[...] É
pedir a Jesus que retorne à época em que a pessoa foi traumatizada e cure os
efeitos dos traumas. Ou seja, é levar Jesus à causa do problema e pedir que Ele
cure os efeitos causados no presente, iluminando e tirando das trevas. É um
processo doloroso.
Mas pode ser encarado como uma viagem percorrida pela
pessoa, através das lembranças, onde o principal companheiro de viagem é Jesus.
E Jesus irá redimindo, libertando, transformando, dando um sentido novo a essas
lembranças.
Existem
vários processos para nos submetermos à Cura Interior:
1.
Oração para cura das lembranças - É a oração de cura interior que trata
das lembranças dolorosas de um modo geral.
2.
Oração Cronológica - É um tipo de oração de cura interior profunda, que
abrange as várias fases da vida de uma pessoa, pré-natal (concepção e estado de
gestação), nascimento, primeira infância (0 a 6 anos), segunda infância (7 a 12
anos), puberdade, adolescência, juventude e fase adulta nos seus respectivos
estados de vida ( sacerdócio, celibato, matrimônio e solteiros).
É uma
oração demorada, e requer muita abertura aos dons carismáticos e infusos.
Devemos
tomar como partida que : "Jesus é o mesmo ontem, hoje e sempre". Ele
será o nosso companheiro nesta peregrinação íntima, em que seremos guiados pelo
Espírito Santo até à verdade sobre nós mesmos, ou sobre a pessoa por quem
estamos orando.
2.1.
Pré-natal - Emoções maternas durante a gravidez produzem sobre a criança
um impacto, ao mesmo tempo, imediato e a longo prazo.
A
partir do momento da concepção, o cérebro se desenvolve mais rapidamente, do
que em qualquer outro período da vida. Esse desenvolvimento rápido tem um
efeito definido sobre toda a vida da pessoa e explica a importância das
primeiras experiências. A sensibilidade aguda faz as situações negativas
parecerem piores do que na realidade o são, distorcendo a percepção dos
acontecimentos. Medos, culpas, ódios, tristezas podem ser causados por traumas
sofridos pelas mães durante a gravidez.
Qualquer
ameaça à vida durante a gestação pode causar angústia e medo a uma pessoa pelo
resto da vida. Ex: possibilidade de aborto e o temor da mãe de perder o bebê
podem levar o feto a receber a mensagem do medo da morte. O feto é bastante
sensível aos sentimentos paternos e capta suas reações durante a gestação. Ex:
Se há, por parte do pai, rejeição à mãe e/ou à criança, isso pode levar a
sensação de inutilidade, sentimentos de inferioridade e falta de auto-estima.
Qualquer
violência física ou verbal dirigida à mãe, durante a gravidez, é recebida pela
criança como se fosse dirigida a ela, pois ainda não percebe a separação entre
elas
( mãe e
filho).
2.2. Nascimento
- É um momento de espantoso suspense em que a mãe e o pai e aqueles que o
assistem experimentam profundamente o poder criativo de Deus. Mas, nem mesmo as
circunstâncias mais ideais podem abolir completamente a ansiedade e o medo do
processo do parto, já que o bebê parece ter plena consciência de grande parte
do que acontece naquele momento.
A mente
inconsciente nunca esquece nada do que tenha ocorrido na vida da pessoa e,
embora possamos conscientemente não nos recordar de ter nascido, a lembrança
permanece guardada dentro de nós.
Muitas
pessoas não passaram por situações de parto tão dramáticas, mas necessitam de
cura interior. Porque o nascimento encerra elementos de tensão e medo que pode,
de modo sutil impedir o nosso desenvolvimento psicológico. Qualquer desvio do
processo normal ( fórceps, cesariana, posição inversa, parto prematuro,
trabalho de parto demorado,...etc.) indicam a necessidade de cura.
2.3.
Primeira Infância: As emoções associadas ao medo, à dor, ao ódio produzem
impulsos tão fortes em nosso sistema nervoso que ficam permanentemente gravadas
em nossa mente inconsciente. Todavia as emoções suaves de alegria, amor, paz e
calor humano não produzem reações tão violentas e portanto não ficam
registradas com ênfase bem definida.
A
criança talvez não se tenha sentido amada pela mãe. Talvez tenha tido um pai
severo, indiferente, viciado, mau, adúltero. Talvez tenha observado diferença
de tratamento entre os irmãos. Talvez tenha ficado órfão, ou tenha presenciado
escândalos na família... Devemos pedir ao Senhor que vá iluminando as áreas
íntimas, em que se experimentou solidão, vazio; que liberte dos sentimentos de
abandono, rejeição, medo... preenchendo com o Seu amor.
