sábado, 30 de junho de 2012

“Eu sou apenas um lápis nas mãos de Deus".

Dom Emanuel Messias de Oliveira

Bispo de Caratinga (MG)

Esta frase é de Madre Tereza de Calcutá. Linda, não é? O que Deus gostaria de escrever a respeito da sua vida? Qual é o sonho de Deus para você? É bom lembrar que Deus tem um projeto amoroso para cada um de nós, desde toda eternidade. Quando Deus nos criou, ele nos criou à sua imagem e semelhança. Será o que Deus quis expressar com estas encantadoras palavras? Uma resposta adequada vai na linha da paixão amorosa que Deus tem para cada um de nós. Ele nos quer semelhantes a ele. Veja! Deus é louco de amor por você. Ele não é apenas o mais famoso escritor; ele é o mais excelente orador. E sua Palavra é Jesus Cristo e é através do Verbo Eterno, na força do Espírito Santo, que ele fala e sua palavra é criadora. Foi através de sua Palavra que ele criou todas as coisas: o universo com todas as suas galáxias, todos os sistemas solares, este lindo planeta azul, que chamamos “Terra” e também o ser humano, que foi criado à sua imagem e semelhança. Percebemos com a fala ou a escrita de Deus ainda mais, ou seja, que ele não é apenas um orador, mas o mais excepcional dos poetas. Você é um poema de Deus, escrito com o mais requintado gosto e arte.
Os santos foram pessoas dóceis que se comportaram como um lápis nas mãos do Pai e permitiram que Deus escrevesse sua história. Deus escreve nossa história sem intervir em nossa liberdade. Quando nós, quais crianças no colo do Pai, deixamos que ele nos conduza, Deus se enternece e nos enche de ternura, carinho, afeto e amor. Seu Filho Jesus deixou-se completamente embalar pelas mãos do Pai. Por isso, o Pai, depois do batismo do Filho, encheu-o do seu Espírito Santo e disse-lhe: 
“Tu és o meu Filho amado; em ti está o meu agrado”. O Filho foi todo do Pai e o Pai todo do Filho. O Filho deixou que o Pai escrevesse toda a sua história. Por isso, ele é “o resplendor da glória do Pai, a expressão do seu ser”, o seu maior poema de amor. Nas mãos do Pai, o Filho não quis viver para si mesmo, mas para todos nós, concedendo-nos, com a doação de sua vida, a graça da filiação divina, tornando-nos filhos adotivos do Pai misericordioso. Agora somos coerdeiros com o Filho Amado. No Filho, o Pai nos doou tudo. Doou-se a si mesmo. Quem acolhe esta verdade no coração não quer viver para si mesmo para os seus irmãos, pois é nisto que consiste o amor, que flui do coração do Pai.
Os santos se distinguem de nós pela sua docilidade nas mãos do Pai. Não procuraram fazer a sua vontade, mas a vontade do Pai. O sonho do Pai é que cada um de nós se torne um poema de amor escrito por ele. Assim o fez Tereza de Calcutá. Assim o fizeram os santos de todos os tempos. Assim o fez São João Batista, o padroeiro da nossa diocese, cuja festa celebraremos dia 24 deste mês de junho. Todos nós somos chamados a ser santos, a realizar, na doação de nossas vidas, o projeto do Pai.
Renuncie-se a si mesmo meu irmão e minha irmã, torne-se um lápis nas mãos do Pai e deixe que ele transforme sua vida num lindo poema de amor, escrito com tintas de luz.

A prudência é um tesouro ao alcance de todos aqueles que a desejam.



Diz a palavra de Deus: "Até quem é tolo pode tornar-se prudente, embora, ao nascer, pareça um filhote de asno selvagem". (Jó 11,12).

O coração prudente adquire o conhecimento; o ouvido dos sábios procura a instrução. (Provérbios 18,15)

Quem não teme o Senhor, não tem sabedoria, não tem na sua vida sinais de santidade, pois a bíblia relata: "O Começo da Sabedoria é o temor do SENHOR, e o conhecimento do Santo é a prudência". (Provérbios 9,10)

Sabedoria do prudente é discernir seu próprio caminho.

Os bens mais úteis na vida dos homens, são a temperança, prudência, justiça e fortaleza. É através da sabedoria que alcançamos esse bens. (Sabedoria 8,7).

Diz a escritura sagrada, que quem é prudente e disciplinado não reclamará, quando corrigido. (Eclesiástico 10,28). 

No entanto, pecebe-se na Igreja, que as pessoas nutrem muitas mágoas, exatamente porque não aceitam a correção. Outros, até abandonam seus trabalhos pastorais, por causa disso.

É preciso deixar que a palavra de Deus nos cure, deixemos ela fazer em nós uma obra nova nas nossas vidas.

Para o prudente, a instrução é como ornamento de ouro e bracelete no braço direito. (Eclesiástico 21,24).

Observe, meu irmãos, o quanto nos falta a prudência, pois aquele que gosta de ser instruído, sempre vai progredir mais do que aquele não aceita a instrução.

Nenhum temor abalará o coração confirmado pela reflexão prudente.(Eclesiástico 22,19).

Nada poderá nos abalar, quando somos prudentes, no agir e no falar.

O conselho te guardará e a prudência te preservará, (Provérbios 2,11)

“Vede, eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos. Sede, portanto, prudentes como as serpentes e simples como as pombas. (São Mateus 10,16).


Assim, devemos ser prudentes quanto ao mal, ao identificar o mal, para fazermos o bem; e simples como as pombas, quanto ao bem, para identificar o bem na “terra firme” da palavra de Deus, de modo que esta nos guarde do mal.

Feliz aquele que encontrou a Sabedoria, e que alcançou grande prudência. (Provérbios 3,13).

Dize à Sabedoria: “És minha irmã!” e chama a prudência de “amiga”, (Provérbios 7,4)

Eu, a Sabedoria, moro com a prudência, e descobri a arte da reflexão. (Provérbios 8,1

Quão melhor é possuir a Sabedoria do que o ouro, e adquirir a prudência, mais precioso do que a prata. (Provérbios 16,16)

Portanto, com a Sabedoria constrói-se a casa e com a prudência ela se consolida. (Provérbios 24,3).

Peçamos a Deus nos dê sabedoria e prudência, para que a glória dele possa brilhar em nós e busquemos ler e ouvir a palavra de Deus, constantemente, pois ela é a bússola que nos dá o direcionamento correto.

Augusta Moreira dos Santos
Grupo de Oração São Francisco de Assis

Jesus Cristo está disfarçado-Padre Leo

A chave da Cura-Padre Rufus- Pai Nosso

Seminarista Franciscleyton Santos no Retiro Vocacional


No Primeiro Retiro Vocacional organizado pelas Irmãs Pequeninas juntamente com a Paróquia de Bela Vista do Maranhão, teve a participação de um jovem seminarista, que muito me chamou a atenção.

A postura no falar, no agir e sobretudo no testemunho de vida. 

É linda, a transformação que Deus fez na vida dele.



"CONHECEIS A JESUS VIVO?" Pe. Raniero Cantalamessa


Advento 2003 na Casa Pontifícia
Terceira pregação sobre Santidade Cristã
"CONHECEIS A JESUS VIVO?"


1. Jesus, sentido da vida de Madre Teresa

O confessor de Madre Tersa, o padre jesuíta Celeste Van Exem, disse dela: «O sentido de toda sua vida é uma pessoa: Jesus». O postulador geral de sua causa de beatificação, depois de ter estudado durante anos sua vida, os escritos e os testemunhos de outros sobre ela, conclui: «Se tenho de dizer, em síntese, por que é elevada à honra dos altares, respondo: por seu amor pessoal a Jesus, que ela viveu de forma tão forte como para considerar-se Sua esposa. A sua vida foi uma vida Jesus-cêntrica».

