Autor: Dom Henrique
Voltamos com mais um texto riquíssimo de Dom Henrique Soares da Costa, Bispo Auxiliar de Aracaju, o qual, exercendo seu ministério pastoral, nos ensina, com base na Tradição e nas Sagradas Escrituras, nosso Depositum Fidei, sobre a morte e o além.
Num escrito anterior, vimos que Jesus nos prometeu a ressurreição: ressuscitaremos Nele por Ele: “Eu sou a Ressurreição!” (Jo 11,25), ressuscitaremos em todo o nosso ser, corpo e alma. Agora, nos perguntamos: como e quando será isso?
Ressuscitaremos da morte, que é o término de nossa vida terrena. Mas, que é a morte? No morrer, a condição humana chega ao seu ponto culminante e crítico, pois a experiência de morte toca o homem não somente pela progressiva dissolução de seu corpo como também pelo temor da desaparição perpétua. Não podemos, portanto, fazer de conta que a morte não existe ou, se existe, diz respeito aos outros e não a nós! A morte dos outros deve recordar-nos que também nós morreremos: passaremos desta vida para uma outra situação, que podemos esperar e entrever somente na fé.
Que significa morrer? A morte, primeiramente, revela nossa finitude, nossa limitação! Que estranho é o ser humano: sonha com a vida, deseja a vida, mas sabe que um dia sua vida terminará! Aliás, o homem é o único ser que sabe que morrerá! Por isso mesmo, a morte não é somente uma questão biológica, não é apenas um corpo que morre e torna-se cadáver; é uma pessoa quem morre!
Eu não digo: “Meu corpo morre”, ao invés, digo e sinto: “Eu morro!” São minhas relações, minha história, meus sonhos, que são colocados em crise com a morte! E em geral, aproximamo-nos da morte exatamente quando mais quereríamos viver, quando, já adultos, damos tanto valor à vida! Em certo sentido, nunca estamos prontos para morrer, mas para viver! E é assim, já que Deus é o Deus vivo e nos criou para a vida e não para a morte. Esta terá sempre um gostinho amargo, mesmo para quem crê.
A Escritura afirma que a “morte com gosto de morte” entrou no mundo pelo pecado (cf. Sb 2,23s). Nossa passagem por esta vida deveria terminar com o desabrochar da eternidade, sem a experiência dolorosa a que chamamos “morte”.
A morte como experiência negativa, como ameaça do nada e do absurdo é consequência do pecado (cf. Rm 6,23), dolorosa no corpo e na alma, com gosto de derrota, de salto no escuro, de salto no desconhecido! E não adianta fingir que a morte não existe! O que nossa fé nos ensina é que Deus não é o autor dessa situação de morte em que vivemos: as mortes de cada dia, de cada derrota, de cada sofrimento, de cada injustiça, traição ou lágrima…
Tudo isso é consequência de uma humanidade pecadora. Tampouco Deus é o autor da última morte, daquela que marca o término da nossa vida terrena… Se a experimentamos como derrota, dissolução, salto no escuro, é devido à situação de pecado. Se o homem não tivesse dito “não” a Deus, não experimentaria a partida deste mundo como morte, como derrota dolorosa, como ameaçador salto no desconhecido.
Ora, é dessa morte como experiência negativa que Cristo, o Ressuscitado, nos liberta: “Eu sou a Ressurreição!” Desde o Batismo, estamos unidos a Ele; vamos morrendo com Ele nesta vida para, enfim, ressuscitar também com Ele, participando da Sua ressurreição: para nós, morrer é morrer com Cristo e como Cristo, é completar em nós a morte de Jesus para que a vida ressuscitada de Jesus nos plenifique. Aquele que é batizado já não vê na morte o angustioso fim do seu ser, mas a possibilidade última e mais radical de configuração com seu Modelo, que é o Senhor glorioso. Seremos como Cristo ressuscitado! Vista deste modo, a morte torna-se o ato que deve ser vivido com vontade de entrega livre e amorosa, na esperança da ressurreição.
