens de todos os continentes e de
todos os tempos, através de sua Igreja. “Jesus, enviando seus apóstolos,
confiou a eles não só o ministério da Palavra de Deus e dos sacramentos, mas
também o da autoridade de governar a Igreja em seu nome, autoridade que
prometeu e conferiu a um apóstolo em particular, Simão Pedro, confiando-lhe
deste modo a responsabilidade pastoral suprema de toda a Igreja; resulta daí
que Cristo instituiu verdadeiramente uma única Igreja como comunidade formal e
especificamente visível, quer dizer, individualizada na história como Sua
Igreja graças a certas estruturas e instituições visíveis” [33]. O
comportamento dos Apóstolos e da Igreja primitiva nos confirma esta realidade
[34].
A Igreja tem sua origem na Encarnação do
Verbo que, assumindo nossa natureza, quis salvar-nos com ela e ensinar-nos por
meio dela. A Igreja continua a Encarnação de Cristo no tempo e no espaço, é seu
Corpo Místico.
A
Igreja é uma instituição e essa instituição significa que a Igreja é uma
criação de Cristo, instituída por Ele. A Igreja é, ao mesmo tempo, um presente
e uma estrutura, ou melhor, um presente que possui uma estrutura.
“A Igreja é o lugar onde os homens, encontrando
Jesus, podem descobrir o amor do Pai” [35]. A Igreja é quem recebe o filho
pródigo. Cristo vive na Igreja. Cada um dos filhos que vivem na Igreja, vivem
na fé no Filho de Deus que a amou e se entregou a si mesmo por ela [36].
Parece
que atualmente uma opinião muito difundida é que a Igreja, em vez de atrair
para si as pessoas que buscam respostas para suas dúvidas, as rejeita. Mas nós,
que nos sentimos Igreja, que estamos nela de coração, sabemos que nos compete
dar resposta a essas perguntas, porque nós somos a Igreja.
Nós
que vivemos a Igreja dentro de nós sabemos que somos pedras vivas e percebemos
que dentro desta instituição, muitas vezes muito humana, às vezes
excessivamente humana, corre o rio da graça, do amor, da caridade e da infinita
misericórdia de Deus.
Os
de fora, que não são os não-batizados, mas os que não fazem sua a Igreja, os
que não se sentem comprometidos, os que falam deles e nós (a hierarquia e nós)
infelizmente eles não revelam esse rio da graça. Eles pensam em uma instituição
cheia de imposições, legalista. Eles chegam até o portão da casa do Pai e não
ousam entrar nela, e não a entendem; principalmente não entendem que não se
trata de entender, mas de amor, de entrega, de doação, como a doação de Cristo
[37].
Eles
não entendem que essas leis são o caminho da liberdade, de uma liberdade que
dever ser guiada pelo amor. E a Igreja, ou seja, nós, o que fazemos? A Igreja
tem que abrir suas portas e lhes mostrar o amor do Pai que habita nela. E pode
fazer isto, deve fazer isto também através da Internet.
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4.
Uma nova forma de inculturação [38]
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Evangelizar o homem significa também
evangelizar sua cultura, essa maneira peculiar com que os homens, em um
determinado tempo e lugar, cultivam sua relação com a natureza, consigo mesmo e
com Deus a fim de alcançar um nível verdadeiramente, plenamente humano. A
igreja respeita a diversidade de culturas para enriquecê-las mais. Evangelizar
não é desrespeitar uma cultura, mas testemuhar-lhe um respeito maior
chamando-a, em nome de Cristo, ao desenvolvimento pleno.
Evangelizar
as culturas é propor modelos de sociedade inspirados na Revelação, transformar
o íntimo da sociedade, os critérios de juízo e seus valores expressos, até
elevá-los a um nível superior, de acordo com a dignidade do ser humano.
O
Evangelho não é uma cultura a mais. Anunciar o Evangelho em sua integridade é,
para a Igreja, uma questão de fidelidade a Deus e um serviço ao homem. A Boa
Nova cristã oferece sua alma às culturas de todos os povos. A inculturação da
fé e a Evangelização das culturas avançam conjuntamente, que é o progresso na
fé sem alterar seus conteúdos. A característica do progresso é o crescimento de
uma realidade em sua própria identidade, e não a mudança desta realidade em
outra diferente. No centro desta identidade está a fé em Cristo vivo acumulada
pela Tradição da Igreja.