O testemunho mais significativo a respeito é a carta que Madre Teresa escreveu a toda a família das Missionárias da Caridade durante uma Semana Santa, em 25 de março de 1993. «Uma carta tão pessoal --dizia ao começo-- que quis escrevê-la de meu próprio punho». Nela diz:

«Preocupa-me o pensamento de que alguma de vós ainda não tenha encontrado a Jesus individualmente, tu e Jesus sós. Podemos passar muito tempo na capela, mas vimos com os olhos da alma o amor com o qual Ele nos olha? Conheceis verdadeiramente a Jesus vivo: não dos livros, mas de estar com Ele em vosso coração? Haveis ouvido as palavras de amor que Ele vos dirige?… Nunca abandoneis esse íntimo diário com Jesus como uma pessoa viva e verdadeira, não como uma idéia».

Aqui se vê como Jesus não era para Madre Teresa uma abstração, um conjunto de doutrinas, de dogmas, ou a lembrança de uma pessoa que viveu em outros tempos, mas um Jesus vivo, real, alguém a quem olhar no próprio coração e por quem se deixar olhar. A Madre explica que se até agora não havia falado tão abertamente foi por um sentimento de reserva e para imitar a Maria, que «guardava todas as coisas em seu coração», mas que agora sentia a necessidade, antes de deixá-las, de dizer-lhes qual era para ela o sentido de toda sua obra: «Para mim está claro: tudo nas Missionárias da Caridade existe para saciar (a sede de) Jesus».

À pergunta: «Quem é Jesus para mim?», ela responde com um inspirado leque de títulos:

«Jesus, 
é a Palavra para ser pronunciada . 
É a vida para ser vivida. 
É o Amor para ser amado. 
É a Felicidade para ser compartilhada…
É o Sacrifício para ser oferecido.
É a Paz para ser transmitida. 
É o Pão de vida para ser comido…»

O amor por Jesus assume espontaneamente a forma de amor esponsal. Ela mesma relata:

«Uma vez um professor nos Estados Unidos me perguntou: “Mas você está casada?”. Lhe respondi: “Sim, e às vezes é muito difícil sorrir para meu esposo, Jesus, porque pode ser muito exigente em certas ocasiões”».

A maioria das árvores de elevado tronco tem uma raiz mãe que descende perpendicularmente no terreno e é como a continuação, sob a terra, do tronco. Em italiano se chama «raiz vertical». É esta que dá a certas árvores a imobilidade pela qual nem sequer os ventos mais impetuosos conseguem arrancá-las. Também o homem tem esta raiz vertical. No homem que vive segundo a carne é precisamente o próprio «eu», o amor desordenado de si mesmo, o egoísmo; no homem espiritual é Cristo. Todo o caminho para a santidade consiste em mudar o nome e a natureza desta raiz até poder dizer com o Apóstolo: «não sou eu quem vive, mas Cristo quem vive em mim» (Ga 2, 20). Graças também à longa purificação de sua noite escura, Madre Teresa levou ao cumprimento este processo no qual todos estamos empenhados.

2. Fruto do amor é o serviço

Um dos ditos mais conhecidos de Madre Teresa é: «O fruto do amor é o serviço, o fruto do serviço é a paz». As duas coisas --amor por Jesus e serviço pelos mais pobres entre os pobres-- nasceram juntas, como em um único rio de lava na alma de Madre Teresa, no momento de seu segundo chamado, em 10 de setembro de 1946. Dizia a suas filhas:

«“Tenho sede” e “a mim o fizeste”. Lembrai-vos de unir sempre as duas coisas, o meio com o Fim. Que ninguém separe o que Deus uniu… Nosso carisma é saciar a sede de amor e de almas de Jesus trabalhando pela salvação e santificação dos mais pobres entre os pobres».

«You-did-it-to-me: A mim o fizeste». Madre Teresa contava estas palavras com os dedos da mão e dizia que era o «Evangelho dos cinco dedos». Para Madre Teresa, Jesus, que está presente na Eucaristia, está presente, de forma distinta mas igualmente real, «no desconcertante disfarce do pobre». A ladainha em honra de Jesus recordada antes continua dizendo sem pausa:

«Jesus é o Faminto para ser alimentado. 
É o Sedento para ser saciado. 
É o Desnudo para ser vestido. 
É o Desamparado para ser acolhido. 
É o Enfermo para ser curado. 
É a Pessoa em solidão para ser amada».

Todos sabemos a que níveis se lançou seu serviço aos mais pobres entre os pobres. Em um encontro, uma religiosa lhe fez observar que ela viciava os pobres e ofendia sua dignidade dando-lhes tudo de graça, sem pedir-lhes nada. Respondeu: «Há tantas congregações que viciam os ricos que não é mal haver uma que vicie os pobres». O responsável dos serviços sociais de Calcutá havia entendido melhor que ninguém, segundo Madre Teresa, o espírito de seu serviço aos pobres. Um dia lhe disse: «Madre, você e nós fazemos a mesma obra social, mas há uma diferença; nós o fazemos por algo, você o faz por Alguém».

Há quem viu nisso um limite, não um valor, do amor cristão pelo próximo. Amar o próximo «por Alguém», isto é, por Jesus, não instrumentaliza o próximo, não o reduz a um meio com vistas de um fim distinto, que, no extremo, pode ser o egoísta de ganhar méritos para o paraíso?

Isto é certo em qualquer outro caso, mas não quando se trata de Jesus, porque é contrário à dignidade da pessoa humana estar subordinada à outra criatura, mas não o é estar subordinada ao criador mesmo, a Deus. No cristianismo há uma razão ainda mais forte. Cristo se identificou com o pobre. O pobre e Cristo são a mesma coisa: «A mim o fizeste». Amar o pobre por amor a Cristo não significa amá-lo «por uma pessoa interposta», mas em pessoa. Este é o mistério que se imprimiu na vida de Madre e que ela recordou profeticamente à Igreja.

O amor a Jesus impulsionou Madre Teresa, como a outros santos antes que ela, a fazer coisas que nenhum outro motivo no mundo --político, econômico, humanitário-- havia sido capaz de induzir a fazer. Uma vez alguém, observando o que Madre Teresa estava fazendo com um pobre, exclamou: «Eu nunca o faria por todo o ouro do mundo!». Madre Teresa contestou: «Nem eu!» Queria dizer: por todo o ouro do mundo não, mas por Jesus sim.

Madre Teresa soube dar aos pobres não só pão, vestes e medicamentos, mas aquilo do que tinham ainda mais necessidade: amor, calor humano, dignidade. Ela recordava comovida o episódio de um homem encontrado meio comido por vermes em um lixão que, trasladado para casa e curado, disse: «Irmã, vivi na rua como um animal, mas agora morrerei como um anjo, amado e curado», e morreu pouco depois dizendo com um grande sorriso: «Irmã, vou para casa de Deus». Madre Teresa com um menino abandonado nos braços, ou inclinada sobre um moribundo, é, creio, o ícone da ternura de Deus.

3.«Eu estou no meio de vós como o que serve»

E agora a pergunta obrigatória: «que nos diz a nós este aspecto da vida de Madre Teresa? Ela nos recordou que a verdadeira grandeza entre os homens não se mede pelo poder que um exerce, mas pelo serviço que presta: «O que quer chegar a ser grande entre vós, será vosso servidor» (Mt 20, 26).