A morte torna-se um co-morrer com Cristo para co-ressuscitar com Ele: “Com Ele fomos sepultados pelo batismo na morte para que, assim como Cristo ressuscitou dos mortos pela glória do Pai, assim também andemos em novidade de vida. Pois, se estamos inseridos no solidarismo de Sua morte, também o seremos no da ressurreição” (Rm 6,4s). Desde o Batismo começamos a morrer com Cristo, isto é, começamos a viver as mortes de cada dia como participação na morte do Senhor.
Tal participação deve ser assumida conscientemente na participação da Eucaristia, que é mergulho na morte e ressurreição do Senhor Jesus. Assim, o cristão vai se apropriando da própria morte e dando-lhe um sentido, fazendo de sua morte uma morte como união com o Cristo morto!
Morrer, para o cristão, já não deveria ser uma fatalidade; ele deveria dizer: “Morro a cada dia, em cada lágrima, em cada tristeza, em cada derrota; mas não morro como um derrotado, pois uno minhas mortes à morte do Senhor, para como Ele ressuscitar!” A morte, assim, vai ganhando sentido em nós, vai se tornando uma realidade humana e cristã e não simples fatalidade biológica e existencial, poder aniquilador, vazio do ser e total fracasso da existência…
O cristão vai morrendo e caminhando para o encontro com Cristo. Para nós, com efeito, a morte tem também este aspecto belíssimo: é um encontro com o Senhor: “Ficai preparados, porque, numa hora que não pensais, o Filho do homem virá” (Lc 12,40).
Sim, Jesus virá: ele é Aquele que vem ao nosso encontro (cf. Mt 11,2): “Vou e retorno a vós” (Jo 14,18.28). Ele vem vindo sempre na nossa existência: veio no Batismo, quando entramos em comunhão com Sua morte e ressurreição, vem, sobretudo, na Eucaristia, quando mergulhamos na Sua Páscoa e já experimentamos o gosto da comunhão com Ele, vem a cada dia para nos fazer passar da “carne” (pecado) ao “espírito” (vida no Espírito Santo).
Finalmente, Ele virá na passagem definitiva, no momento do encontro final. Por isso mesmo Paulo exclamava: “O meu desejo é partir para estar com Cristo” (Fl 1,23). Assim, morrer é ir ao encontro do Salvador que vem, que irrompe com sua Glória na minha pobre existência; morrer é ser surpreendido por Cristo, é ser invadido pela Sua Vida divina e plena. Santa Teresinha dizia com sabedoria: “Não é a morte que virá me buscar, é o bom Deus!”
Eis a conclusão maravilhosa: não morreremos sozinhos; morreremos como Cristo e com Cristo; morreremos em Cristo. Ele não vem sozinho ao nosso encontro! Ele é o Primogênito dentre os mortos, é a Cabeça da Igreja. Tendo sido batizados, morremos como membros do Seu corpo, que é a Igreja e morremos no Seu corpo. Assim, não morremos sozinhos: morremos na comunidade dos santificados, dos batizados! A morte será o passar da Igreja terrestre para a Igreja da Glória. É também mistério de comunhão com os irmãos que ficam e que fazem parte do Corpo de Cristo, que é a Igreja!
Numa próxima oportunidade, trataremos da retribuição imediata: o que acontecerá após a morte? Vamos ficar dormindo, como dizem os irmãos protestantes? Vamos ao encontro de Cristo, como diz São Paulo? Vamos para o nada, como dizem os ateus? Vamos ficar zanzando à toa, como dizem os reencarnacionistas?
Num próximo texto…
Questões sobre a morte e o além – III
É este o terceiro texto de uma série sobre temas decisivos para a fé cristã. Afinal, não se é cristão porque Jesus falou belas palavras, contou poéticas e evocativas parábolas, ensinou moral eleva ou mesmo realizou milagres.
Nada disso é definitivo para que se diga a Jesus, apostando a nossa vida: “Eu creio em Ti, em Ti aposto a minha vida!” Somos cristãos, fundamentalmente, por dois motivos: (1) cremos que Jesus veio de Deus e é quem dizia ser: Filho eterno do Pai, igual a Ele substancialmente: Deus vindo de Deus, Luz provinda da Luz!