2.4.
Segunda Infância: A criança que outrora fomos não se apaga no
esquecimento, mas continua a viver dentro de nós, afetando tudo o que fazemos e
tudo o que sentimos. Cada um de nós carrega dentro de si uma eterna criança com
uma série de sentimentos e atitudes trazidos da infância e que permanecem
operantes na fase adulta. Na realidade, quanto mais avançamos na idade
cronológica, maiores são as probabilidades de retorno aos atos que marcaram os
dias de nossa vida.
Muitas
vezes as lembranças de sofrimentos de nossa infância erguem barreiras entre nós
e o amor de Deus.
-
abusos sexuais; convívio social; início da educação escolar (experiências,
críticas, punições, discriminações); rivalidades entre irmãos; preferências por
parte dos pais; doenças...
2.5.
Adolescência: É uma fase penosa para a maioria das pessoas. É o momento de
maior confusão interior e mistura de sentimentos pelos quais alguém passa.
Período
de mudanças físicas bruscas, do surgimento de emoções novas, desejos de
liberdade, independência. Tensões internas e externas experimentadas durante
este período são mais prementes do que quaisquer outras durante toda a nossa
vida. Conflitos de vontades entre pais e filhos cria uma luta de poderes que
pode levar a muitas alterações. Isso pode ter um efeito de ação retardada na idade
adulta.
-
Pressões de rivalidade, necessidade de ser aceito pelos colegas e amigos é
característica predominante entre os jovens.
- Traumas de relacionamentos de namoro causam sentimentos de rejeição e desconfiança.
- Comportamentos negativos, bebidas, drogas, promiscuidade sexual para provar a independência.
- As emoções devidas à atitudes sexuais distorcidas e transmitidas pelos pais pode levar a pessoa a se tornar incapaz de formar ou manter relacionamento sexual saudável.
2.6. Idade Adulta: É o estágio mais longo de nossa vida. E é um tempo de passividade psicológica, mas que oferece ricas oportunidades de desenvolvimento emocional e espiritual para os que querem continuar crescendo.
À
medida que nos desprendemos dos laços familiares, que nos integramos à força do
trabalho e começamos a estabelecer relacionamentos comprometidos, somos
forçados a fazer escolhas e a enfrentar problemas e responsabilidades que são
novos para nós.
Aprender
como defrontar-se com problemas de relacionamentos e aceitar a responsabilidade
pelo nosso comportamento, tudo isso significa um desenvolvimento
psico-espiritual mais profundo, e precisamos nos permitir entrar num processo
de amadurecimento.
Se a
vida não encerrar nenhuma dificuldade, podemos nos tornar auto-suficientes e
fechados em nosso próprio mundinho, sem nunca nos arriscarmos a sair dele. Mas
quando nos dispomos a enfrentar dores íntimas e sofrimentos exteriores, a fim
de continuarmos a crescer, somos chamados à luz da autopercepção.
É comum
a fuga através das drogas, do álcool e dos encontros de amor livre. Tais
soluções, na realidade, não trazem paz, alegria, paciência e amor ao nosso
mundo, mas apenas mascaram os sintomas de distúrbios e retardam a cura
interior, que nós precisamos.
Buscamos
muitas vezes a felicidade material que nos confunde e frustra quando problemas
se atravessam em nosso caminho. Aprendemos a usar a máscara da auto-
suficiência
e a nos isolarmos cada vez mais de todo tipo de situação que poderia
capacitar-nos a crescer. A fuga modifica o cenário, mas o personagem interior
continua o mesmo.
Muitas
vezes, evitamos o relacionamento com outras pessoas porque fomos profundamente
feridos pelo fracasso de um casamento, ou pela morte de um esposo. Até mesmo a
dissolução de uma amizade íntima pode levar-nos a fechar nossa porta a qualquer
intimidade, mantendo os outros a uma distância segura de nosso eu interior.
Isso também cria um distanciamento de Deus.
A vida
adulta encerra, portanto, muitas oportunidades que levam à frustração, à
solidão e ao sofrimento, porque sentimos que ninguém se importa com o que
estamos experimentando.
Na
idade adulta nos deparamos com muitas situações, as quais nos levam a sentirmos
solidão, depressão, mágoas, angústias, tristeza, que mostre o seu sorriso nas
horas de pranto, de desilusão, que console a pessoa.
Pedir a
Jesus que vá eliminando, transformando e curando com o Seu amor tudo aquilo que
estiver causando perturbações. Que Ele supra com Seu amor toda carência por
parte dos homens (pai, mãe, irmãos, cônjuge, etc.).
Fonte:
texto extraído de: http://www.comshalom.org/formacao/
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