Ninguém está dispensado de comprometer-se, em alguma forma, ao serviço dos pobres, mas o serviço pode adotar formas diferentes, como múltiplas e distintas são as necessidades do homem. Paulo fala de um «serviço do Espírito», diakonia Pneumatos (2 Cor 3, 8), do qual estão encarregados os ministros da nova aliança. Pedro, nos Atos dos Apóstolos, fala de um «serviço da palavra» próprio dos apóstolos, mais importante para eles que o serviço das mesas (Atos 6,4). Deste serviço faz parte também o exercício da autoridade e o magistério eclesiástico. «Eu estou no meio de vós como o que serve», dizia Jesus aos apóstolos (Lc 22, 27), e em que consistia este serviço seu, mais que em instruir-lhes, corrigir-lhes e preparar-lhes para a futura missão?

O que Madre Teresa recorda a todos é que todo serviço cristão, para ser genuíno, deve estar motivado pelo amor a Cristo: «Quanto a nós --dizia o Apóstolo aos Coríntios-- somos vossos servos por Jesus» (2 Cor 4,5). É possível também para quem trabalha na Cúria pôr em prática aquilo que Madre Tersa chamava «o Evangelho dos cinco dedos»: «A mim o fizeste». Fazer tudo por Jesus, ver Jesus em quem se está chamado a servir, inclusive na prática burocrática.

Mas nesta circunstância, o Pregador da Casa Pontifícia sente a necessidade de abandonar o tom eloqüente do «que se deveria fazer» para adotar ao contrário o tom gozoso do reconhecimento do que já é. Não posso deixar passar a ocasião que se me oferece de unir minha pequeníssima voz à de toda a Igreja. Há vinte e cinco anos que sob nossos olhos um homem se consome no «serviço do Espírito». Em João Paulo II o título Servus servorum Dei, Servo dos servos de Deus, introduzido por São Gregório Magno, não foi um título entre os demais, mas a síntese de uma vida.

Também este serviço, como o de Madre Teresa, teve sua fonte no amor por Jesus. Quantas vezes o Santo Padre repetiu a frase do Evangelho que apresenta o serviço pastoral de Pedro como expressão de amor por Cristo: “Simão de João, me amas? Apascenta minhas ovelhas” (Jo 21, 15ss). Sinal de que esta palavra foi o motivo inspirador de seu pontificado e o que ainda lhe impulsiona a gastar-se pela Igreja. Madre Teresa dizia freqüentemente que «o amor, para ser verdadeiro, deve doer» e não pode dizer verdadeiramente que o sofrimento tem estado ausente, em todos estes anos, da vida do sucessor de Pedro…

Mas tampouco esteve ausente uma ternura que recorda a de Madre Teresa. Muitos assistimos comovidos, o outro dia, no palácio de Montecitorio, à primeira projeção do documentário titulado «João Paulo II, testemunha do invisível». Entre as imagens mais maravilhosas se encontram aquelas nas quais o Papa abraça e beija as crianças, ou os enfermos. Faziam-me pensar nas palavras de Deus em Oséias: «Era para eles como os que levantam uma criança contra sua face» (Os 11, 4).

Santidade, há no Novo Testamento uma passagem que parece escrita para ser pronunciada pelo senhor ante toda a Igreja e que eu me permito lê-la, mais para nós que para o senhor. A Carta aos Romanos fala de uma «consolação que vem das Escrituras» e que ajuda a «ter viva nossa esperança» (Rm 15, 4) e creio que transmitir um pouco desta consolação que vem das Escrituras é a única coisa que justifica o ofício que desempenho há vinte e quatro anos. A passagem em questão é o discurso de despedida de Paulo à Igreja de Éfeso:

«Vós sabeis como me comportei sempre convosco… Servindo ao Senhor com toda humildade e lágrimas e com as provas que me vieram… sabeis como não me acovardei quando em algo podia ser-vos útil; vos pregava e ensinava em público… mas eu não considero minha vida digna de estima, com tal que terminei minha carreira e se cumpra o ministério que recebi do Senhor Jesus, de dar testemunho do Evangelho da graça de Deus… não me acovardei de anunciar todo o desígnio de Deus. Tenho cuidado de vós e de todo o rebanho, em meio do qual vos pôs o Espírito Santo como vigilantes para pastorear a Igreja de Deus, que ele se adquiriu com o sangue de seu próprio filho… Agora vos encomendo a Deus e à Palavra de sua graça, que tem poder para construir o edifício e dar-vos a herança com todos os santificados» (Atos 20, 18-32).

Em um só ponto errou Paulo aquele dia, e isto nos tranqüiliza; disse que já não veriam mais seu rosto, fazendo que todos os presentes começassem a chorar. Mas era um temor, não uma profecia; das Cartas pastorais sabemos que ele voltou a ver a Igreja de Éfeso dois anos depois, ao término de sua primeira captura romana (Cf. 1Tm 1,3).

Se fiz mal tomando-me a liberdade de falar assim, Santo Padre, reprove a Madre Teresa, porque é ela que me sugeriu fazê-lo com o amor que esta nova Catarina de Sena levava ao sucessor de Pedro.

fonte: http://www.comshalom.org/formacao/espiritualidade/santidadecrista/conheceisajesusvivo.html

sexta-feira, 29 de junho de 2012

Com o tempo você aprende


imagem do wordpress


Com o tempo...
Você aprende que estar com alguém só porque esse alguém lhe oferece um bom futuro, significa que mais cedo ou mais tarde você irá querer voltar ao passado...

Com o tempo...
Você se dará conta que casar só porque “está sozinho(a)”, é uma clara advertência de que o seu matrimônio será um fracasso...

Com o tempo...
Você compreende que só quem é capaz de lhe amar com os seus defeitos, sem pretender mudar-lhe, é que pode lhe dar toda a felicidade que deseja...

Com o tempo...
Você se dará conta de que se você está ao lado de uma pessoa só para não ficar sozinho(a), com certeza uma hora você vai desejar não voltar a vê-la...

Com o tempo...
Você se dará conta de que os amigos verdadeiros valem mais do que qualquer montante de dinheiro...

Com o tempo...
Você entende que os verdadeiros amigos se contam nos dedos, e que aquele que não luta para os ter, mais cedo ou mais tarde se verá rodeado
unicamente de amizades falsas...

Com o tempo...
Você aprende que as palavras ditas num momento de raiva, podem continuar a magoar a quem você disse, durante toda a vida...

Com o tempo...
Você aprende que desculpar todos o fazem, mas perdoar, só as almas grandes o conseguem...

Com o tempo...
Você compreende que se você feriu muito um amigo, provavelmente a amizade jamais será a mesma...

Com o tempo...
Você se dá conta de que cada experiência vivida com cada pessoa, é irrepetível...

Com o tempo...
Você se dá conta de que aquele que humilha ou despreza um ser humano,
mais cedo ou mais tarde sofrerá as mesmas humilhações e desprezos,
só que multiplicados...

Com o tempo...
Você aprende a construir todos os seus caminhos hoje, porque o terreno de amanhã é demasiado incerto para fazer planos...

Com o tempo...
Você compreende que apressar as coisas ou forçá-las para que aconteçam, fará com que no final não sejam como você esperava...

Com o tempo...
Você se dará conta de que, na realidade, o melhor não era o futuro,
mas sim o momento que estava vivendo naquele instante...

Com o tempo...
Você aprende que tentar perdoar ou pedir perdão, dizer que ama, dizer que sente falta, dizer que precisa, dizer que quer ser amigo... ...junto de um caixão... ...deixa de fazer sentido...

Por isso, recorde sempre estas palavras:
O homem torna-se velho muito rápido e sábio demasiado tarde.
Exatamente quando:
JÁ NÃO HÁ TEMPO!