Pode-se falar agora, então, de uma
verdadeira inculturação do Evangelho na Internet? De que modo pode cumprir-se
esta inculturação?
Na Web convergem uma infinidade de
culturas, ou melhor, a Internet se torna uma vitrine de culturas ou um tipo de
meta-cultura universal, na qual todas as culturas podem expressar-se. Graças à
Internet, “as culturas menos difundidas já não estão isoladas, beneficiam-se de
um aumento de contatos, mas também sofrem pelas pressões exercidas por uma
forte tendência à uniformidade” [39].
A inculturação, se utilizada para
proclamar eficazmente a Boa Nova na Web, deve se lembrar de que “Deus,
realmente, ao revelar-se a seu povo até a plena manifestação pelo Filho
Encarnado, falou de acordo com a cultura característica de cada época.
Do
mesmo modo, a Igreja, ao viver durante o curso da história uma variedade de
circunstâncias, empregou as manifestações das diversas culturas para difundir e
revelar a mensagem de Cristo em sua pregação a todas as pessoas” [40].
Esta
é a chave que nos oferece o Concílio: é usar as manifestações das culturas
diversas para difundir e revelar a mensagem de Cristo. Então, uma verdadeira
inculturação da Boa Nova deve superar a tentação de adaptar o Evangelho à
cultura atual, destilando a religião católica através de um alambique que
elimina os elementos dogmáticos para permitir passarem apenas alguns valores
ambíguos que possam ser compartilhados por todos.
A Igreja tem o dever de aprender os novos
protocolos de comunicação e as novas linguagens telemáticas para poder
continuar seu diálogo com a humanidade. Somente deste modo poderá estabelecer
um verdadeiro diálogo com o homem de hoje em um meio como a Internet, que é
essencialmente interativa. Há que “… integrar a mensagem nesta nova cultura
criada pela comunicação moderna. É um problema complexo, já que esta cultura
nasce, até mesmo antes dos conteúdos, do fato de que existem novas maneiras de
se comunicar, com linguagens novas, técnicas novas, atitudes psicológicas
novas” [41].
Partimos de uma convicção de que o
Evangelho pode enriquecer profundamente esta nova cultura. Nesta ambiente
virtual da Internet “faz-se necessário um anúncio do Evangelho que seja mais
incisivo, testemunhal, encarnado – capaz de penetrar nas profundezas da
mentalidade, dos valores partilhados – para regenerar o ethos dos povos e
contribuir para a realização de um futuro mais digno da pessoa, que seja
especialmente atencioso com o ser humano [42]”.
A união dos Apóstolos no Cenáculo, unidos
em torno de Maria Santíssima, Rainha dos Apóstolos, nos apresenta qual deve ser
a preparação da Igreja para a Evangelização. O Colégio Apostólico perseverou na
oração junto a Maria, a Mãe do Senhor [43]. Naquele contexto de união e
caridade chegou o Espírito Santo para iniciar a primeira Evangelização. Era
necessário esse clima de amor, de compreensão, de oração, de obediência, para
serem capazes de acolher o Espírito e lançarem-se à missão recomendada para a
Igreja. Sem aquele habitat espiritual de amor se frustra a ação do Espírito
Santo.
“O
espírito de independência, de crítica, de rebelião, não está de acordo com a
caridade animadora da solidariedade, da concórdia, da paz na Igreja, e
transforma facilmente o diálogo em discussão, em disputa, em dissidência;
fenômeno desagradável, – embora, infelizmente, sempre pode acontecer – contra o
qual a voz do Apóstolo Paulo nos previne: Que não haja divisões entre vocês
[44]” [45]. Sem o espírito de obediência solícita no amor, a resposta generosa
dos apóstolos para a ação do Espírito não teria acontecido.
Pentecostes
inicia o milagre de alguns homens enviados, sem medo e acima de suas próprias
capacidades humanas, para a difusão do Evangelho e a predisposição de algumas
culturas e linguagens finitas abertas à plenitude do amor.
Também
hoje, o Espírito Santo põe em marcha sua Igreja lançando-a por sobre suas
possibilidades humanas e predispondo um ambiente cultural no qual os homens
podem abrir-se ao Amor verdadeiro, ao Amor que salva. Obrigado.