(2) cremos que Ele ressuscitou e tem poder sobre a Morte: Ele pode nos arrancar às garras tremendas da Morte e pode dá-nos uma Vida imperecível, totalmente superior a esta que agora possuímos, Vida que será participação da Vida do próprio Deus. Eis por que temos de enfrentar estas questões que venho apresentando nestes últimos textos. Pretendo fazer você, meu Leitor, perceber a consistência, coerência e seriedade da nossa esperança. Vale a pena apostar toda a existência em Cristo Senhor e Nele fundamentar nosso caminho neste mundo!
No texto passado, vimos que, para o cristão, morrer é partir para estar com Cristo: Ele é a Ressurreição; Ele é nossa Vida! Vejamos, agora, duas questões importantes: o que ressuscitará em mim e como e quando será essa ressurreição?
Primeiro: O que ressuscitará em mim? Comecemos deixando claro que, para a Sagrada Escritura, o homem é um todo, corpo e alma espiritual ou em outra linguagem, corpo, alma e espírito. Temos a dimensão material (nosso corpo) e aquela dimensão imaterial (a que denominamos alma). São dimensões, não pedaços nossos!
Eu sou um todo: sou meu corpo e sou minha alma! É absolutamente contrário à Sagrada Escritura e a uma sã antropologia pensar o ser humano simplesmente como um espírito que “tem” um corpo, que está encarnado num corpo!
Nada disso: sou corpo e alma! Dizer “espiritual”, na linguagem bíblica, é dizer aberto para Deus, sedento de Deus, capaz de comunhão com Ele. Pois bem, dizer que ressuscitarei, é afirmar que todo o meu ser, corpo e alma, é chamado à comunhão com o Cristo. Não é um pedaço de mim que vai ressuscitar, mas eu todo! Minha alma, sede de toda a minha vida inteligente, afetiva, sentimental e espiritual, será ressuscitada; também meu corpo, com o qual amei, chorei, sorri, criei relações, exprimi sentimentos, também será transfigurado!
Meu corpo ressuscitará: São Paulo diz de modo belíssimo: “Semeado corruptível, o corpo ressuscita incorruptível; semeado desprezível, ressuscita reluzente de glória; semeado na fraqueza, ressuscita cheio de força; semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual” (1Cor 15,42-44).
É interessante que a ressurreição da carne sempre foi escândalo, já no novo Testamento: os atenienses zombaram de São Paulo quando este falou sobre ela: “Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, alguns começaram a zombar, enquanto outros diziam: ‘A respeito disto, te ouviremos outra vez’” (At 17,32).
Como os reencarnacionistas atuais e os espiritualistas de todas as épocas, os gregos aceitavam que a alma era imortal e “desencarnava”… Mas que também o corpo ressuscitasse, não aceitavam de modo algum! Até os cristãos de Corinto, na Grécia, pensavam que a ressurreição era somente espiritual. São Paulo os repreende duramente: “Se se proclama que Cristo ressuscitou dos mortos, como podem alguns dentre vós dizer que não há ressurreição dos mortos? Se não há ressurreição dos mortos, também Cristo não ressuscitou!” (1Cor 15,12s). É o mesmo engano dos reencarnacionistas e de todos os espiritualistas! Nós cremos que nosso corpo também ressuscitará.
Mas como isso é possível? Ele será destruído totalmente e, mais ainda, já nesta vida, meu corpo vai mudando, células vão morrendo e outras vão nascendo… Por um lado é meu corpo mas, por outro, é sempre e continuamente renovado… Então, como ressuscitará? O engano aqui é querer descrever o corpo da ressurreição!
Também os coríntios perguntavam a São Paulo como isso seria possível: “Mas, dirá alguém, como ressuscitam os mortos?” E o Apóstolo respondia com firmeza e quase indignação: “Insensato!” (1Cor 15,36). Não se pode descrever o corpo da ressurreição, não se pode imaginar como será, pois o corpo da ressurreição não pertence mais a este mundo.
Será o meu corpo, mas não mais do modo como eu agora o possuo; será minha matéria, mas totalmente transfigurada pelo Espírito do Ressuscitado: “Semeado corpo psíquico, ressuscita corpo espiritual” (1Cor 15,44). Um dos grandes enganos de muitos teólogos atuais é a preocupação em imaginar como será possível um corpo ressuscitado a partir do nosso pobre corpo mortal. É totalmente impossível qualquer descrição!