(Desconhecido)
Recebi por email através de Luiz Menezes

A festa dos Anjos-TestemunhosMariaEmmir


A festa dos Anjos

Maria Emmir O. Nogueira
Co-fundadora e Formadora Geral da Comunidade Católica Shalom

Desde pequena, como a maioria de nós, hoje quarentões, aprendi com meus pais e com as religiosas do colégio a invocar os Santos Anjos da Guarda e a esperar deles a proteção contra os perigos físicos e o perigo espiritual do pecado. Como muitos de nós, aprendi a não passar um dia sequer sem recomendar-me a Nossa Senhora e ao “Santo Anjo”. 

Os anos se foram passando, veio o Cursilho, a RCC, o ECC, tantos encontros, irmãos e amigos e, finalmente, o Shalom. Muitos fatos novos em minha vida pessoal e espiritual, mas o “Santo Anjo”, o ex-“Anjinho da Guarda”, sempre lá, presente comigo, nem que só pela lembrança e hábito de invocá-lo todos os dias.

Ao longo da caminhada na RCC, fomos todos aprendendo a contar mais com os Santos Anjos quando orávamos pelos irmãos em dificuldades espirituais ou quando nos encontrávamos em necessidades especiais. Muitos artigos destes seriam necessários para contar apenas algumas das muitas histórias da ajuda e intervenção dos Santos Anjos em nosso favor.

Uma de minhas histórias preferidas é a que ocorreu cerca de doze anos atrás. Estava no aeroporto a caminho de Aracaju – destino para o qual se faz necessária uma conexão, pelo menos. Ao ser atendida – embora estivesse dentro do prazo de horário antes do embarque, fui informada de que havia ocorrido o famoso “overbook” e que eles me haviam colocado em uma lista de espera, na qual eu ocupava o oitavo lugar. Minhas chances de viajar eram, portanto, mínimas. Pensei no encontro que ia pregar, na conexão que certamente iria perder, nas 24 horas de atraso mínimo para chegar a Aracaju.

Fiquei de pé a alguns passos do balcão, meio desolada, a ver os passageiros entrarem no portão de embarque e nada da lista de chamada ser anunciada. Fui ao balcão novamente e me informaram que não fariam a chamada da lista, pois não havia vagas. Sem saber o que fazer, pois minha carona me havia deixado no aeroporto e ido embora, fiquei novamente parada no meio do tempo e pedi ajuda aos anjos. Que Deus me enviasse um anjo em favor do seu povo em Aracaju. Logo depois chegou perto de mim um rapaz com camisa branca e calça azul marinho, típicas dos uniformes das Companhias Aéreas:

- A senhora é D. Maria Emmir?
Pensei que fosse algum ex-aluno ou alguém que me conhecesse dos encontros católicos. 
- Sou....
- A senhora está na lista de espera...
- Sim, mas sou a oitava e me disseram que não vão nem chamar a lista...
E ele, mostrando-me um cartão de embarque preenchido, disse, firme: 
- Vamos, eu vou embarcar a senhora.

Sem pensar duas vezes no absurdo da situação, peguei minha mala de mão – sempre detestei viajar com malas grandes que se tem de arrastar e despachar e, além disso, a viagem era só de dois dias – e segui-o. Ele passou comigo pelo rapaz que controlava a porta para a sala de embarque, disse-lhe qualquer coisa rápida e me conduziu direto para a porta de saída para a pista, uma vez que todos os passageiros haviam embarcado. Novamente disse algo à moça da companhia que aguardava, entregou-me o cartão – na época, o passageiro o entregava ao pessoal de solo ao pé da escada do avião – e voltou imediatamente. Entrei na pista e voltei-me para agradecer-lhe. Não o vi mais. 

No avião, comecei a rever os acontecimentos. Tudo tinha sido muito rápido e muito fora do comum. A começar pelo meu nome. Um funcionário não me teria chamado de Maria Emmir, mas de Maria Nogueira, pois este é o registro na passagem. Um ex-aluno me teria chamado de Professora, ou Emmir. Um funcionário ter-me-ia levado ao balcão para preencher o cartão de embarque e destacar a passagem. 

- A passagem!, pensei. Ela seria a prova! Tirei-a da bolsa e examinei. Não havia sido destacado o trecho de ida! Este fato tirou todas as minhas dúvidas. Tinha sido um anjo!
Algum leitor desta revista que resida em Aracaju e tenha ido àquele encontro há tantos anos há de lembrar-se com que emoção e gratidão partilhei com os participantes do encontro esta intervenção do céu em favor deles. 

Uma história bem comum que mostra a intervenção do céu em nossa vida diária, esta, como disse, é uma das muitas “histórias de anjos” que eu poderia contar. Anjos ajudam-nos a toda hora e das formas mais simples possíveis: no trânsito, no trabalho, na pregação, nos encontros difíceis entre pessoas... 

Muitos anos se passaram, desde este incidente do aeroporto, até que, em um momento de imensa provação, aprendi com uma irmã, muito querida, a ser amiga dos anjos e contar com eles em minha caminhada através da devoção do “terço dos anjos”, ou “terço de São Miguel”. 

Na época, eu passava por uma tremenda batalha espiritual, quando objetos desapareciam de minha sala de trabalho e iam parar em lugares totalmente diferentes, acontecimentos completamente sem lógica, arrombamentos inexplicáveis e reações incoerentes dos que amava e dos que me orientavam, pareciam determinados a enlouquecer-me. Tive, na época, muitos “anjos de carne e osso”, mas se não fossem os Santos Anjos, nos seus nove coros, invocados no “terço de São Miguel”, a batalha teria, certamente, sido muitíssimo mais difícil.

Ao rezar o terço dos anjos – coisa que procuro fazer todos os dias, desde que tenha já ido à missa, feito minha oração pessoal e estudo bíblico e rezado o terço do Rosário a Nossa Senhora, Mãe de Deus, Rainha de todos os homens, de todos os santos e de todos os anjos, fui ficando cada vez mais agradecida a Deus pelos seus anjos, que velam por nossa vivência da caridade (os serafins), pela nossa vivência da humildade (os tronos), da obediência, das boas obras etc. 

Aprendi a invocar os coros específicos nas situações certas. Tentada contra a humildade, por exemplo, invoco imediatamente o coro dos tronos; tentada pela omissão, invoco os arcanjos; tentada contra a obediência, invoco os anjos do coro dos principados; tentada contra alguma paixão da carne, invoco o coro das dominações e assim por diante. Ser amiga dos anjos tornou-se um verdadeiro socorro de Deus, um hábito salutar e eficaz em minha vida espiritual, uma alegria especial por saber que, a cada dia, em cada situação, posso contar com eles, orar com eles, recorrer a seu socorro.

Ao ter estas experiências tão maravilhosas com os anjos, entretanto, entristeço-me imensamente com a onda meio esotérica, meio nova-era que criou, há algum tempo, a “moda” de “acreditar” nos anjos e tê-los mais por amuletos que por companheiros enviados por Deus. Tudo o que a Palavra e a Doutrina da Igreja nos ensinam vem contestar esta onda de modismo onde a figura dos anjos é misturada com horóscopo, entidades míticas e várias superstições. Onde sua figura santa passou a ser profanada pela superstição, enfeitando tudo o que se pode imaginar, até festinhas de aniversário de criança, com o objetivo muitas vezes puramente financeiro. Nada mais triste e menos verdadeiro, nada tão ingrato para com estes nossos bons e fiéis amigos, protetores e companheiros de viagem.

Tristeza com o mau uso da figura dos anjos à parte, fui aos poucos sendo atraída em especial pelos três arcanjos citados na Bíblia: São Miguel, São Gabriel e São Rafael. No início de minha caminhada, lá por 1979, quando começara a trabalhar com a evangelização de jovens, abalada com alguns acontecimentos desagradáveis, fui “apresentada” a São Miguel. 