BIBLIOGRAFIA
Juan
Pablo II, Internet: un nuevo foro para la proclamación del Evangelio, Mensaje
con ocasión de la Jornada de las Comunicaciones sociales, 24 de enero de 2002.
Juan
Pablo II, Proclamar desde los terrados: el Evangelio en la era de la
comunicación global, Mensaje con ocasión de la Jornada de las Comunicaciones
sociales, 24 de enero de 2001.
Consejo
Pontificio para las Comunicaciones Sociales, La Iglesia e Internet.
Vincenzo
Comodo - Gian Franco Poli, Cliccate e vi sarà aperto, spunti per la misione
della chiesa en Internet, Effatà Editrice, Cantalupa (TO) 2002.
Cecilia
Gatto Trocchi, Nomadi spirituali, Mondadori, Milano 1998.
[1]
Cfr Tonino Cantelmi, Lisa Giardina, La mente virtuale, San Paolo, Cinisello
Balsamo (MI) 2002, p 9.
[2]
Juan Pablo II, Proclamar desde los terrados: el Evangelio en la era de la
comunicación global, Mensaje con ocasión de la Jornada de las Comunicaciones
sociales 2001, 3
[3]
C. Fiore, Religione tra storia e attualità, LDC, Leumann (TO) 1999, p 150.
[4]
Cfr 2 Tim 1,12.
[5]
Cfr F. Champion, La nébulose mystico-exoterique. Une décomposition du religieux
entre humanisme révisité, magique, psycologique, Presses Universitaires, Lyon
1994.
[6]
Consejo Pontificio para las Comunicaciones Sociales, La Iglesia e Internet, 9.
[7]
Ao longo da história da filosofia, há três grandes linhas para entender a
liberdade humana que partem, por sua vez, de três definições distintas de
liberdade:
-
"É livre quem se guia apenas pela razão" (Baruch Spinoza, Ética
demonstrada de acordo com a ordem geométrica, parte IV, proposição 62). Em
outras passagens desta mesma obra, a concepção da liberdade de Baruch Spinoza
se apresenta determinista, se reduz à simples ignorância das causas (por
exemplo, na parte II, proposição 35).
-
"Um homem livre é quem nas coisas que, por sua força ou ingenuidade, pode
fazer, não é impedido em realizar sua vontade" (Thomas Hobbes, Leviatã,
II, 21).
-
"O poder, radicado na razão e na vontade, de agir ou não agir, de fazer
isto ou aquilo, de executar por si mesmo ações deliberadas. Para o livre
arbítrio cada um tem a si mesmo" (Catecismo da Igreja Católica 1731).
[8]
2 Tim 4,2.
[9]
Pablo VI, Exhortación apostólica Evangelii nuntiandi, 45.
[10]
Juan Pablo II, Anunciar a Cristo en los medios de comunicación al alba del
Tercer Milenio, Mensaje del Papa para la Jornada Mundial de las Comunicaciones
Sociales, 24 de enero 2000.
[11]
1 Tim 6,20.
[12]
Mt 28,19.
[13]
Cfr Pablo VI, Ecclesiam suam 16: “Nós daremos a este impulso interior de
caridade que tende a fazer-se dom exterior de caridade o nome, hoje já comum,
de diálogo”.
[14]
Cfr Rom 16,25; Ef 3,9; Col 1,26.
[15]
Irenismo: Atitude conciliadora e compreensiva para com os crentes de outras
igrejas ou seitas [N.T.].
[16]
Pablo VI, Ecclesiam suam 21.
[17]
Sobre este tema é muito interesante reler os números 1716 a 1845 do Catecismo
da Igreja Católica.
[18]
“Superior a lo más alto que hay en mí y más interno que lo más profundo de mi
intimidad” (San Agustín, Confesiones, 3, 6,11).
[19]
“Quomodo ergo Te quaero, Domine? Cum enim Te, Deum meum, quaero, vitam beatam
quaero. Quaeram Te, ut vivat anima mea. Vivit enim corpus meum de anima mea et
vivit anima mea de Te” (San Agustín, Confesiones, 10, 20, 29).
[20]
San Agustín, Confesiones 1,1,1.
[21]
Concilio Vaticano II, Nostra Aetate, 1.
[22]
Cfr Juan Pablo II, Discurso a un grupo de “premios Nobel”, 22 de diciembre de
1980.