Basta pensar no corpo do Ressuscitado: era Seu corpo, o mesmo que fora crucificado e os apóstolos conheciam tão bem: tinha as marcas da paixão (cf. Lc 24,40; Jo 20,27); e, no entanto, eles tinham dificuldades em reconhecer o Senhor, pois Seu corpo estava agora glorificado: “Depois disso, manifestou-Se em outra forma a dois deles” (Mc 16,12); “Seus olhos estavam impedidos de reconhecê-Lo. Ele ficou invisível diante deles” (Lc 24,16.31); “Já amanhecera, Jesus estava de pé, na praia, mas os discípulos não sabiam que era Jesus” (Jo 21,4). Então: é pela potência do Espírito do Ressuscitado que nosso corpo ressuscitará como o corpo do Cristo glorioso.
E a alma? Também ressuscita. É importante não confundir ressurreição com imortalidade! Os espitritualistas confundem as duas coisas! Dizer que a alma é imortal é dizer que ela, por ser imaterial, não pode ser desagregada, decomposta, destruída. Mas isso não quer dizer que tal alma tem a garantia de ser feliz. Muito pelo contrário: a alma, simplesmente entregue a si mesma teria as mesmas privações que já tem aqui: solidão, medo, tristeza, angústia, incompletude, etc.
Afirmar que a alma ressuscita é afirmar que ela também – e não só o corpo! – será transfigurada e glorificada: nada mais de tristeza, solidão, saudade, angústia, medo… O mesmo Espírito Santo que ressuscitou Jesus será a vida de nossa alma: passaremos de uma vida simplesmente psíquica para uma vida espiritual (= espirituada)! Então, em todo o nosso ser, corpo e alma, estaremos com o Senhor, revestidos totalmente de sua glória, participando da sua ressurreição!
Mas, como e quando será essa ressurreição? Aí, somente no próximo texto…
Questões sobre a morte e o além-IV
Com o presente texto concluo estes artigos sobre o Além. No último escrito, mostrei que é o homem na sua totalidade quem ressuscita: corpo e alma. Vimos que as doutrinas reencarnacionistas não têm nenhum sentido do ponto de vista da Sagrada Escritura e da fé cristã. Agora, deixei para este último artigo uma questão: Como e quando será a ressurreição? Eis do que trataremos!
Nossa ressurreição é um processo que se inicia logo após a morte e terminará comente na Parusia, com a manifestação gloriosa do Senhor: logo após a morte, com uma dimensão mais individual da ressurreição e, na Parusia do Senhor, com uma dimensão marcadamente comunitária e cósmica.
Vejamos. A morte, além de ser uma realidade que me atinge como “eu”, como identidade e como alguém que vive neste mundo em relações com as coisas e as pessoas, é, também, uma dilaceração de minha unidade psicossomática: meu corpo e minha alma, inseparáveis, separam-se!
Por isso também a morte é experimentada por nós como algo existencialmente doloroso, como uma realidade que traz em si algo de violência… Eu sou meu corpo; na minha corporeidade experimento a morte e a dissolução do meu corpo, que vai decompor-se até o nada. Eu sou minha alma, que padece a separação do corpo com o qual e para o qual fora criada.
Imediatamente após a morte, minha alma ressuscita, isto é, é transfigurada com Cristo e em Cristo. A alma não morre: ressuscita no sentido de ser transfigurada em Cristo!
Não basta, para ela, ser imortal porque é indestrutível: isso não garantiria a felicidade da alma. Somente transfigurada pelo Espírito do Cristo ressuscitado, a alma humana pode chegar à plenitude! É nesta plenitude feliz que nossa alma entra logo após a morte. Isto é o céu: estar com Cristo. Aí ninguém mais vai sofrer, ninguém mais vai chorar, ninguém mais vai ficar triste, ninguém mais vai ter saudade.
Perder o Cristo é o inferno, que também começa logo após a morte para a alma dos condenados. Note-se que, para os cristãos, não é suficiente afirmar que a alma é imortal; é necessário afirmar também que ela ressuscitará, isto é, será plenificada em Cristo com uma vida sobrenatural, vida no Espírito Santo.