Estava em dúvida se devia ou não prosseguir com os jovens diante de tantos mal entendidos, de tantos desafios e pedi uma Palavra ao Senhor. Jamais a esquecerei: Daniel, homem de predileção, disse-me ele, presta atenção às palavras que vou dirigir-te. Levanta-te pois tenho uma mensagem a te confiar (...) desde o primeiro dia em que aplicaste teu espírito a compreender, e em que te humilhaste diante de teu Deus, tua oração foi ouvida, e é por isso que eu vim. O chefe do reino persa resistiu-me durante vinte e um dias; porém Miguel, um dos principais chefes, veio em meu socorro (Dn 10,11ss). 

Compreendi que os anjos lutavam em favor dos homens, que são uma resposta concreta de Deus à nossa oração e que combatem em favor dos que desejam de todo o coração fazer a sua Santa vontade. A partir daí, mesmo sem conhecer quase nada sobre os anjos, fiquei muito amiga de Miguel. Nossa amizade aumentou ainda mais diante do castelo de Santo Ângelo, em Roma, no qual se refugiara o Papa Gregório Magno após invocar São Miguel e a ele entregar a cidade em perigo.

Pouco depois caiu-me nas mãos um livro evangélico, best-seller na época, chamado “Este Mundo Tenebroso”, que fala da batalha espiritual como os evangélicos a entendem. Minha amizade com os anjos estreitou-se mais ainda.

Anos depois, foi a vez de Gabriel. Estava lendo São Luís Grignion de Montfort e vi que ele considerava São Gabriel como o anjo da guarda de Nossa Senhora. Comecei a pensar na beleza do relacionamento entre São Gabriel e ela. Como eles devem ter sido amigos! Quantas vezes ele não teria guardado e defendido a ela e ao menino Jesus! Que alegria teria tido Gabriel ao anunciar à Mãe de Deus que chegara o tempo propício, o tempo da salvação!

São Gabriel passou a ser, para mim, aquele que anuncia a alegria da salvação. Quando me vi em meio de grande sofrimento, de desesperança e tristeza, aprendi a rezar a jaculatória inventada para sustentar-me naquela ocasião: “São Gabriel, não tardes mais, anuncia-me a alegria da salvação”. Sabia, pelo Sl 51(50), que esta alegria nos é anunciada a cada vez que nos arrependemos e confessamos os nossos pecados, mas cria firmemente que haveria um anúncio de salvação em minha vida, anúncio que me tiraria da situação de provação em que me encontrava.

Acostumei-me, a cada manhã, a invocar, além do meu anjo da guarda e dos anjos da guarda de meus familiares e irmãos de comunidade, os três arcanjos: Miguel, que me defende do Inimigo, do perigo do pecado; Gabriel, que me anuncia a alegria da salvação, e Rafael. Bem, Rafael é uma história toda especial.

Ao longo de minha vida, como disse, fui-me acostumando a contar com os anjos nas situações mais aflitivas e também nas mais corriqueiras. Como viajo freqüentemente, muitas das minhas “histórias de anjo” ocorreram diante de fatos inesperados durante as viagens. Aeroportos, aviões, carros, estacionamentos, vagas em vôos são oportunidades nas quais os anjos me auxiliam muito freqüentemente. Há uma história especial em que tive de viajar de carro, sozinha, para Pacajus, devido a uma emergência na comunidade estabelecida nessa cidade. Sabia que o carro estava com os documentos atrasados, mas não tinha outra opção senão entrar no carro e sair o mais rápido possível. 

Antes de entrar na BR, pedia já ao Senhor que enviasse seus anjos para que não fosse parada no posto da Polícia Rodoviária Federal, onde hoje é o anel viário. Alguns quilômetros antes do posto, onde a pista dupla estreitava, fui cortada por uma caminhonete Rural Willys velhíssima, branca, com a tinta toda gasta e a porta traseira amarrada por uma corda. O motorista pareceu-me um grande “barbeiro”, pois dirigia muito lentamente e não me dava chance de ultrapassar. Aquela situação foi-me irritando, mas resolvi ficar pacientemente atrás da caminhonete, na esperança de que, na cancela do Detran, ela ficasse retida devido ao seu estado deplorável e, assim, eu pudesse escapar da fiscalização. 

Para minha surpresa, na cancela o motorista e seu companheiro acenaram e gritaram amigavelmente para os guardas e passaram sem problemas. “Colada” neles, também eu passei sem ser parada pelos guardas, agradecendo aos anjos por me terem protegido.

Ainda um bom tempo a caminhonete seguiu à minha frente, sem deixar-me ultrapassar, de tal forma que cheguei a pensar em assalto e, temerosa, resignei-me a ir até o final atrás dela, pensando o tempo todo no atraso que me estava causando. 

Em dado momento, uma carreta saiu da pista contrária e cortou a caminhonete pela frente, vindo para o acostamento à nossa direita. Um imenso susto. Mais uma vez, agradeci a Deus e aos anjos que me protegiam. Logo depois da “cortada” da carreta, chegamos a um quebra-molas, na entrada da cidade de Horizonte. A caminhonete, sempre à minha frente, subiu lentamente o quebra-molas mais enviesada do que normalmente se faria. “Eita cara barbeiro!”, pensei. 

O motorista, então, debruçou-se na janela, colocou o tronco quase todo para fora, e, meio virado para trás – para mim – acenou largamente e dobrou para a esquerda. Aliviada por me ver livre do “barbeiro” e sem corresponder ao seu aceno, segui para subir o quebra-molas, pois vinha imediatamente atrás dele. Tive, então a curiosidade de olhar pelo retrovisor e espelho lateral para ver aonde tinha ido a caminhonete. Não havia sinal dela, nem de estrada à esquerda, nem de casa ou sítio onde ela pudesse ter estacionado ou entrado! 

Estranhamente, cheguei ao meu destino no horário previsto, embora tivesse tido de dirigir bem mais lentamente que o normal devido à caminhonete, que me impedira a passagem o tempo todo. Na volta, algumas horas mais tarde, passei atentamente pelo local, procurando sinal da caminhonete (nas cidades à beira da estrada, é comum os carros da região estacionarem diante das casas). 

Teria sido a caminhonete um anjo enviado por Deus? Teria este anjo – meio “barbeiro, sem dúvida” - livrado-me da fiscalização da Polícia, da colisão com a carreta? Por que, passados os dois perigos, o motorista havia posto metade do corpo para fora e acenado, sorridente, tomando a esquerda? Uma brincadeira? Por que não fui capaz de seguir a caminhonete pelo retrovisor ou pelo espelho lateral, apesar da baixa velocidade provocada pelo quebra-molas? Deus sabe estas respostas todas. De minha parte, acostumada com a proteção dos anjos, posso identificar algumas características destes nossos amigos, em especial de Rafael, sobre quem falamos agora.

Em uma outra ocasião, tendo passado por algumas aflições durante uma viagem para pregar na Malásia, onde havia experimentado claramente a presença dos anjos em várias ocasiões bastante perigosas, tinha de esperar 12 horas por uma conexão no aeroporto de Frankfurt, depois de cansativas e tensas 16 horas de viagem. 

Exausta, sem saber bem se era dia ou noite (impossível saber desse fato banal no imenso aeroporto de Frankfurt), pedi aos anjos que me ajudassem em três coisas: a encontrar um local onde eu pudesse rezar, a conseguir um local onde eu pudesse carregar a bateria do laptop que me haviam emprestado (as tomadas do aeroporto não eram compatíveis com as do aparelho) a fim de que eu pudesse acabar de escrever um trabalho, e a me arranjar alguma coisa para comer, pois estava sem dinheiro (trazia apenas o dinheiro que haviam enviado para a comunidade e que, portanto, não me pertencia) e com fome.