[23]
Juan Pablo II, Internet: un nuevo foro para la proclamación del Evangelio,
Mensaje con ocasión de la Jornada de las Comunicaciones sociales 2002, 3.
[24]
Jn 7,16. Este é o tema preferido pelo Quarto Evangelho. Cf. p. ex.: Jn 3,34;
8,28; 12,49s; 14,24; 17,8.14.
[25]
1 Cor 11,23: a palavra transmitir, empregada aqui por São Paulo, tem sido
repetida amiúde na Exhortación Apostólica Evangelii nuntiandi para descrever a
ação evangelizadora da Igreja; Cf, por exemplo, os números: 4, 15, 78, 79.
[26]
Cfr Mt 22,37; Mc 12,30; Lc 10,27.
[27]
Gal 2,20.
[28]
San Ambrosio, In Ps 118,12,14.
[29]
Basta ver, por exemplo: I. Domanin - S. Porro, Il Web sia con voi, Mondadori,
Milano 2001, y G. Girardet, .cristianesimo 1.0, Editori Riuniti, Roma 2000,
que, ainda que se refiram sobretudo à Italia, compilam amplos catálogos de
páginas católicas na Internet.
[30]
Consejo Pontificio para las Comunicaciones Sociales, La Iglesia e Internet, 5.
[31]
Consejo Pontificio para las Comunicaciones Sociales, La Iglesia e Internet, 9.
[32]
Cfr Mt 18,18; Jn 20,23; Mt 28,18-20.
[33]
André Léonard, Le ragioni del credere, Jaca Book, Milano 1994, p. 144. Para uma
reflexão sobre a origem cristológica da Igreja, ver as páginas 139 a 146.
[34]
Cfr Mt 16,18-19; Mc 16,15-16; Jn 21,15-17; Hch 2,38; 2,42; 4,34-35; 6,1-6;
15,1-35; 1 Cor 5,3-5; 11,33-34; 14,27-40; 2 Cor 2,9; 13,10.
[35]
Juan Pablo II, Exhortación Apostólica Postsinodal Ecclesia in America 10. Além
disso, no número 11 desta mesma Exortação, se designa Maria como meio para
chegar a Jesus, e no número 12 são citados três lugares proícios para o
encontro com Cristo: a Sagrada Escritura lida à luz da Tradição, dos Padres e
do Magistério, aprofundada na meditação e na oração; a Sagrada Liturgia; e as
Pessoas, especialmente os pobres, com os quais Cristo se identifica.
[36]
Cfr Gal 2,20.
[37]
Cfr Jn 13,34; 15,12.
[38]
“A inculturação é um conceito que serve para descrever as mudanças culturais
conseqüentes à penetração do Evangelho em um ambiente humano. A inculturação é
semelhante à aculturação, termo usado pelos antropólogos do final do século
passado [XIX] para designar as mudanças culturais que se verificam quando dois
grupos humanos vivem em estreito contato. O encontro das duas culturas provoca
geralmente múltiplas mudanças, por exemplo na língua, nos usos, nas convicções,
nos comportamentos. Os católicos começaram a a usar o conceito de aculturação
para estudar as relações entre cristianismo e cultura. Hoje, o termo
inculturação é preferido e mais freqüente. Tem a vantagem de destacar que o
encontro do Evangelho com uma cultura não se reduz simplesmente à relação entre
duas culturas (aculturação). Trata-se especificamente da interação entre a
mensagem de Cristo e uma determinada cultura” (Cfr H. Carrier, Inculturazione
del vangelo, en R. Latourelle - R. Fisichella, Dizionario di Teologia
Fundamentale, Citadella, Assisi (PG) 1990, pp 587-588.
[39]
Verso un approccio pastorale alla cultura, n 33, en Pontificio Consiglio delle
Comunicazioni Sociali, Etica nelle Comunicazioni Sociali, n 16.
[40]
Concilio Ecuménico Vaticano II, Constitución pastoral Gaudium et spes, n.58.
[41]
Juan Pablo II, Carta encíclica Redemptoris missio, n. 37c.
[42]
A. Staglianò, Anche dai tetti urge predicare il Dio di Gesù Cristo, en Ufficio
Nazionale per le Comunicazioni Sociali, “Predicatelo dai tetti”, p 42.
[43]
Cfr Hch 1,14.
[44]
1 Cor 1,10.
[45]
Pablo VI, Carta encíclica Ecclesiam suam 31.
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