Mas, o que é a alma? É o nosso princípio de vida, de consciência e liberdade, é o núcleo de nossa personalidade, do nosso eu.
Não é uma parte, um pedaço de mim, mas uma dimensão minha. Na minha alma, na minha dimensão anímica, eu tenho consciência de mim, de minha identidade: sei quem sou, sei o que quero, recordo plenamente o que fui e o que vivi!
Concluindo: logo após a minha morte uma minha dimensão – a alma! – já entra na plenitude de Cristo, mas o meu ser humano como um todo ainda não está totalmente glorificado: falta a dimensão corporal, que é parte de mim, que me definiu durante minha existência neste mundo.
Na Parusia do Senhor, quando Ele Se manifestar na Sua glória, todo o mundo físico será glorificado e, aí também meu corpo, minha dimensão somática, física, material, será ressuscitada. Então, em corpo e alma eu estarei com o Senhor glorificado ou, ao invés, estarei eternamente distante Dele.
Então, há duas afirmações que é necessário manter unidas se quisermos ser coerentes com a Tradição da Igreja e com os dados da Escritura: 1) após a morte não ficaremos dormindo, mas já ressuscitaremos;
2) esta ressurreição imediata atinge somente uma dimensão nossa – a alma, núcleo do “eu”; 3) no final dos tempos, também nosso corpo ressuscitará, quando toda a criação será também transfigurada. Nosso corpo não ressuscita logo após a morte, mas somente no final dos tempos, no Dia da Ressurreição, até lá ficará “dormindo” no “sono” da morte!
Alguns teólogos perguntam: como pode existir uma alma separada? É preciso ter cuidado com esta questão! Filosoficamente falando a alma não poderia existir separada do corpo: a alma foi feita para animar o corpo e este só é corpo humano porque animado por uma alma humana. Sem alma, não há corpo humano, mas cadáver humano!
Mas, isto vale para este mundo! Com a morte, nós saímos deste mundo e, então, não há muito que a filosofia ou a teologia possam falar sobre o Além de modo descritivo. Não podemos descrever nossa situação no pós-morte! Nossa alma subsiste no Além se o corpo de um modo sobrenatural, transfigurada na glória de Cristo!
Um outro ponto importante a ser tomado em consideração: o modelo do que acontecerá conosco após a morte é Cristo! Ora, entre sua morte e ressurreição, enquanto seu corpo era destruído pela morte, no túmulo, sua alma humana não estava ali, unida ao corpo; não estava morta, apesar de ainda não estar glorificada!
Então, não é impossível falar numa alma “separada”. Além do mais, a alma não fica propriamente separada: desde o Batismo e pela Eucaristia estamos misteriosa, mas realmente, incorporados em Cristo, no Seu corpo, que é a Igreja; estamos inseridos em Cristo e unidos ao Seu corpo!
Assim sendo, mesmo antes da ressurreição final do nosso corpo, não somos alma sem corpo algum, separada de toda corporeidade: Estamos no Corpo de Cristo! Como é isto? Não podemos descrever nem imaginar, pois são realidades que pertencem ao mundo futuro! Sabemos disso, no entanto, pela fé naquilo que o Novo Testamento atesta e a contínua Tradição da Igreja ensina.
Quanto ao modo como o corpo ressuscitará no final dos tempos, já vimos nos textos passados; basta dar uma olhadinha. Uma última observação: em Maria, a Virgem, a ressurreição já foi totalmente realizada. Ela – e somente ela entre todos os santos – já está totalmente com Cristo, em corpo e alma, devido à sua singularíssima união com o Cristo!
Ficamos por aqui. Espero que, de modo geral, algumas questões sobre o Além tenham ficado mais claras. Para os irmãos católicos, espero que estes textos os ajudem a ter uma visão mais clara, articulada e madura da fé que professam. Para os não católicos, auguro que sejam oportunidade para conhecer sem preconceitos nem distorções infantis o que crê a Igreja de Cristo.
Fonte:http://sacrificiovivoesanto.wordpress.com/
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