Comecei a andar ao léu no imenso aeroporto, pois, se me sentasse, dormiria e, se dormisse, era perigoso me tirarem a maleta ou o laptop. De repente, como que ouvi um direcionamento. “Sente-se ali”. Era do lado contrário onde eu estava, mas como havia várias fileiras de cadeiras vazias, resolvi sentar-me e procurar manter-me acordada. Quando acomodei a maleta, a bolsa e o laptop, li em um cartaz sobre uma escada bem à minha frente: “Capela Ecumênica, missa às 9 horas”. 

Meu relógio, acertado no avião, antes de descer, dizia-me que eram dez para as 9, mas era manhã ou noite? Resolvi arriscar, subi a escada e encontrei, sorridente, à porta da pequena capela, o capelão do aeroporto, membro de uma congregação cujo ministério é atender nos portos e aeroportos (louvei tanto a Deus por ter inspirado esta vocação bendita!). Após receber a mim e a uns poucos outros à porta da capela, o capelão celebrou a missa e, para minha surpresa – deveria, ainda, estar surpresa? – convidou-me para tomar café com ele e mais algumas pessoas que vagavam pelo aeroporto e que pareciam ser seus convidados diários. Olhando o meu laptop, o padre acrescentou: “Se a senhora quiser, há também aqui um pequeno escritório onde poderá trabalhar”. 

Naturalmente, aceitei tudo de bom grado, agradecida aos anjos que mais uma vez me haviam ajudado, mas procurando ainda um daqueles sinais característicos que eles costumam deixar. Foi quando um dos meus companheiros de café, um jovem africano que há dias vagava pelo aeroporto em busca de uma passagem para os Estados Unidos e que, muito provavelmente, tinha pouco o que comer, perguntou-me se eu gostava de chocolate. Disse que sim, pensando que era só uma falta de assunto da parte dele. Logo ele saiu e eu comecei a trabalhar no escritório da capelania. Pouco depois ele voltou, com um pequeno chocolate na mão, bateu no vidro da sala e disse: “Teu anjo da guarda te mandou isso”. Era o sinal!

Os anjos são sempre bem-humorados e divertidos! Por minhas experiências de viagens, creio que São Rafael, o protetor dos viajantes, é um dos mais bem-humorados de todos. Neste mesmo aeroporto de Frankfurt, antes de encontrar a capelania, havia tentado ligar meu computador na sala vip da companhia aérea na qual eu viajava, mas o acesso me foi negado, pois tinha cartão “prata” e o acesso era somente para os que têm cartão “ouro”. Interessante é que os anjos não me ajudaram – e nem eu pedi!-a entrar nesta sala vip, repleta de pessoas muito chiques, ricas e bem parecidas, a degustar, gratuitamente, vinhos e queijos, ao som de música suave. 

Os anjos não parecem afeiçoar-se a soluções que poderiam ser dadas por homens ou por privilégios humanos, para que toda a glória seja dada a Deus. Assim, preferiram arranjar-me comida espiritual e material na Casa de Deus, onde eu poderia escrever sobre Deus depois de tomar café com leite e pão com salame ao lado de um seminarista africano que tentava ir para os Estados Unidos, um australiano um pouco fora de si que sonhava em voltar para a Austrália para evangelizar os aborígenes e cujos olhos brilhavam ao me ouvir contar que conhecia um grupo de jovens que os evangelizava através da NET (National Evangelization Team). Juntos, à mesa provida pelo Senhor, falamos da futura missão no Congo, de minha experiência na Austrália e na Malásia, que o australiano conhecia. Às vésperas do terceiro milênio, três doidinhos de Deus, de três continentes diferentes, desgarrados em um aeroporto enorme, falando de evangelização e comendo salame. Há coisa mais bem-humorada que essa?

Logo, porém, eu viria a aprender muito mais sobre São Rafael. Orando, cerca de dois anos atrás, sobre uma situação que vinha se arrastando há anos e parecia jamais resolver-se e que se tornava cada vez mais aflitiva, envolvendo manutenção básica da família, relacionamentos conjugais, familiares e moradia, pedi ao Senhor uma palavra que me orientasse. Abri em Tobias 6 e acabei relendo o livro inteiro, mas desta vez sob a perspectiva de São Rafael e não mais sob a ponto de vista de Tobias, como fizera antes. 

Percebi, maravilhada, que Rafael havia sido meu companheiro de caminhada durante toda a minha vida, o guardião de minha castidade antes e depois do casamento. Percebi como ele tinha sido meu companheiro nas viagens de evangelização, nas oito mudanças de residência que havia feito durante o meu casamento, de como ele havia sido medicina de Deus inúmeras vezes em minha vida e, em especial, nesta ocasião, o quanto ele me era apresentado por Deus para ser aquele que libertaria a minha família inteira para um novo tempo de vida, tranqüilidade e paz. Como com Tobias, ele nos conduziria à casa do Pai, proviria nossas necessidades básicas, dar-nos-ia um relacionamento amoroso e livre, protegeria, em especial, a castidade dos filhos, todos jovens e adolescentes.

Passaram-se duas semanas desta oração quando recebi a oferta de irmãos para que fôssemos morar em um apartamento de sua propriedade, sem pagar, durante o tempo que precisássemos. Foi muito difícil discernir a vontade de Deus. Devido ao compromisso de pobreza, não poderia aceitar tal oferta sem um prévio e cuidadoso discernimento dos formadores comunitário e pessoal e, em meu caso, do Moderador Geral da Comunidade. 

Em conversa com a irmã proprietária do apartamento, ela contou-me a história do nome do prédio que, depois de muitos meandros, acabara por chamar-se “São Rafael”. Para mim, o sinal estava dado, o autor da “trama” estava descoberto. Cumpria-se, mais uma vez, a promessa de Deus e o auxílio dos seus anjos, em especial – nesta fase de minha vida –, de São Rafael.

No entanto, havia decidido nem mesmo visitar o apartamento até que um dos formadores assim determinasse. Foi o formador comunitário quem me pediu para ir com ele conhecer o imóvel. Somente depois do discernimento fechado – que deveríamos aceitar – revelei a história de São Rafael.

Encantada com este anjo bendito, resolvi pesquisar mais sobre ele e escrever sobre ele um livro que atingisse os jovens em sua caminhada para discernimento de estado de vida; os casais, tão duramente atingidos por todo tipo de maldição sobre seu matrimônio; as famílias com problemas financeiros e de moradia – tão comuns hoje em dia. O objetivo do livro é mostrar que os anjos – no caso São Rafael – estão muito próximos a nós. Pensei em começar escrevendo um artigo para a Shalom Maná neste mês dos anjos, mas vi que seria talvez mais importante partilhar com você que os Santos Anjos foram criados para o louvor de Deus e também para o auxílio dos homens, e como isso é uma belíssima realidade que devemos anunciar a todos e passar aos nossos filhos e aos filhos dos nossos filhos.

Duas últimas “histórias de anjo”, para testemunhar a importância de passarmos o amor aos anjos aos nossos filhos. A primeira:

Com muito custo, consegui um fato raro. Desvencilhei-me dos mil afazeres para ir com o Serginho, o caçula, a um filme que há muito ele desejava ver. Mais importante que o filme, porém, era a rara companhia da mãe. Chegamos ao shopping já em cima da hora e, como sempre, fomos pedindo ao Anjo da Guarda o melhor estacionamento, na sombra, fácil de estacionar, perto do cinema. Sempre costumávamos brincar, dizendo, enquanto percorríamos os estacionamentos lotados: “Teu anjo cuida do lado esquerdo e o meu do direito. Vamos ver que anjo “ganha”.” Claro, o dele quase sempre “ganhava”.

Nesse dia, porém, o estacionamento estava inteiramente lotado. Serginho, visivelmente ansioso por causa do horário do filme, e eu, culpada por não ter podido sair do trabalho mais cedo. Arrodeando as ilhas dos estacionamentos, chegávamos cada vez mais próximos do cinema, onde era cada vez menos provável encontrarmos uma vaga. Disse então ao meu filho:

- Sabe, Serginho, acho que hoje a gente vai pedir também à Mamãe do Céu, a Rainha dos Anjos, para ela dar uma ajudinha aos nossos anjos da guarda, e eu tenho certeza de que a gente vai arrumar uma vaga bem perto do cinema.

Rezamos uma Ave-Maria e a jaculatória da Rainha dos Anjos. De repente, ele gritou: “Olha, mãe, ali!”. Do outro lado, bem na frente da entrada para o cinema, havia uma vaga. Para chegar lá, teria de arrodear mais uma ilha de estacionamento e a possibilidade de outro carro pegar a vaga era imensa. Sim, imensa para os homens, mas não para Deus. Estacionamos facilmente o carro e, enquanto fechava apressada minha porta, ouvi o Serginho gritar do outro lado:
- Mãe, Mãe! Olha o que achei!

Ao descer do carro ele quase pisara em um calendário de bolso cuja ilustração era nada mais, nada menos do que o ícone de Nossa Senhora da Ternura! Novamente o sinal, a presença, o carinho, o “oi, estou aqui” dos anjos!

A segunda história, esta nominalmente de São Rafael:
Depois de muito custo, tínhamos conseguido o necessário para pagar a mensalidade de dezembro e assim podermos matricular nosso filho. Havia passado, já, o último dia de matrícula e o colégio estabelecera aquele dia mais retardado para os alunos que haviam feito a recuperação. Embora este não fosse o caso de nosso filho, tínhamos conseguido este caridoso adiamento junto ao colégio.

Eu estava com muita pressa e a fila do caixa para o pagamento da matrícula arrastava-se. Pedi então a São Rafael: “Você, que me conseguiu este dinheiro para o mês de dezembro, consegue-me também o do material escolar”. Ia rezando enquanto a fila se arrastava e a hora passava cada vez mais depressa. Enquanto estava na fila lentíssima, conversei com três pais que se juntaram em uma rodinha e convenci-os a enviar os filhos para o Acampamento que se realizaria em janeiro. Havia também orado pedindo a efusão do Espírito Santo para uma senhora e sua filha, ambas em grande confusão e aflição, que também estavam na fila. Esquecida da bondade de São Rafael, ainda rezei, meio impaciente, depois de orar pela senhora: “Ai, São Rafael, vou perder o compromisso!”.

No mesmo momento, aproximou-se uma funcionária e encaminhou os últimos da fila para um outro caixa. Fui a primeira. Apresentei o documento não quitado de dezembro e o contrato preenchido da matrícula com o dinheiro para pagar ambos. Rápida e eficiente, a senhora do caixa devolveu-me o comprovante de matrícula e o documento de dezembro junto com o dinheiro:

- Sua mensalidade de dezembro já está quitada.
- Mas, como? Nós não pagamos...
- Então alguém pagou pela senhora, disse-me, paciente, virando para mim o monitor do computador onde se comprovava a quitação.

Fiquei sem saber o que fazer, quando ela acrescentou:
- A senhora nem precisava ter entrado na fila... Próximo...
Saí, sem entender nada e entendendo tudo. Na verdade, do ponto de vista de Deus, tinha precisado estar na fila por causa dos jovens para o acampamento e da oração pela senhora e sua filha. Por outro lado, aos olhos dos homens, não teria precisado estar na fila, mas o que nós, homens, sabemos, afinal? Havia pedido a São Rafael o dinheiro para o pagamento de dezembro e ele, misteriosamente, havia pago por mim enquanto, na fila, eu fazia o que Deus queria que fizesse. Jamais soube que documento utilizou para fazê-lo.

Passei ao preenchimento da ficha, fiz a matrícula, recebi a folha com a lista de livros que comprei logo no dia seguinte e paguei – pela primeira vez em muitos anos, à vista – com o dinheiro da mensalidade de dezembro que algum anjo pagara por mim.

Fico devendo aos jovens e às famílias o livro sobre São Rafael. Até esse dia, esta partilha sirva para que nos recordemos sempre que céu e terra estão muitíssimo mais próximos do que percebemos e que é verdadeira a Palavra do Senhor quando diz:

“O anjo do Senhor acampa ao redor dos que o temem e os guarda. Provai e vede como o Senhor é bom! (...) O Senhor encarregará seus anjos de te guardarem em todos os teus caminhos” (Sl 34(33),8; 91(90),11).

quinta-feira, 28 de junho de 2012

O que é a Cura Interior?



[...] É pedir a Jesus que retorne à época em que a pessoa foi traumatizada e cure os efeitos dos traumas. Ou seja, é levar Jesus à causa do problema e pedir que Ele cure os efeitos causados no presente, iluminando e tirando das trevas. É um processo doloroso. 

Mas pode ser encarado como uma viagem percorrida pela pessoa, através das lembranças, onde o principal companheiro de viagem é Jesus. E Jesus irá redimindo, libertando, transformando, dando um sentido novo a essas lembranças.
Existem vários processos para nos submetermos à Cura Interior:

1. Oração para cura das lembranças - É a oração de cura interior que trata das lembranças dolorosas de um modo geral.

2. Oração Cronológica - É um tipo de oração de cura interior profunda, que abrange as várias fases da vida de uma pessoa, pré-natal (concepção e estado de gestação), nascimento, primeira infância (0 a 6 anos), segunda infância (7 a 12 anos), puberdade, adolescência, juventude e fase adulta nos seus respectivos estados de vida ( sacerdócio, celibato, matrimônio e solteiros).

É uma oração demorada, e requer muita abertura aos dons carismáticos e infusos.
Devemos tomar como partida que : "Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre". Ele será o nosso companheiro nesta peregrinação íntima, em que seremos guiados pelo Espírito Santo até à verdade sobre nós mesmos, ou sobre a pessoa por quem estamos orando.

2.1. Pré-natal - Emoções maternas durante a gravidez produzem sobre a criança um impacto, ao mesmo tempo, imediato e a longo prazo.

A partir do momento da concepção, o cérebro se desenvolve mais rapidamente, do que em qualquer outro período da vida. Esse desenvolvimento rápido tem um efeito definido sobre toda a vida da pessoa e explica a importância das primeiras experiências. A sensibilidade aguda faz as situações negativas parecerem piores do que na realidade o são, distorcendo a percepção dos acontecimentos. Medos, culpas, ódios, tristezas podem ser causados por traumas sofridos pelas mães durante a gravidez.

Qualquer ameaça à vida durante a gestação pode causar angústia e medo a uma pessoa pelo resto da vida. Ex: possibilidade de aborto e o temor da mãe de perder o bebê podem levar o feto a receber a mensagem do medo da morte. O feto é bastante sensível aos sentimentos paternos e capta suas reações durante a gestação. Ex: Se há, por parte do pai, rejeição à mãe e/ou à criança, isso pode levar a sensação de inutilidade, sentimentos de inferioridade e falta de auto-estima.

Qualquer violência física ou verbal dirigida à mãe, durante a gravidez, é recebida pela criança como se fosse dirigida a ela, pois ainda não percebe a separação entre elas
( mãe e filho).

2.2. Nascimento - É um momento de espantoso suspense em que a mãe e o pai e aqueles que o assistem experimentam profundamente o poder criativo de Deus. Mas, nem mesmo as circunstâncias mais ideais podem abolir completamente a ansiedade e o medo do processo do parto, já que o bebê parece ter plena consciência de grande parte do que acontece naquele momento.

A mente inconsciente nunca esquece nada do que tenha ocorrido na vida da pessoa e, embora possamos conscientemente não nos recordar de ter nascido, a lembrança permanece guardada dentro de nós.

Muitas pessoas não passaram por situações de parto tão dramáticas, mas necessitam de cura interior. Porque o nascimento encerra elementos de tensão e medo que pode, de modo sutil impedir o nosso desenvolvimento psicológico. Qualquer desvio do processo normal ( fórceps, cesariana, posição inversa, parto prematuro, trabalho de parto demorado,...etc.) indicam a necessidade de cura.

2.3. Primeira Infância: As emoções associadas ao medo, à dor, ao ódio produzem impulsos tão fortes em nosso sistema nervoso que ficam permanentemente gravadas em nossa mente inconsciente. Todavia as emoções suaves de alegria, amor, paz e calor humano não produzem reações tão violentas e portanto não ficam registradas com ênfase bem definida.

A criança talvez não se tenha sentido amada pela mãe. Talvez tenha tido um pai severo, indiferente, viciado, mau, adúltero. Talvez tenha observado diferença de tratamento entre os irmãos. Talvez tenha ficado órfão, ou tenha presenciado escândalos na família... Devemos pedir ao Senhor que vá iluminando as áreas íntimas, em que se experimentou solidão, vazio; que liberte dos sentimentos de abandono, rejeição, medo... preenchendo com o Seu amor.

2.4. Segunda Infância: A criança que outrora fomos não se apaga no esquecimento, mas continua a viver dentro de nós, afetando tudo o que fazemos e tudo o que sentimos. Cada um de nós carrega dentro de si uma eterna criança com uma série de sentimentos e atitudes trazidos da infância e que permanecem operantes na fase adulta. Na realidade, quanto mais avançamos na idade cronológica, maiores são as probabilidades de retorno aos atos que marcaram os dias de nossa vida.
Muitas vezes as lembranças de sofrimentos de nossa infância erguem barreiras entre nós e o amor de Deus.

- abusos sexuais; convívio social; início da educação escolar (experiências, críticas, punições, discriminações); rivalidades entre irmãos; preferências por parte dos pais; doenças...

2.5. Adolescência: É uma fase penosa para a maioria das pessoas. É o momento de maior confusão interior e mistura de sentimentos pelos quais alguém passa.

Período de mudanças físicas bruscas, do surgimento de emoções novas, desejos de liberdade, independência. Tensões internas e externas experimentadas durante este período são mais prementes do que quaisquer outras durante toda a nossa vida. Conflitos de vontades entre pais e filhos cria uma luta de poderes que pode levar a muitas alterações. Isso pode ter um efeito de ação retardada na idade adulta.

- Pressões de rivalidade, necessidade de ser aceito pelos colegas e amigos é característica predominante entre os jovens.

- Traumas de relacionamentos de namoro causam sentimentos de rejeição e desconfiança.
- Comportamentos negativos, bebidas, drogas, promiscuidade sexual para provar a independência.
- As emoções devidas à atitudes sexuais distorcidas e transmitidas pelos pais pode levar a pessoa a se tornar incapaz de formar ou manter relacionamento sexual saudável.

2.6. Idade Adulta: É o estágio mais longo de nossa vida. E é um tempo de passividade psicológica, mas que oferece ricas oportunidades de desenvolvimento emocional e espiritual para os que querem continuar crescendo.

À medida que nos desprendemos dos laços familiares, que nos integramos à força do trabalho e começamos a estabelecer relacionamentos comprometidos, somos forçados a fazer escolhas e a enfrentar problemas e responsabilidades que são novos para nós.

Aprender como defrontar-se com problemas de relacionamentos e aceitar a responsabilidade pelo nosso comportamento, tudo isso significa um desenvolvimento psico-espiritual mais profundo, e precisamos nos permitir entrar num processo de amadurecimento.

Se a vida não encerrar nenhuma dificuldade, podemos nos tornar auto-suficientes e fechados em nosso próprio mundinho, sem nunca nos arriscarmos a sair dele. Mas quando nos dispomos a enfrentar dores íntimas e sofrimentos exteriores, a fim de continuarmos a crescer, somos chamados à luz da autopercepção.

É comum a fuga através das drogas, do álcool e dos encontros de amor livre. Tais soluções, na realidade, não trazem paz, alegria, paciência e amor ao nosso mundo, mas apenas mascaram os sintomas de distúrbios e retardam a cura interior, que nós precisamos.

Buscamos muitas vezes a felicidade material que nos confunde e frustra quando problemas se atravessam em nosso caminho. Aprendemos a usar a máscara da auto-
suficiência e a nos isolarmos cada vez mais de todo tipo de situação que poderia capacitar-nos a crescer. A fuga modifica o cenário, mas o personagem interior continua o mesmo.

Muitas vezes, evitamos o relacionamento com outras pessoas porque fomos profundamente feridos pelo fracasso de um casamento, ou pela morte de um esposo. Até mesmo a dissolução de uma amizade íntima pode levar-nos a fechar nossa porta a qualquer intimidade, mantendo os outros a uma distância segura de nosso eu interior. Isso também cria um distanciamento de Deus.

A vida adulta encerra, portanto, muitas oportunidades que levam à frustração, à solidão e ao sofrimento, porque sentimos que ninguém se importa com o que estamos experimentando. 

Na idade adulta nos deparamos com muitas situações, as quais nos levam a sentirmos solidão, depressão, mágoas, angústias, tristeza, que mostre o seu sorriso nas horas de pranto, de desilusão, que console a pessoa. 

Pedir a Jesus que vá eliminando, transformando e curando com o Seu amor tudo aquilo que estiver causando perturbações. Que Ele supra com Seu amor toda carência por parte dos homens (pai, mãe, irmãos, cônjuge, etc.).

Fonte: texto extraído de: http://www.comshalom.org/formacao/


A Festa de São Pedro e São Paulo, também chamada de Solenidade dos Santos Pedro e Paul


É uma festa litúrgica em honra ao martírio em Roma dos apóstolos São Pedro e São Paulo, que é observada em 29 de Junho.

A celebração tem origem muito antiga, sendo a data escolhida sendo ou o aniversário da morte ou do translado das relíquias dos santos.[1]

Na Igreja Católica

No calendário católico romano dos santos, ela é celebrada como solenidade.

No calendário geral romano de 1962, é uma festa de primeira classe.

É neste dia do ano litúrgico que os recém-apontados bispos metropolitas e arcebispos recebem o símbolo primário de seu cargo, o pálio, diretamente do Papa.

Importância ecumênica

Em décadas recentes, esta festa, assim como a de Santo André, tem sido importante para o moderno movimento ecumênico como uma ocasião na qual o Papa e o Patriarca de Constantinopla tem comparecido a eventos especialmente preparados para aproximar as duas Igrejas em direção à comunhão completa.

Este era especialmente o caso durante o pontificado do Papa João Paulo II, como ele mesmo declarou em sua encíclica Ut Unum Sint.

Dicionário Aurélio define ecumenismo como movimento que visa à unificação das igrejas cristãs (católicaortodoxa e protestante).

A definição eclesiástica, mais abrangente, diz que é a aproximação, a cooperação, a busca fraterna da superação das divisões entre as diferentes igrejas cristãs.

Fonte: Textos extraídos: